Capítulo 19

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- Cara vamos fazer assim, eu transfiro meu internato pra cá, você termina seu mestrado, a gente casa e daqui a 10 anos a gente tem duas mini Vitórias. – levantei a sobrancelha sugestiva.

Vitória colocou a mão no queixo fingindo pensar.

- Há sei lá – tamborilou os dedos no queixo exibido - ainda falta muito pra 10 anos tu num acha não? – meu sorriso abriu, não que ele já não estivesse grande demais.

- Besta – empurrei o ombro dela e senti seus braços ao meu redor.

- Num vem me falar desses planos senão eu apaixono mulher, e não deixo tu voltar pra Araguari.

- Se eu fosse tu num deixava não – segurei o rosto da Vi com as duas mãos e selei nossos lábios.

Ainda estávamos em meio aos lençóis, já se passava das 11 da manhã e eu só queria continuar ali, minha barriga teimava em me lembrar que eu tinha que comer algo mas minhas pernas não queriam se mover. As mãos de Vitória passaram pela minha barriga no exato momento em que ela resolveu se rebelar.

- Meu Deus Ana! Tu deve ta morrendo de fome. – Em um pulo ela afastou o lençol e ia levantando da cama mas eu segurei seu braço.

- Calma mulher, foi só um ronquinho.

- Isso foi só um ronquinho? – ela arregalou os olhos - Imagine um ronco de verdade, vem vem vem, vou fazer uma salada de fruta rapidinho pra gente.

Ela levantou ainda nua, caminhou pelo quarto a procura de uma roupa qualquer e eu não conseguia tirar os olhos da mulher que me fez conhecer o universo a algumas horas, ela andava tão sensualmente, a linha da coluna tão evidente fazendo uma curvatura que quase implorava para eu tomar posse, meu Deus! Ficar ali o dia todo não seria nenhum sacrifício.

- Tu podia vir me ajudar sabia? - ela disse alto já passando pela porta enquanto eu ainda estava perdida nos meus pensamentos impróprios.

Levantei rápido, peguei a blusa da Vi que vesti a noite passada e me dirigi até a cozinha, no celular Beyoncé era facilmente identificada enquanto uma voz tímida cantarolava alguns trechos. O quadril se movia lentamente em uma camisola azul fina, o cabelo em um coque frouxo completava a visão que eu queria ter todas as manhãs.

Ela se virou e deu de cara comigo, o grito acabou me assustando também.

- Ta bom de tu criar vergonha nessa cara e avisar quando chegar nos ambientes – ela seguiu rindo até o balcão onde deixou duas tigelas pequenas. – eu sou uma senhora idosa e essas coisas afeta meu coração.

- Sabe o que afeta meu coração? – cheguei perto dela e segurei em sua cintura.

- tô curiosa – pude vislumbrar mais uma vez naquela manhã o sorriso torto de Vitória.

- Tua dancinha ao som de Beyoncé – apertei a bunda de Vi na maior intimidade possível.

- Mas a gente tá muito namoradinhas – ela se afastou de mim rindo, eu tentei rir também.

- Acho que já pulamos essa fase – fiz uma pausa - estamos casadas nas mina contas, até café da manhã tu tá fazendo pra mim.

- Tu é rápida nas coisas heim – ela sentou no banco próximo ao balcão – vem aqui.

Puxei o banco para me sentar à frente dela.

- Nas tuas férias tu vai pra Araguaína? – Vitória perguntou enquanto comia a salada

- Tava pensando em ir pro Nordeste.

- Sério? – ela segurou em minha mão – a gente poderia ir juntas.

OTHER WORLDWhere stories live. Discover now