Capítulo 15

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- Porra Naclara! A gente já tinha combinado que seria assim

- É sério que tu acha que eu vou mesmo sair à noite com esse nariz vermelho e o olho lacrimejando Letícia?

Estávamos almoçando no hotel em que Naclara insistiu em ficar ao invés da minha casa enquanto ela e as meninas estavam em uma discussão interminável sobre sair depois da última palestra daquele dia.

- Vamos Ana – Isadora olhou para ninha com as mãos em súplica – tu vai ver, o álcool vai curar rapidinho essa tua coriza.

- Gente eu não vou! Só estou indo pro congresso porque eu paguei caro, se não estava lá no quarto curtindo meu resfriado.

Ana realmente não parecia bem, os olhos que já eram caidinhos estavam inchados e vermelhos, o nariz então, ela estava andando pra todo lado com lencinhos de papel. Me prontifiquei a leva-la para um hospital mas ela teimava que era só uma alergia por conta da mudança do clima.

- Ta ok Ana – Letícia falou – perdemos nossa carona então meninas – ela disse as outras duas.

- Não me culpe, a culpa disso tudo é de Sampa e desse clima úmido estranho.

- Não perderam não – falei me intrometendo na conversa delas me referindo a carona, Ana imediatamente olhou pra mim com uma cara não muito boa. – Eu deixo vocês onde quiserem e depois volto pra fazer companhia a Ana – completei a frase.

- Combinado então – Rebeca se pronunciou animada.

- Amanhã se eu estiver melhor vamos todas juntas, tudo bem? – Ana tentou se redimir.

- Tudo bem Ana, precisa ir não... Se Vitória for com a gente tá ótimo – Letícia piscou pra mim e eu sorri com os olhos cerrados.

- Interesseiras heim – Ana falou – ela é minha amiga, não de vocês.

- Eu sou de todo mundo – falei olhando diretamente pra Ana – Mas amanhã vamos todas.

- Eu tô indo pro quarto – Ana falou se levantando rápido da cadeira.

- Ei – segurei em sua mão – a gente não ia lá pra casa?

- Tenho palestra em uma hora – ela respondeu seca.

- Eu te levo.

- Não, quem sabe mais tarde.

Ela se soltou e seguiu rumo ao elevador. Que bipolaridade foi essa? Já tinha esquecido que Ana as vezes se comportava assim. Olhei para as meninas mas elas não entenderam nada também. Continuamos uma conversa animada sobre quais lugares elas visitariam naquela noite. Cerca de 30 minutos depois elas tiveram que voltar para o quarto novamente e eu aproveitei o tempo "livre" da tarde para fazer umas compras, já que não tive tempo durante a semana. Teria sorte se na minha geladeira tivesse ao menos água.

Estava organizando as compras em seus devidos lugares quando meu celular vibrou na bancada.

Ninha – Eu só estava me sentindo mal, i'm sorry! 17:22

Vitória – Tudo bem Ninha, tu melhorou? 17:22

Ninha – Não 😔 17:27

Vitória – Já acabou a palestra? – olhei no relógio e já se passava das 17 h.

Ninha – Daqui a meia hora 💔 17:32

Vitória – Posso ir te pegar, a gente passa em uma farmácia 17:33

Ninha – Melhor não, quando você for pegar as meninas e vou com você. 17:35

Vitória – Sério? – Já falei que Ninha gosta de me confundir? 17:38

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