Capítulo 17

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Um barulhinho irritante insistia em perturbar meu sono, meus olhos se apertaram na tentativa de dormir e ignorar completamente a música que parecia tão familiar. Comecei a tatear a cama na tentativa de encontrar o aparelho, mas minhas mãos barraram nas costas de alguém. Automaticamente minha mente recriou as imagens vividas a algumas horas atrás e meus olhos abriram em um segundo.

Vitória estava lá, as costas nuas denunciavam tanta coisa, os cabelos estavam espalhados por todo o travesseiro, o pescoço totalmente vulnerável. Ela respirava fundo, parecia estar longe daquela realidade. Minha atenção foi roubada novamente pelo bendito barulho do toque do meu celular, continuei a procura temendo acordar o monumento deitado ao meu lado.

Levantei da cama a muito custo levando o lençol junto comigo, o que me permitiu visualizar Vitória por completo, a pele alva realçava pequenos sinais que estavam por quase todo o corpo, me prendi até demais na bunda dela, e meus amigos, que bunda. Até que meu celular me tirou do transe, segui a música e encontrei o aparelho na mesinha de centro, o visor piscava a foto de Rebeca.

- Estão vivas? - perguntei antes mesmo de falar oi.

- Eu que te pergunto senhorita, tu já viu que horas são?

Tirei rapidamente o celular da orelha para conferir as horas, já se passavam das 9.

MEU SENHOR JESUS CRISTO!

- Estamos te ligando desde que chegamos no evento e tu não tava - Rebeca continuou - Tu nunca dorme tanto Ana.

- Tive um imprevisto mas já estou saindo de casa - menti falando rápido demais.

- Tá, vem logo. Bom que tu chega na hora do intervalo.

- Tá beca, tchau - desliguei na cara da menina.

Me virei rapidamente e quando ergui a cabeça Vitória estava parada na soleira da porta me olhando, me assustei e levei a mão ao peito. Eu não esperava a Vi ali, não do jeito que ela estava, eu poderia jurar que estava vendo uma deusa grega.

- Te assustei? - ela perguntou sorrindo vindo ao meu encontro.

Eu mencionei que Vitória continuava nua? Pois sim, o que ainda cobria seu corpo era uma calcinha que quase roubou minha atenção.. quase, se não fosse pelo seu busto totalmente exposto.

- Só um pouquinho - a minha voz saiu, mas meus olhos continuavam no corpo dela.

Ela chegou mais perto selando nosso lábios e mexendo em meu cabelo.

- Dormiu bem?

- Até demais - mostrei a hora no celular pra ela - perdi a primeira palestra.

- Poderia perder a segunda - ela me olhou sugestiva.

Haa eu poderia sim, beijei seu queixo e ia seguindo rumo a boca mas em um lapso de consciência lembrei da apresentação de Letícia.

- Não Vi, Rebeca já me ligou e se eu não aparecer minhas excelentíssimas amigas vão me matar. A apresentação da Lê vai ser as 10 - olhei pra o celular novamente - Meu Deus eu tenho que ir.

Encostei meus lábios na boca de Vitória e corri pro quarto, larguei o lençol na cama e fui direto pro banheiro, se eu não chegasse no congresso em 20 minutos eu realmente iria morrer.

- VI ESCOLHE UMA ROUPA PRA MIM - gritei do banheiro.

- Eu não - ouvi de volta mas deixei pra lá, tirar minha roupa ela queria.

Dez minutos depois eu saí do banheiro tentando não olhar pra Vitória, eu não estava chateada mas o que custava ela fazer isso, eu estava apressada poxa, fui direto pra minha mala que estava no chão.

OTHER WORLDWhere stories live. Discover now