Capitulo 7 - Não quero parar de encontrar você

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O que procurar quando você acorda e sabe que não tem nada para perder? O que ansiar se o seu mundo se foi e nunca mais voltara? A vida é simplesmente uma vadia, que nunca te deixará completamente feliz. Isso parece ser o fim, ou melhor o fim da humanidade, porém é apenas o começo. A felicidade é relativa, você é feliz por cinco minutos ou por um dia inteiro, mas algo, mesmo que seja pequeno, sempre o deixará triste. Uma notícia, uma perda, um aborrecimento, tudo sempre pode levar a pessoa a tristeza. Essa é a vida, e ela, sim. Ela, eu considero uma baita vadia!

O meu dia começou diferente, algo nele me fazia querer cantar. Como se eu estivesse plenamente feliz. Pensei, em várias coisas diferentes ao mesmo tempo, mas se alguém me perguntasse qualquer uma delas eu não saberia responder. Tudo que eu pensava era substituído. E, sem perceber, tudo que pensava não tinha um sentido e um motivo, algo que me prendesse realmente. Eu pensava em algo, mas depois, como num passe de mágica lá estava ele. Lá estava ele me olhando, sorrindo, me abraçando, beijando a minha testa, pegando em minha cintura e com as bochechas coradas... Eu só conseguia ver um Russo. Era ele que prendia os meus pensamentos. Era ele e apenas ele. Dimitri.

Tentei dormir novamente, tentei escutar música, pensei em até arrumar o meu quarto e estudar, porém não tinha jeito. Dimitri! Dimitri, Dimitri. Infernos! Eu estava parecendo uma mocinha de filme, como aquelas que se apaixonam a primeira vista e sentem o coração acelerar.

Não! Não! Não! Não posso. Não posso. Não posso gostar dele e muito menos me apaixonar. Deus! Eu estou perdida...

Minha tia havia me feito milhares de perguntas, ela me perguntou há onde eu estava, como o motorista do senhor Belikov me levou para casa e porque isso aconteceu, me perguntou o que eu fiz, o que eu estava sentindo... e blá-blá-blá. Eu inventei várias desculpas, dizendo que havia comido um bolinho e ficado enjoada, e afirmando que vi o senhor Belikov( Dimitri), por acaso e que ele sentiu pena de mim e me ofereceu o motorista dele. Ela não ficou muito convencida, apenas me olhou e disse, que estava tudo bem, e que a minha história fazia sentindo, já que o senhor Belikov também passou muito mal e saiu da festa cedo, deixando o desvairado do primo fazer loucuras. Fiquei feliz, por ela ter acreditado em minha história, pois se eu contasse o que realmente havia acontecido... Bom, isso não seria nada bom. E os meus ouvidos sofreriam.

Hoje minha tia teria que ir comigo ao mercado fazer compras, porém ela estava ocupada e deixou apenas uma lista com o dinheiro para que eu fosse ao mercado á tarde, completamente só.

Mason me convidou para assistir um filme na casa dele, depois do almoço e eu aceitei. Foi divertido até, eu e ele precisávamos de um tempo juntos, mas sinceramente, não entendi porque ele colocou um filme romântico. Ele sabe que eu não gosto muito de filmes românticos, pois eu odeio achar o final lindo e chorar feito uma idiota. Entretanto, ele fez questão de assistir "diário de uma paixão". Deus! Que filme... Que filme horrivelmente lindo. Eu particularmente, gostei do filme, mas achei que Mason estava bem estranho. Ele estava nervoso, as vezes queria me dizer algo, mas acabava gaguejando e não dizendo, até que o filme acabou. Meu amigo pediu para que eu ficasse na casa dele, disse que poderíamos assistir outro filme, porém eu não aceitei. Já era quase três horas da tarde e eu precisava fazer as compras. Ele ficou decepcionado e até meio triste, mas entendeu.

Eu andava pela rua devagar, sem correr apenas apreciando o caminho, até que, a chuva me pegou. As nuvens já estavam bem escuras pela manhã, mas eu ainda tinha uma certa esperança de um dia seco. Eu corri, corri em vão, pois a minha casa ainda estava um pouco longe e mesmo que eu me apressa-se ainda chegaria em casa totalmente encharcada.

Completamente molhada dos pés a cabeça, eu parei. Parei em frente a uma árvore, de uma pracinha em que Mason, Lissa e eu brincávamos na infância. Eu me lembrava do meu pai, quando olhava para ela. O meu velhote favorito, ficava furioso quando eu escalava a árvore e me pendurava sem medo nos galhos, sem me importar com o perigo de cair. A expressão do meu pai era cômica, ele cruza os braços, vazia cara de mal e gritava em turco comigo, mesmo que eu não entendesse quase nada. Então, eu não obedecia ele, e subia mais e mais, até chegar no topo para me esconder dele. Meu pai ficava furioso e dizia palavrões em Turco, e as vezes quase rosnava que não sabia de quem eu havia herdando tanta teimosia e desobediência, a minha ria e falava que também não sabia de quem era, apenas sabia que não era dela. O velho Mazur ficava irado, pois sabia que a minha mãe estava praticamente afirmando que a culpa era dele, pois eu era a sua cópia fiel em travessuras e teimosias.

𝘗𝘳𝘰𝘵𝘦𝘤𝘵 𝘔𝘦 (𝘙𝘰𝘮𝘪𝘵𝘳𝘪 ) ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora