(6)

198 26 269
                                    

Só de olhar para ele e saber que não posso tê-lo já me faz um pecador”

- Isso é ridículo, eu nem mesmo a conheço! - Estava indignado. Acabei de chegar no litoral, estou na casa da família da minha noiva que eu não sei quem é e meu pai já quer que eu vá até os aposentos dela a fazer vir falar com todos! Isso é algo indecente e uma falta de educação. - Depois, não se pode entrar no quarto de alguém sem nem ao menos ter permissão! Eu não vou.

- Luke Robert Hemmings, você vai e vai ser agora! Eu estou mandando. - Andrew estava impaciente desde noite passada quando deu a hora do jantar e Michael desceu as escadas conversando comigo enquanto eu tinha a cara amassada de sono e parecia que uma guerra tinha sido iniciada em meus cachos. Ele me deu um grande sermão dizendo que não era nada apropriada minha amizade com Mike e que era para ter limites delimitados. Minha mãe saiu em defesa do rapaz dizendo que ele seria um padre e que Amy nos observou o dia todo e o que fizemos a tarde toda havia sido conversar e Clifford havia me ajudado com as minhas coisas. O que não foi mentira.

Michael me ajudou muito porém foi em forma de apoio emocional enquanto eu chorava ou enquanto parecíamos duas crianças brincando com a comida e acabamos os dois caindo no sono, como dois bebês. Mas Andrew não acreditou, disse que nossa amizade havia começado rápido demais e que Clifford era estranho. Aquilo me fez ficar bravo e dizer a meu pai que estranho ou não, eu continuaria falando com ele e que ele continuaria frequentando a nossa casa até quando eu morasse lá porque a casa também era minha.

Confesso que havia sido a primeira vez que havia o enfrentado e que foi muito bom. Eu pude me impor e dizer o que eu pensava. O que deixou Andrew irritado, mas ele disse que não tinha problema porque em seis meses e meio, tempo que Michael já estaria sendo padre da paróquia, eu iria me casar e que pelo o que ele falou com padre Raphael - que iria viajar na época pois seus pais estão doentes, ele só está esperando a ordenação de Michael para viajar - , o primeiro casamento realizado por Clifford seria o meu. Eu fiquei em estado de choque. Sabia que meu pai estava fazendo aquilo para provocar, provar um ponto, mas não sabia ainda o que exatamente.

Depois de todas essas emoções a noite, de manhã, Calum, Ashton e Michael vieram se despedir de mim. Ash me olhava feliz e dizia que estaria tudo bem, mas que na volta eles tinham que conversar sério sobre seu amigo.

Calum me deu o conselho de jogar meu pai em alguns dos precipícios que tinham pelo caminho e voltasse feliz pra casa e que trouxesse licor de alguma fruta para ele.

Michael havia deixado de ajudar o padre na missa dessa manhã e tinha ido se despedir de mim. Disse que ficaria tudo bem, que não era para que eu deixasse me rebaixarem e se eu não gostasse de algo, não era obrigado a aceitar, e, como estaríamos como visitas, meu pai não teria como me castigar nem nada, porque todos sabem que meu pai preza pelas aparências.

Eu sorria enquanto ele depois falava coisas ridículas só para me fazer sorrir. Quando meu pai apareceu para irmos de uma vez para uma das extensões do inferno que era minha vida, os meninos me abraçaram e Michael beijou minha testa como sempre fazia. Eu acabei acostumando, pois até mesmo quando eu ia na igreja com minha mãe, ele me cumprimentava ou despedia assim. O que não passou despercebido de Calum e Ashton que começaram a se olharem como se lembrassem de alguma conversa entre eles. Isso me fez corar e meu pai me apressar para entrar na condução.

A viagem foi um tédio.

Meu pai me olhava estranho e pensativo. Como se alguma coisa que eu havia feito tivesse errado, ou que eu estava doente. Me perguntou sobre minha amizade com os meninos, se Calum andava com Ashton e Michael frequentemente e eu perguntei o motivo de tudo aquilo, ele disse que era somente curiosidade. Eu sei bem que não era nada disso.

Sinner // MukeWhere stories live. Discover now