Capítulo cinco

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O dia parecia desagradável. Não o céu azul que se misturava com pequenas nuvens sorrateiras, ou as árvores de cerejeira que deixavam o vento mediano levar suas folhas para varrer o chão. Mas sim, as pessoas que estavam presentes no seu pequeno mundo. 

Seokjin. 

Seokjin estava tão estranho com Jeongguk que talvez ele estivesse sendo um péssimo amigo, – o que seria uma mentira gigantesca. Jeon tentava seu máximo para falar com Seokjin, mas ele parecia tão abatido quanto seu sentimento comprimido no coração. 

Jeon se aproximou do mais velho no horário vago, vendo-o mexer alguns livros na biblioteca conservada. Suas mãos pareciam cansadas, e um suspiro pesado fez Jeon ter certeza que os bons dias estavam em falta para o mais velho.

Seokjin virou um tanto desnorteado, e notou a presença assustada de Jeon.

– Oh, jungkook... – talvez estivesse tentando disfarçar seu péssimo momento. 

Jeon sentou-se em uma mesa coberta com um pano verde que continha um confortável cheiro de lavanda, acenando para que o mais velho fizesse companhia a ele. 

Seus pés arrastados se aproximaram devagar, e Seokjin se adequou no banco, fitando Jeon com um sorriso pequeno, mas que realmente transbordava felicidade por estar ao lado do mais novo. Abaixo de seus olhos, um escuro assustador. A quantos dias ele está sem dormir? 

– Hyung... por favor! – Jeon colocou suas duas mãos sobre a mesa em redenção. – Me conte o que está acontecendo... essa última semana você mal falou comigo, e nem mesmo tem respondido minhas mensagens. Você também não tem falado com ninguém, e eu sei disso. Realmente não quer me contar o que está havendo? Somos amigos, não somos? Eu confiei em você desde o primeiro dia de aula, hyung. Só peço que faça o mesmo, eu realmente estou preocupado.

Seokjin parecia refletir as palavras. Talvez Jeon estivesse deixando-o em um beco sem saída, mas mesmo assim ele saberia que Jeon desejava o seu bem, pois aquele rosto magro – distorcendo sua antiga face com bochechas cheinhas e rosadas – era um sinal extremamente afiado de que Seokjin estivera mal. 

– A minha família sempre foi próxima da família do Taehyung. Nos conhecemos a muito mais tempo do que você imagina. – Seokjin deu uma fungada dolorosa antes de continuar com a cabeça baixa. – Minha irmã Naeun e a tia Namjoo, a mãe de Taehyung, eram muito próximas. A uns três anos atrás, as duas saíram de carro para a casa de uma amiga da tia Namjoo. Mas no caminho, acabou caindo um temporal e elas acabaram sofrendo um acidente de carro.

"Elas felizmente escaparam sem problemas mais sérios, mas depois de algum tempo, foi que tudo se transpareceu. Minha irmã desenvolveu uma concussão cerebral grave, que ocasionava séries de perda de memória, e só piorava. Não tínhamos condições para pagar o tratamento quando Taehyung apareceu com uma quantia grande o suficiente para ajudar no caso da minha irmã. Eu não fazia a menor idéia da onde ele tinha arranjado esse dinheiro, até hoje não sei, mas ele conseguiu financiar por bastante tempo o tratamento inicial. Mas o caso de Naeun piorou com o tempo, e tivemos que trazê-la pra casa porque o financiamento havia acabado. Voltamos para o início de novo, e não sabemos o que fazer. Ela precisa voltar logo, precisa desse tratamento mais que tudo... – Seokjin fitou Jeon, destruído. Imaginou o quanto já havia chorado pensando no que deixava sua boca contar.

 – Naeun ama demais o Taehyung. Ele não sabe que ela voltou para casa pois não tem visitado-a à meses, e isso tem feito com que Naeun piorasse de forma lastimável. Ela sempre foi tão íntima com o Taehyung que quando ele sumiu ela se sentiu despedaçada. Eu sei que não posso culpá-lo por nada. Ele foi nossa salvação, mas não tem o direito de sumir e deixar Naeun sofrendo. Eu sei que a sua dor aumenta muito mais quando lembra de tia Namjoo e percebe que ela está desenvolvendo o mesmo problema. É desesperador.  

INSANO | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora