Capítulo onze

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Espero que estejam gostando
Boa leitura <3

Cada dia em que estava no hospital demorava para passar. Mesmo que houvesse ficado triste por ter sua família distante de novo, Jeongguk entendia os motivos. Já estava deveras grandinho para pedir colo.

Agradecia quando suas manhãs tinham a companhia do Park ou de Seokjin que sempre estiveram presentes em seus dias de impotência, mesmo que a noite tivesse que permanecer só. Vezes sonhou que perdia seus movimentos e até mesmo que jamais andaria novamente. Espantava esses pensamentos por pedidos do Park, que ficava irritado apenas de ouvir que o mais novo não confiava em sua própria força.

Havia se aproximado em tamanha intimidade com o mais velho, visto que o Park temia que Jeongguk se sentisse sozinho, sempre fazendo o possível para o entretê-lo.

Um bom hyung.

Mantinha-se perto do estresse e da tristeza de não poder se levantar daquela cama. Queria mais que tudo sair daquele lugar. Depois do que havia acontecido, percebeu que a vida se esvaia rápido. Precisava viver o momento. Não só ele. Como todos.

Naquela manhã em especial, o coração de Jeongguk batia rápido. Imaginou ser pelo frio repentino que tenha o levado a imaginar um inverno sozinho. Queria acreditar nisso. Mas o medo corroeu suas entranhas quando percebeu que aquela mesma sensação fora sentida no dia do seu falso óbito; quando aquela bala perfurou seu corpo com tamanha intensidade e quase o tirou seus sonhos a força.

Olhou para a janela, visando as orquídeas. O dia estava nublado e as nuvens pareciam cada vez mais concentradas.

Choveria.

Havia recusado o café da manhã mesmo que não devesse. Apenas afirmou para a Hyolyn, – a enfermeira que estava tomando de conta dele em sua custódia ali – que não sentia muita fome. Apesar de tanto insistir, ela deixou a bandeja na pequena mesa do lado da cama.

Sentiu uma pitada de tristeza quando pensou em Taehyung. Mesmo sabendo aonde o mesmo estava e porque, acusava-o de não visitá-lo. Se sentia insatisfeito sem a presença do mais velho. Desejava se recuperar apenas para abraçar o seu querido hyung com força e nunca mais soltá-lo.

Nunca havia se apaixonado.

Tinha lá seus medos, era algo novo. Mas amar o Kim parecia tão bom. Doía quando lembrava que estavam distantes. Uma dor boa, pois convenceu a si mesmo que isso jamais mudaria algo. Seu sentimento continuava queimando suas bochechas ao lembrar de seus bons momentos com o mais velho.

Amava-o. E era amado. Sorria bobo ao lembrar que o Kim proferira as três palavras.

Então você também gosta de mim, pensara ao lembrar do leve afago em seus cabelos. Desejou ter mais daquele carinho. Desejou Taehyung para si; apenas para ele.

Ainda estava assustado por ter sido tudo tão rápido. Todavia, estava ali em uma cama de hospital. Isso o impossibilitava de fazer o que queria. Não queria desanimar, mas as vezes a tristeza era tentadora.

Balançou levemente a cabeça, sorrindo ao lembrar que o Kim era sua melhor lembrança. Arrependia-se porém, por não ter confessado seus sentimentos antes. Poderia ter domado o coração que desejava cometer erros de Taehyung. Mas já era tarde. Tentaria tudo do começo novamente.

Ouviu a chuva cair na cidade, e observou a luz das descargas elétricas que arranhavam o céu.

O Kim era inteiramente a tempestade que caia naquela manhã. Em contrapartida, Jeongguk era a orquídea no vazo dentro do prédio, protegido pela janela. O Kim jamais o machucaria com suas gotas deveras fortes, ou seu vento violento. E Jeongguk, poderia apreciar protegido o quão magnífico seu amado era, desejando molhar-se nas águas despejadas das nuvens escuras.

INSANO | taekookWhere stories live. Discover now