Capítulo dezoito

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As semanas passavam rápido. Os pensamentos de Yoongi e Taehyung se interligavam algumas vezes, como se buscassem notícias um do outro mentalmente.

Yoongi queria conversar com Taehyung, nem que fosse para ouvir o mais novo xinga-lo dos piores nomes vergonhosos, ou não falasse nada, só desejava ve-lo; saber como estava. Percebera o quanto era ruim ficar preso dentro daquele lugar,  lamentando por seu querido dongsaeng já está ali antes mesmo que ele, pagando mesmo sem ter pensado em nada de ruim.

Percebeu que ficaria maluco pela saudade repentina que passara a sentir de Taehyung e Jimin. Mesmo que negasse, nunca havia passado tanto tempo longe dos mesmos. Faziam muito tempo que permanecia sozinho. Sentiu-se um nada por não ter recebido nenhuma visita, nem mesmo Jimin fora visita-lo, como se estivesse sendo punido indiretamente.

Estava de saco cheio de tudo que havia se tornado; do que havia feito aquele tempo todo. Deveria ter evitado tudo. Deveria ter entendido que só magoava as pessoas do seu lado fazendo aquilo. Já havia feito o estrago, mas podia concerta-lo. 

Despertou de seus devaneios ao que era empurrado levemente pelo ombro. Virou o pescoço ficando quase no canto da cama, forçando seu rosto para o lado para ver quem era, apesar de já saber.

Kyungsoo estava em sua frente, dizendo coisas que pareciam desconexas aos ouvidos de Yoongi. Parecia ter perdido todos os sentidos, menos sua visão que estava congelada em algo no corpo do outro que permanecia com a camisa laranja desbotada aberta. De repente, começou a sentir seu corpo esquentar de raiva, como se estivesse sendo dominado por um ódio surreal.

– Ei, Yoongi! Levanta aí, vamos logo. Precisamos ir para fora antes que venham atrás de nós. Sabe que temos que seguir as regras ao pé da letra, não sabe? – O riso do homem apenas serviu para aumentar a fúria que Yoongi alimentava lentamente. –Vamos cara! Parece que você congelou.

– O-o que é isso? – Yoongi finalmente proferiu, levantando da cama lentamente, levantando sua mão trêmula até o peito do homem. – O que é isso...

– Ah... – O homem abriu mais a camiseta laranja com sua destra, ao que usava a mesma para tocar no desenho de uma estrela negra sobre seu peito direito. – Foi minha primeira tatuagem e a única também. Eu ainda estava morando no orfanato na época. – Sorriu, logo sentindo seu corpo cambalear para trás quando percebeu que Yoongi o havia empurrado com força.

– Qual foi, garoto, tá ficando doido? – O homem perguntou ao que fitava as lágrimas desenfreadas caírem do rosto do mais novo. – Cara, o que ouve-

– Foi você... – Murmurou ao que fitava o chão, levantando seu olhar novamente para o outro à sua frente. – FOI VOCÊ! – Gritou ao que nem mais estava em si.

– Do que você tá falando? Eu não tô entendendo... – Kyungsoo se afastou apenas um pouco mais até se ver impedido pela grade. A aura de Yoongi estava dando calafrios a ele. Amargura e vingança era o que o olhar de Yoongi transbordava. 

– Você matou o meu pai! – Grunhiu. – Seu desgraçado, como você pode?!

O homem deixou que seus olhos desejassem sair de órbita, enquanto entreabriu os lábios em surpresa.

– Você era aquela criança perto do carro... – Engoliu em seco. – Yoongi, me desculpa, eu-

– CALA A BOCA, PORRA! – O mais novo se aproximou de modo impertinente até Kyungsoo, pressionando-o fortemente contra a grade atrás dele. – Foi você! Você tirou o meu pai de mim! Você tirou a coisa mais importante que eu valorizava, seu idiota! Por quê? POR QUÊ?!

As lágrimas de Kyungsoo já corriam em seus olhos enquanto fitava o rosto repleto de ódio da criança que sempre quis reencontrar para pedir perdão. Sentira-se culpado em todos os dias depois daquele incidente, como se tivesse arrancado sua humanidade de dentro de si. 

INSANO | taekookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora