Capítulo 2

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• Derek Narrando

Deu a hora do intervalo e fomos todos para o refeitório. A fila pra pegar a comida já estava enorme, mas avistei minha baixinha e sua amiga estranha e ruiva, bem lá na frente. Não perdi tempo. Peguei uma bandeja e um prato e fui ao encontro delas.

— Olha, se não são as duas moças mais lindas, desse colégio. — Disse dando meu sorriso, que sempre convencia e já fui me encaixando entre elas, na fila.

— Você é um cara de pau, mesmo. — Alice, que ficou na minha frente, virou o rosto pra me julgar, estreitando os olhos, enquanto negou levemente com a cabeça, em sinal de reprovação, antes de voltar a olhar pra frente, como se nada tivesse acontecido.

Olhei rápido pra trás e Ester já estava com a sua habitual cara de ódio. Esse parecia ser o único humor dessa menina.

— Ah, meninas! O que seria de mim, sem vocês? — Agradeci, porque elas poderiam muito bem me expulsar e me mandar para o final da fila, se quisessem. Mas a Alice nunca faria isso comigo.

— Só te ajudo, porque você me da carona. — A baixinha implicou.

— Ora, mas cadê aquele amor que você sentia por mim? — Fingi estar magoado.

— Me confundi. Era só fome. — Brincou e eu ri, vendo chegar a vez dela receber a comida e logo em seguida a minha.

Era dia de macarrão com carne moída, meu favorito. Saímos com nossas bandejas e ali a gente se separava, novamente. Eu ia para a mesa dos atletas e ela e a amiga sentavam sozinhas, afastadas de todo o resto.

— Até mais tarde, baixinha. — Pisquei pra ela, que me respondeu revirando os olhos azuis.

— Tchau, seu otário. — Delicada como um cactos.

Sentei com os caras e algumas líderes de torcida. O assunto na mesa era a festa que teria amanhã, na mansão da Melissa.

— E vai ter bebida? — Uma das meninas perguntou entusiasmada.

— Lógico, né? Que tipo de anfitriã você acha que eu sou? Sabe que minhas festas são inesquecíveis — Melissa respondeu com uma arrogância que já era natural nela.

Todo mundo comemorou a informação que teríamos álcool liberado, inclusive eu.
— Você vai, né, Derek? — Ouvi a voz melosa da Érika, uma que eu fiquei nas férias e agora parece que não perde as esperanças de repetimos a dose. Coisa que eu nunca faço.

Tenho pavor de criar falsas expectativas nelas. Gosto de ser solteiro. Me acho muito novo pra assumir qualquer compromisso sério. E logo eu vou estar na universidade, com uma quantidade incalculável de mulheres pra conhecer.

— Eu estou mais certo que a própria Melissa! — Falei antes de começar a comer.

— É assim que se fala. — Brandon se divertiu.

O assunto "festa" seguiu, até o rumo da conversa mudar, sem eu nem perceber, para quais as chances de Alice e Ester irem na festa, também. Eu não entendi qual era o interesse da Melissa nelas, mas não gostei.

— A chance é zero. Elas não gostam de festa. — Falei um pouco seco demais.

— Hum. É claro que você saberia disso. — Ela ergueu uma das sobrancelhas e me encarou com curiosidade. — Por que você fala com elas? Vocês são totalmente diferentes. —  Melissa indagou e parece que aquela era uma dúvida geral, já que todos estavam atentos a minha resposta.

— Eu falo com a Alice, mas não falo muito com a outra. Na real, a Ester não é de falar. — Dei de ombros. — Mas a Alice é minha amizade mais antiga. De infância, mesmo. Fora que somos vizinhos.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora