Capítulo 18

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• Derek Narrando

Eu nunca lamentei tanto, por não ir a aula. Mesmo sabendo que Brandon estava de olho na Alice por mim, eu passei o dia preocupado.
Eu queria estar por perto, pra cuidar dela, eu mesmo.

Quando deu o horário da saída, eu já estava na entrada da escola, esperando por ela, pra levá-la pra casa. Fiquei encostado no carro, com os pés cruzados e com as mãos dentro dos bolsos da calça, enquanto via os alunos saindo.

Respirei mais aliviado, quando avistei Alice, acompanhada de Ester e com Brandon atrás delas, exatamente como eu pedi.

Bom garoto.

Sorri com satisfação. Acho que eu estava paranóico demais. Deu tudo certo.

Brandon foi o primeiro a me ver e li seus lábios dizendo meu nome, com um ar surpreso. As duas me acharam em seguida, mas eu só estava interessado num par de olhos azuis, que agora estavam arregalados.

Ela parou de andar, por um momento, antes de vir, à passos apressados, ao meu encontro. Ela foi abrindo um sorriso, conforme se aproximava e eu já sorria pra ela, antes mesmo dela ter me notado ali.

— O que faz aqui? — Perguntou, ajeitando a mochila no seu ombro.

— Não ficou claro? — Puxei a mochila pelo seu braço. — Vim te buscar.

Abri a porta do carona e joguei a mochila dela na parte de trás, como ela mesma fazia.

— Mas você nem veio a aula. Não precisava. Eu ia voltar com o Brandon. — Procurei por ele, quando ouvi seu nome.

Queria agradecer com um aceno. Mas ele já tinha sumido e Ester também. Não vieram falar comigo e nem se despediram da Alice.

Hum. Será que eles estavam com pressa pra ficar a sós de novo?
Eu ri sozinho.

— Ele já nem está mais aqui, baixinha. — Ela olhou em volta.

— Ué, mas cadê eles? Eles estavam comigo agora, mesmo. — Ela parecia perdida, procurando por eles.

Segurei sua mão e ela voltou a me olhar. Puxei ela devagar, fazendo-a dar dois pequenos passos na minha direção e me inclinei, pra dar um beijo na sua testa. Vi suas bochechas corarem e eu sorri com a reação.

— Vamos. Você ainda tem que me passar a matéria. — Dei um passo para o lado, lhe dando passagem, pra entrar no carro.

No caminho, eu senti que ela estava um pouco tensa. — Você está bem? — Olhei rápido pra ela e a vi balançar as pernas e morder seu lábio, nervosamente.

Ela tá assim por minha causa?

— Uhum. — Respondeu sem falar nada.

— Tem certeza? — Olhei mais uma vez pra ela, desconfiado, e dessa vez encontrei os olhos dela.

— Eu estou bem, seu chato! — Suspirou impaciente. — É que o Sr Santiago passou matéria nova e temos muitos exercícios pra fazer essa semana. — Mentiu.

Claramente, não era esse o motivo do seu nervosismo. Química nunca foi um problema pra ela. Porém, não insisti. Seguimos o resto do caminho, falando sobre a tal matéria nova.

Chegamos na casa dela e eu fui preparar um sanduíche, enquanto ela foi tomar um banho. Eu já era de casa e tinha liberdade pra mexer na cozinha. Fiquei na sala, jogando videogame e esparramado no sofá, aguardando, até que ela, enfim, surgiu.

Cheirosa e de cabelo molhado, vestindo um blusão e um short curto de moletom. Eu não conseguia mais dar atenção ao jogo. Ela segurava a mochila pela alça e sentou no chão da sala, na minha frente. Abriu a bolsa e puxou um caderno e um estojo.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaWhere stories live. Discover now