Capítulo 20

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• Alice Narrando

Não tinha jeito, eu precisaria falar do Greg, de qualquer maneira. Então, levantei do seu colo e fui até a minha mochila, pra pegar o meu celular.

Ele se levantou, também. Mas ficou parado, no mesmo lugar, de braços cruzados e me observando, minuciosamente.

Antes de desbloquear o celular, eu já podia ler as mensagens, na tela de notificações. Tinham três, além de uma solicitação de amizade, no Facebook.

* Gregory Foster pediu pra ser seu amigo.

"Oi, baby!"

Se Derek não estivesse me olhando, eu teria feito uma careta, pra esse apelido brega.

"Preciso do seu endereço, pra te buscar"

Minha barriga gelou de nervoso. Eu achei que o encontraria lá.

"Já estou ansioso pra te ver, de novo."

Subi meu olhar da tela, até os olhos negros, que me analisavam.

— Então... — Levantei o celular. — Eu ia te falar sobre isso.

Ele esticou o braço com a mão aberta, pra que eu entregasse o aparelho e por instinto, dei um passo pra trás, fazendo-o estreitar os olhos, com desconfiança.

— Não precisa ler. São mensagens do Greg. Ele só está pedindo o meu endereço. — Expliquei, sem enrolar e bloqueei a tela, segurando o aparelho contra o meu peito.

— Greg?! — Quase gritou, com um misto de surpresa e raiva em sua voz. Com um passo largo, ele se aproximou. — Por que ele quer o seu endereço? — Vi uma veia em sua têmpora saltar e engoli em seco.

— Ele me convidou pra vermos um filme, Derek. É só isso. — Mantive um tom de voz calmo, pra tentar induzi-lo a ficar nesse estado. Mas foi inútil.

— E você aceitou? — Suas mãos se fecharem com tanta força, ao lado do seu corpo, que os músculos dos seus braços se contraíram, prontos pra socar alguma coisa.

— Eu aceitei. — Falei mais baixo e ele socou a palma da sua própria mão, me fazendo dar um pulo, pelo susto.

Ele andou de um lado para o outro, bagunçado o cabelo e me senti muito mal, por estar causado aquela confusão nele.

De repente, ele parou na minha frente, bem perto, me olhando nos olhos. — Você não vai! — Determinou, como se mandasse em mim.

Oi? Eu não acredito que ele fez isso.

Eu arqueei uma sobrancelha e puxei o ar pela boca, antes de começar a respondê-lo.
— Primeiro: Eu não preciso da sua autorização. — Falei com firmeza, erguendo o dedo indicador e ele deu mais um passo, ficando ainda mais perto.

— Segundo... — Minha voz falhou, abalada com tanta aproximação, pois eu conseguia sentir a respiração pesada dele, sobre o meu rosto. Ergui mais um dedo, sinalizando meu segundo tópico. — Nós não temos nada sério. — Ele franziu o cenho e eu fiquei confusa. — Não é ? — Busquei uma confirmação, nervosa com qual seria sua resposta.

Porém, não ouve resposta. Ele apenas me encarou em silêncio, por um segundo e então, segurou meu rosto, me beijando com certa brutalidade, por ainda estar enfurecido.

O beijo era tão profundo e intenso, que ficou difícil acompanhá-lo, já que eu ainda não tinha muita experiência. Mas eu estava gostando muito, de me sentir devorada por ele.

Num movimento ágil, ele agarrou minha cintura e me ergueu do chão, me deixando na sua altura. Por impulso, enrolei minhas pernas no seu quadril e me agarrei em seu ombros, apesar de ainda segurar, em uma das mãos, o meu celular.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaWhere stories live. Discover now