Capítulo 25

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• Brandon Narrando

Estava chato pra caralho fazer esse trabalho de biologia e eu confesso que não estava entendendo nada.

Alice resolveu botar um vídeo na televisão, sobre o assunto e fez até uma pipoca pra nós, pegando uns cobertores, como se fôssemos assistir um filme irado e não a porra de um documentário.

Mas ela, pelo visto, já sabia bastante da matéria, porque só a vi dando atenção ao Derek, que dividia o lençol com ela, deitados no sofá.

Devem estar doidos pra ficarem sozinhos, de novo.

Olhei para o meu outro lado e vi a ruivinha, deitada no chão, com a cabeça numa almofada, exatamente como eu. Inclusive, com a mesma cara de tédio.

Se a gente dividisse um lençol, talvez ficasse interessante pra nós, também.

Mas afastei esse pensamento. O que ela tem de linda, tem de brava. Vou nem arriscar uma aproximação, pra não tomar fora na frente dos outros.

Já basta os foras que ela me dá todos os dias, quando estamos a sós, no meu carro.

Depois que ela me defendeu aquele dia, na escola, eu achei que ela também estava sentindo alguma coisa por mim. Mas, claramente, eu me enganei.

É por isso que eu não gosto dessa história de sentimentos. São confusos.

Bufei e olhei o meu ponte de pipoca, vazio.

— Ei, Alice. — Chamei, interrompendo os cochichos cheios de risinhos, que ela e Derek trocavam, fazendo ambos me olharem.

— Acabou. — Mostrei o ponte como prova. — Tem mais? — Perguntei, demonstrando o meu desânimo.

— Não. Eu sinto muito. Acabou o milho. — Explicou, parecendo constrangida e eu já estava pronto pra dizer "sem problemas", mas ela continuou. — Mas se você quiser, eu posso fazer um sanduíche pra você.

Alice ofereceu, sentando no sofá e eu sorri por ela ser uma boa anfitriã.

Com certeza, eu quero um sanduíche.

Porém, Derek a segurou pelo quadril, impedindo-a de se levantar.

— Vai fazer você, o seu sanduíche. Abusado. — Ele reclamou, não querendo soltar da garota, nem por uns minutos.

— Eu faria, mas eu não sei onde fica as coisas. Sou visita aqui. Esqueceu? — Falei o óbvio.

— Tudo bem, eu faço. É rápido. — Alice insistiu, mas não conseguiu se mover, pois o braço de Derek ainda a segurava.

— O pão está na bancada. Faca na primeira gaveta. Os outros ingredientes na geladeira. Boa sorte.

Ele me instruiu, sem paciência, como se fosse tão morador daquela casa, quanto a garota que ele puxou pra deitar com ele, de novo no sofá.

E a filha da mãe se deixou ser derrubada, sem mostrar nenhuma resistência, dando risinhos, enquanto ele voltava a falar algo no seu ouvido.

Revirei os olhos com a cena melosa.

Eu espero nunca me apaixonar, porque gente apaixonada age de um jeito idiota e nem tem vergonha disso.

Credo.

Me levantei, passando por cima da ruivinha e fui pra cozinha.

Achei tudo sem dificuldade e quando só faltava cortar as cascas, pra finalizar o meu sanduba, escutei passos atrás de mim e parei o processo de corte.

Pelo cheiro de morango, eu já sabia quem era.

— Veio comer, também? — Perguntei sem olhar, pois nem precisava confirmar minhas suspeitas.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaWhere stories live. Discover now