Capitulo 28

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• Derek Narrando

Eu precisava ocupar a minha mente, enquanto Alice estivesse fora, ou eu ia enlouquecer de tanto pensar nela.

Decidi que hoje eu não veria os vídeos da minha sogra, porque isso só ia piorar a saudade que eu estava sentido da minha baixinha.

E saudade dói. Dói pra cacete.

Mandei mensagem para o Brandon, pedindo pra ele me encontrar na academia e como cheguei primeiro, comecei sem ele.

O saco de porrada balançava com os meus socos, como se a cada pancada, diminuísse um pouco a ansiedade dentro de mim. Eu sempre tive problema com ansiedade, mas estava pior naquela manhã.

Eu só não sabia se era pela saudade da Alice, já que ela ficaria apenas um final de semana longe, ou se era a merda desse segredo que eu escondi sobre a aposta idiota da Melissa.

Apesar das talas de proteção, que enrolei nos nós dos meus dedos, eu já batia com tanta força e por tanto tempo, que surgiram alguns pontos, com manchas do meu próprio sangue no tecido que era branco.

— Ei! Ei! Ei! — O som dos meus socos ecoavam pela academia, ainda bem vazia pela manhã, mas eu consegui ouvir a voz abafada de Brandon me chamando.

Parei de socar e segurei o saco pra ele parar de balançar e encostei a testa suada ali, com a respiração ofegante. — Que isso, cara! Você vai foder com a sua mão. Elas já estão sangrado.

Ele me alertou, mas era exatamente isso que eu queria. Uma dor física, pra me distrair da dor emocional.

— Eu estou bem. — Me afastei do saco pra olhar pra ele, que estava nitidamente preocupado.

— O que aconteceu, cara? Você e Alice brigaram?

Porra. Eu não queria falar dela.

Fosse por saudade ou fosse pela aposta, minha inquietação, de qualquer maneira, tinha ligação direta com ela. Eu o chamei pra me ajudar pensar em outras coisas por pelo menos algumas horas e o cara vem e me pergunta, justo, sobre quem.

— Não. Ela só foi viajar com a mãe dela. Vão voltar segunda de manhã. Eu só tô num dia ruim. — Ele pareceu entender e não a citou mais.

Enquanto eu recuperava minhas energias, sentado num banco, ele enrolou suas talas em suas mãos e fomos treinar alguns golpes de muay thai, no tatame.

Apesar dele estar com mais energia e eu já bem cansado, por conta do saco de porrada, eu ainda consegui ganhar certa vantagem sobre ele.

Paramos quando atingimos o nosso limite. Cada um deitou para um lado e, por alguns minutos, eu só ouvia o som do meu coração acelerado no meu ouvido.

Brandon me acertou alguns golpes, que agora que o meu corpo estava esfriando, dava pra sentir mais a queimação dolorida dos lugares atingidos por ele.

Pelo o que eu podia analisar, meu supercílio, minha costela e minhas mãos, eram as partes mais prejudicadas.

— Não lembro a última vez que levamos um treino tão a sério. — Ele falou sem forças.

— Eu estou morto. — Ri, mas parei, porque doeu. — Valeu, cara. — Me apoiei nos cotovelos pra vê-lo. — Eu estava precisando disso. — Confessei.

— Sempre que quiser apanhar, é só me chamar. — Falou sorrindo e se erguendo, pra ficar sentado.

A boca dele estava sangrando no canto e eu sei que machuquei bastante o braço dele, também.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora