Capítulo 14

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• Derek Narrando

Era bom demais, senti-lá agarrada em mim. Não era nenhuma novidade, carrega-la assim. Fiz isso varias vezes, antes. Mas as sensações que o corpo dela estava causando no meu, eram completamente novas.

Eu caminhava ainda em silêncio, porque eu queria que fosse ela a puxar um assunto.
Inesperadamente, senti os seios dela pressionarem mais as minhas costas, quando ela respirou bem fundo. O ar que saiu da sua boca, soprou quente contra a minha orelha, e minha pele se arrepiou.

Apertei com força sua perna, e quase parei de andar. Em resposta ao meu aperto, eu senti as mãos dela fazerem o mesmo, nos meus ombros. A tensão entre nós era quase palpável.

— Derek... — Ela falou baixo, mas sua boca estava tão perto da minha orelha, que eu ouvi com clareza.

— Fala, Alice. — Minha voz saiu um pouco mais rouca, que o normal.

— Nós sempre fomos honestos um com o outro, certo? — Eu podia sentir o corpo dela tensionar.

— Sempre, baixinha. — Assegurei, curioso com o que ela diria.

— É... e eu sempre te contei tudo sobre minha vida. — Eu sorri, satisfeito.

— E você sabe tudo sobre a minha. — Respondi a verdade.

— Sim. — Ela suspirou e eu franzi o cenho. — Então, isso significa que, se você não sabe algo sobre mim, não é porque eu não te contei. É porque não aconteceu.

Eu desacelerei o meu andar, na medida que fui entendendo sobre o que ela queria conversar e fui soltando as suas pernas. Mas ela as cruzou com força na minha cintura.

— Não! Eu não vou conseguir falar o que eu quero, se eu estiver olhando para o seu rosto. — Confessou, em desespero e eu voltei a sustentar as suas pernas. Mas ela continuou com elas cruzadas em mim, nervosamente.

Eu voltei a caminhar, mas bem devagar, porque já estávamos perto de casa e eu queria que ouvir o que ela tinha a dizer.

— Você tá falando sobre sexo. — Deduzi.

— Não só isso. — Ela ficou em silêncio por alguns segundos, elaborando o que diria. — Eu nunca te falei sobre ter qualquer envolvimento romântico. — Não foi uma pergunta, mas ela parecia esperar uma confirmação minha.

— Não. Nunca me contou sobre nada romântico. — Enfatizei.

— Isso significa... — Ela deu uma pausa, pra eu completar a frase.

— Que você é virgem? — Segurei o riso.

Ela estava tensa pra me dizer isso? Tadinha. Isso tava quase escrito na testa dela.

— Como eu disse, não é sobre sexo. — Eu estava confuso, mas atento. — Eu sou completamente, inexperiente, Derek. — Ela parecia impaciente, por eu não estar entendo logo, tudo o que ela queria me dizer, sem que ela precisasse me dizer.

— Eu sei. Já entendi. Você nunca fez nada. — Ela pareceu respirar mais aliviada, com as minhas palavras e sua pernas relaxaram o aperto na minha cintura. — E se quer saber, eu nem achava que você tivesse feito algo, Alice. — Acabei rindo e ela deu um peteleco na minha orelha.

— Para de rir. É sério. — Ela parecia constrangida.

— Eu estou falando sério. Você não parece ter feito nada, além de beijar. Mas isso não é um problema. Eu acho até uma qualidade. É bom ficar só no beijo, por um tempo, antes de você encontrar o cara certo. — Senti que ela ficou tensa de novo e eu parei de sorrir, sem entender o nervosismo dela voltando.

— Bom... na verdade, eu também nunca te falei sobre nenhum beijo, né? — Parei de andar bruscamente.

— Você nunca beijou?! — Eu falei um pouco alto demais, pela surpresa.

Já estávamos passando pela praça, do nosso bairro e me aproximei de uma árvore, dali. Soltei as suas pernas, pra ela descer e eu poder olhar para o seu rosto, mas ela grudou igual um carrapato em mim.

— Ai. Que merda, Derek! Não quero olhar pra você, agora! — Ela reclamou no meu pescoço, mas eu não a segurei, dessa vez. A hora que ela perdesse as forças, ela escorregaria.

— Você não precisa ter vergonha de mim, baixinha. Esqueceu quem eu sou? — Alisei seu braço no meu pescoço, que quase me sufocava.

Minha tentativa de tranquiliza-la funcionou e aos poucos ela foi me soltando e eu a ajudei, a terminar de me descer. Encostei minhas costas na árvore, ficando de frente pra ela, que agora encarava o chão.

Segurei o seu queixo entre meu polegar e o indicador e levantei o seu rosto, até que ela me olhasse. Aproveitei a proximidade pra analisar os seus detalhes. Suas feições eram delicadas, com a pele clara, bochechas coradas e cílios escuros, contrastando com seus olhos claros. Era a garota mais linda que eu já tinha visto.

Como ela nunca foi beijada, antes? Como EU nunca a beijei, antes?!

Deslizei minha mão pela linha do seu maxilar, até chegar a sua nuca e a segurei, puxando-a pra mim, enquanto eu me inclinava na sua direção. Sua boca estava entreaberta e sua respiração estava irregular. Encostei meu nariz no dela e ela fechou os olhos.

— Eu não sei como faz isso, Derek. — Ela sussurrou sobre minha boca, que estava a poucos centímetros da dela.

— Eu te ensino. — Botei minha mão livre, na sua cintura fina e ela colocou as suas mãos, sobre os meus ombros. — Eu te ensino tudo o que você quiser. — Sussurrei e minha voz saiu mais grave.

Ela demorou dois segundos, pra acenar de leve, me dando permissão, pra enfim, fazer o que eu já estava com vontade, havia dias.

Puxei o seu corpo, pra ficar ainda mais próximo do meu, deixando ela entre as minhas pernas e ela envolveu meu pescoço, com os seus braços.

Eu sorri, antes de mordiscar seu lábio inferior e puxa-lo, deixando sua boca entreaberta, e ganhado espaço, pra encaixar os meus lábios nos dela.

Eles eram macios, como eu imaginei. Deslizei minha língua com delicadeza, ao encontro da sua, que correspondeu vindo em direção a minha, repetindo os movimentos que eu fazia.

O beijo era suave, pra não assusta-la, mas estava sendo difícil de me controlar. Apertei mais o seu corpo contra o meu e ela acariciou minha nuca.

Senti quando ela estava ficando sem fôlego e parei o beijo com um selinho e encostei nossas testas. Abri meus olhos e vi que ela sorria.

— O que foi? — Perguntei, também sorrindo.

— Nada. — Ela deu um risinho engraçado. — É que o seu beijo tem gosto de pizza.

Eu não aguentei ouvir aquela observação e ri alto, levantando a cabeça e ela me acompanhou nas gargalhadas.

— Jura? O seu também! Porque será? — Falei segurando o seu rosto, que agora estava avermelhado pela série de risos.

— Sabia que eu amo pizza? — Ela brincou e mordeu o lábio, sorrindo de um jeito provocativo.

Danadinha.

— É? — Eu aproximei nossos sorrisos e ela assentiu. — Por acaso, pizza é a minha comida favorita. — Ela riu, mas o som das suas risadas foi engolido pela minha boca, quando eu devorei a sua, num beijo bem mais urgente, que o primeiro.

Suas mãos foram de encontro ao meu peito e senti ela tentando me afastar. Precisei de muito autocontrole, pra atender o que ela queria. A nossa respiração estava ofegante e seus lábios estavam inchados e vermelhos, pelos meus beijos exigentes.

— É melhor voltarmos à caminhar pra casa. — Ela falou um pouco desnorteada e eu cedi, mesmo não querendo isso. Deixei ela dar um passo pra trás e meu corpo sentiu falta do calor do dela, instantaneamente.

Voltamos a andar, mas eu não queria ficar afastado dela. Então passei o meu braço pelo seu pescoço e ela correspondeu, passando o seu pela minha cintura. Andamos o resto do caminho assim. Abraçados. E eu não conseguia parar de sorrir, feito um bobo.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaWhere stories live. Discover now