Capítulo Dois - Layla

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Aquilo era um sonho

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Aquilo era um sonho. Apenas um sonho do qual eu logo acordaria, rindo de mim mesma quando me visse em St. Andrews novamente por ter uma imaginação tão fértil. Aliás, eu estava sempre tendo sonhos malucos.

Mas aquilo, bem, aquilo não era um sonho. Era um pesadelo.

Conforme assistia as torres do palácio engrandecerem e ficarem cada vez mais próximas da janela escura daquela limusine luxuosa - que provavelmente custava mais do que eu conseguiria ganhar em um ano - meu estômago parecia dar solavancos, como se a qualquer momento eu fosse botar para fora toda a pouca comida que tinha ingerido na última hora dentro do avião.

Sem querer eu soltei um gemido desesperado, escondendo o rosto nas mãos.

"Você nunca mais vai falar comigo, não é?", uma voz feminina e sonora disse de repente, e eu senti minhas entranhas revirarem.

Ergui o rosto, fuzilando Alexia com o olhar. Ela parecia bastante ocupada conversando com alguém por mensagem de texto para se importar com a minha inclinação para o assassinato.

"Eu não sei", respondi, lutando para manter a voz tão neutra quanto a dela. Falhei miseravelmente, pois a frase saiu como um rosnado. "Será que tenho o direito de discutir com uma princesa?"

Alexia revirou os olhos e largou o celular no colo, olhando para mim como se eu fosse uma criança irritante.

"Eu já disse. Eu não sou uma princesa. E estou muito longe de sequer pensar em me tornar uma, sendo a décima primeira na linha de sucessão ao trono."

"E você acha que isso importa?!", eu disse com a voz esganiçada, agradecendo mentalmente que o vidro que nos separava do banco do motorista estivesse fechado. Ele provavelmente me acharia uma maluca. "Alexia, você mentiu para mim, disse que era alguém e na verdade é outra pessoa!"

Ela suspirou, e, pela primeira vez desde que tínhamos saído do avião, ela pareceu disposta a explicar alguma coisa.

Durante todo o tempo em que ela havia jogado a informação de que na verdade era a sobrinha de um rei para cima de mim, eu havia entrado em certo estado catatônico, enquanto meu cérebro parecia lutar para digerir as informações. Infelizmente tudo só piorou quando saímos do aeroporto e eu me deparei com uma limusine enorme e luxuosa que nos esperava do lado de fora, com um cara todo uniformizado e com um brasão da Família Real de Steinorth bordado em fio dourado no peito carregando nossas malas.

Desde então, enfiada naquela cabine e observando as ruas de Arthenia passarem pelas janelas e o palácio se aproximar cada vez mais, eu apenas estive de olhos fixos do lado de fora, enquanto um verdadeiro furacão parecia tomar conta do meu cérebro e eu me perguntava vezes seguidas como tinha me metido naquilo.

"Eu nunca menti para você sobre quem eu sou, Layla", Alex falou naquele instante, seus olhos fixos nos meus. "Nunca desde que nos conhecemos. Eu apenas omiti a informação de que na verdade minha família faz parte da realeza de um país no meio do mar. Não queria que você me tratasse diferente quando soubesse, por mais que, depois de te conhecer melhor, eu tive certeza de que você não é esse tipo de pessoa. Mas eu não queria arriscar e, apesar de estar tão longe da linha de sucessão ao trono de Steinorth, a mídia não ligar muito para mim e a maioria das pessoas não me reconhecerem à primeira vista, eu só queria ter uma juventude normal como a de qualquer outra pessoa e realizar meus próprios feitos sem a influência da minha família. E... Bom, estou conseguindo fazer isso muito bem desde que me mudei para a Escócia."

Um Amor Para o Príncipe Herdeiro, livro 1 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now