Capítulo Quatro - Layla

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Durante todo o trajeto pelos corredores do palácio eu tentei não pensar

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Durante todo o trajeto pelos corredores do palácio eu tentei não pensar. Não queria nem respirar. Talvez, se eu desmaiasse por falta de oxigênio, não precisaria passar por toda aquela humilhação.

Mas é claro que era inútil tentar desmaiar de propósito, e não é como se eu pudesse fingir, já que sou uma péssima atriz e não consigo me manter imóvel sabendo que alguém está me observando. Então, tudo o que me restou foi pensar.

Por mais que eu tentasse conter, minha mente parecia disposta a reviver de novo e de novo o momento patético no qual eu me desequilibrava sobre uma almofada patética e quebrava um vaso de porcelana que devia pagar pelo menos seis meses do meu aluguel. E eu até poderia lidar com isso, poderia mesmo, se estivesse sozinha. Eu eliminaria as provas do crime e daria um jeito qualquer no meu pé, aliás, quem além de Alexia naquele lugar ia dar a mínima por eu andar mancando um pouco?

Mas não, é claro que não. O destino, ou seja-lá-o-que-for, deve estar rindo da minha cara nesse instante. Rindo não, gargalhando. Eu não apenas tinha caído como uma abóbora molenga e derrubado um vaso caro, eu tinha feito isso na frente de um príncipe! Um príncipe que, por sinal, eu nem conhecia.

Sem querer, gemi baixinho, desejando virar poeira e sumir dali.

"O que foi? A senhorita está bem?", ouvi aquela voz grave ecoar. Aparentemente nós estávamos próximos demais e eu me surpreenderia se ele não ouvisse as batidas desesperadas do meu coração.

Me encolhi. Queria andar com os meus próprios pés para qual fosse o lugar que ele estivesse me levando, mas ao relancear um rápido olhar para o meu pé direito soube que aquilo seria impossível.

"Estou", respondi, e percebi naquele momento o quanto minha voz estava fraca.

"Não se preocupe, Dr. Davies não deve demorar."

Eu abri os olhos, que até então tinha mantido fechados ou cravados em qualquer ponto em que meu olhar não encontrasse com o dele.

Ao olhar para cima, percebi que a feição do príncipe estava fechada e concentrada, e seus passos apressados diziam que ele talvez estivesse mais preocupado comigo do que deixava transparecer.

Droga! Ele devia ter coisas melhores para fazer do que aquilo, e eu, embora não quisesse admitir, tentava internamente sufocar aquele pânico que parecia tomar conta das minhas veias. Pânico esse que não tinha nada a ver com aquele incidente.

Eu não ficava sozinha com um homem desde Joseph. Tinha me esquivado de situações parecidas diversas vezes nos últimos meses mentindo para mim mesma que não seria boba daquele jeito de novo e que aquele terror seria passageiro. Mas não era. Eu estava aterrorizada e sabia disso, meu coração martelava e eu conseguia ouvir o zunido do sangue pulsando em meus ouvidos. Tudo o que eu queria era que Alexia estivesse ali, como sempre esteve.

Um Amor Para o Príncipe Herdeiro, livro 1 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now