Capítulo 19

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— Lu! Você sumiu. Te procurei em todo lugar. Era Paty vestido com um vestido rosa e casaco branco. Ela vem em minha direção  e dá um abraço apertado. Estava preocupada, como você está?

— Estou um caco amiga. Já tive a primeira discussão hoje com o Sr. Watson.

— Mas porque?

— Resumidamente, ele queria me impedir de trabalhar. Achou que ia fugir.

— Meu Deus que homem louco.

— Pois é, e agora além de estar presa com ele, me obrigou a andar com um motorista para cima e para baixo. Creio que ele esteja vigiando os meus passos. Ele vem me buscar às 17:30.

Paty olha o seu relógio de pulso e constata que ainda são 16:30. — Vem Lu, temos uma hora então para tomar um bom café e você me contar os detalhes. Foi bom conversar com a Paty ela me anima. Nós comemos, demos boas gargalhadas. Nos despedimos e eu faço o meu caminho de volta a escola para aguardar o motorista que me levaria ao meu sofrimento.

***

Pelo resto da semana, repito sempre a mesma sequência: acordo, trabalho, me afundo em lágrimas, leio algum livro, oro e durmo. Quero dizer tento dormir. Tem sido muito difícil para mim, ficar longe da minha família, da minha casa e habitar debaixo do teto de um estranho. Durante a semana é muito fácil evitá— lo. Quando eu chego em casa, ele não está. Como alguma coisa preparada pela Anne, tomo banho e vou dormir cedo. As manhãs tão pouco encontro com ele. Quando eu saio para trabalhar, creio que ele ainda está dormindo. Como a escola fica quase 1 hora de onde eu atualmente vivo, também não encontro com ele. O que me atemoriza, é que hoje é sexta— feira e isto significa que terei o final de semana inteiro para conviver com ele em casa. Será que vou agüentar este final de semana? Sento na minha cama e coloco a minha cabeça entre os joelhos. Fico pensativa até que o medo e a tristeza se tornam meu aliados. O que vou fazer? No meio deste turbilhão de sentimentos adormeço e acordo com o sol adentrando o meu quarto. Abro os olhos e acordo com uma frase na minha cabeça: " O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmos 30.5) . Com aquela frase na minha cabeça, tomei coragem, levantei, tomei um banho, coloquei um vestido e resolvi descer para tomar café da manhã.

— Bom dia menina Luisa. Encontrei Anne na cozinha sempre sorridente

— Bom dia Anne!

— Vejo que acordou mais corada hoje.

— Obrigada!

— Gostaria de tomar café! Sim por favor. A bancada da cozinha estava repleta de pães, bolo, suco, frutas e café. Mordisquei um pedaço do bolo de maçã e tentei puxar conversa com a Anne. — Hum está uma delícia!

— Obrigada menina.

Sem eu perguntar nada ela virou em minha direção e disse. — O Sr Harry está na academia da propriedade, já deve estar chegando para tomar café. Você não prefere esperá— lo?

Sorri meio sem graça e terminei de comer o pedaço de bolo que já tinha pego. — Sim claro, meu estômago pode esperar para comer suas delícias. Ela sorri com o elogio que tinha feito. Fiquei na cozinha esperando pelo Sr. Watson e conversando com a Anne. Creio que 10 minutos depois, ele entrou no ambiente. Ele estava vestindo uma bermuda preta e uma blusa branca. Estava com os cabelos bagunçados e um pouco suado. Como ele era bonito. Os seus olhos azuis pareciam estar bem mais claros hoje.

— Bom dia! Disse cumprimentando a mim e Anne.

— Bom dia! Respondemos como se estivéssemos em coro.

— Sr Harry e Senhora Luisa, com licença. Como assim com licença? pensei. Fiquei atônita, não queria ficar sozinha com ele naquele lugar. Como uma forma de conter meu medo perguntei a ela: — Não gostaria de se juntar a nós e tomar café?

Ela me deu um sorriso sem graça e disse que não podia, porque já tinha outros afazeres. Não! Gritei internamente. Não me deixe aqui sozinha com ele. E a vi passar diante dos meu olhos e deixar a cozinha. Acho que a minha expressão era de desespero.

— Dormiu bem Luisa? Escutei a voz dele grossa e bem masculina.

— Sim, dormi. Obrigada! Fique ali estatelada olhando para ele. Acho que ele percebeu o meu despero.

— Você quer perguntar alguma coisa Luisa?

— Café?

— O que?

— Quer café?

— Não obrigado! Não gosto de café.

— Ah, sim entendo. Pois eu adoro. Respondi tentando ser simpática. Isto puxei ao meu pai. Ele amava café também.

— Hum. Me respondeu com um tom que não estava interessado pela conversa. Me calei e tomamos o nosso café em silêncio. Quando já ia terminando ele se virou para mim e disse. — Vou tomar um banho e já desço para sairmos. Esta será a sua primeira aparição em público como minha esposa. Gelei com aquele comentário.

Contrato de Casamento (completo)Where stories live. Discover now