Capítulo 22

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Hum... me espreguicei, hoje era domingo. Não sabia o porquê, mas amava os domingos. Quando eles eram ensolarados então, eram bem melhores. Me levantei e olhei o espelho no banheiro. Ri de mim mesma, mas que cara amassada. Tomei banho e me arrumei. Do meu quarto já dava para sentir de longe o aroma de café.

— Hum que cheiro bom!

Adentrei a cozinha e a mesma já estava repleta de muitos quitutes deliciosos.

— Anne se continuar me tratando assim, não vou passar nem na porta. Rimos com o meu comentário.

Como o dia estava lindo, resolvi sair daquela casa e passear no jardim da propriedade dos Watson. O céu estava realmente azul e os raios de Sol tocavam o meu rosto. Respirei fundo para sentir o cheiro das flores e cada vez mais que adentrava o jardim, constatava que elas eram lindas. Tirei as minhas sandálias e fiquei descalça sobre a grama, como ela era fofinha. De longe avistei uma grande tenda branca e resolvi conferir o que era. Quando cheguei ao lugar, fiquei deslumbrada! Era um orquidário. Sem querer soltei um NOSSA! QUE LUGAR LINDO!

— Também acho! Escutei uma voz feminina.

Me virei para olhar e era Dona Elizabeth vestindo um vestido bem florido e um chapéu de palha. Fiquei surpresa em vê— la vestida daquela forma. Não parecia a mesma mulher que tinha visto no jantar, em que fui apresentada para toda a família.

— Oi Dona Elisabeth, desculpa não queria incomodar. Mas hoje o dia está tão lindo que resolvi dar uma volta no jardim e acabei chegando aqui.

— Oi minha querida! Não precisa se desculpar. A casa também é sua. Fique a vontade.

Estremeci com a frase dita por ela. E por um minuto me senti mal por ser intrusa naquele lugar.

— Vem vou lhe mostrar o meu orquidário.

E seguimos juntas naquele lindo lugar. Ela estava animada me mostrando todas as espécies que cultivava. — Olha esta aqui é uma orquídea negra. É bem rara. Esta aqui é uma Catleya, é linda não é.

— Sim é mesmo. E como a senhora começou a cultivá— las.

— Ah, sim é uma tradição da minha família, todas as mulheres cultivavam. Depois que vim morar aqui, pedi para Paul um espaço e montei este orquidário.

— Nossa que legal! Será que um dia a senhora pode me ensinar como se faz? Amo flores também! Mas as minhas preferidas são os lírios.

Pude vir um brilho nos olhos de Dona Elizabeth com a minha frase e ela se agitou muito animada.

— Claro, Luisa! Vou amar. Como só tive filhos homens, eles não se interessam por flores. E as minhas outras noras, também não. Ela me estendeu um braço e adentramos mais aquele lugar.

— Então Luisa, me diga como está a experiência de ser casada com o meu filho?

Oh não e agora, o que vou dizer a ela? Penso comigo mesma.

— Está tudo bem, ele é bem gentil! Só que não disse para mim mesma.

— Todos nós fomos pegos de surpresa com o casamento de vocês, mas é bem típico do Harry. Ele sempre foi assim. Muito intenso em tudo o que faz, o mais importante para ele é se aventurar. Quando ele era adolescente tivemos muitos problemas. Foi um período complicado. Ele faltava as aulas para poder ir a praia, vivia saindo a noite. Deixávamos Paul e eu de cabelos em pé. Mas fico feliz dele ter conhecido você. Você parece uma pessoa boa e muito centrada. Acho que vai conseguir ajudar o Harry. Ela fala de jeito afetuoso.

Forço um sorriso sem graça. — Espero que sim.

— Tenha só um pouco de paciência com ele. Ele tem um gênio muito forte, mas é um bom homem.

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