Capítulo 20

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Chegamos em um enorme clube no centro de Los Angeles. Tinha uma enorme fachada e letras douradas do lado de fora. Se chamava Sts Paul's. Fiquei congelada com aquele enorme lugar. Tinha vários carros luxuosos estacionados naquele lugar e observei as pessoas bonitas e elegantes passando. Não gosto de festas, ainda mais de festas elegantes. As únicas festas que eu freqüentava eram as que fazíamos para as crianças na escola. Nossa aquilo sim era festa. Bolo de chocolate, refrigerante, salgadinhos e docinhos hummm... até me deu vontade de comer. Não tinha nem reparado que o carro já tinha parado. Fiquei igual uma estátua parada dentro do carro. Acho que a única coisa que se mexia eram meus olhos e minha respiração.

Harry abriu a porta do carro e estendeu a sua mão em minha direção.

— Vem, você precisa descer daí.

Me senti uma idiota, acho que fiz a mesma cara do gato de botas do Shrek. — Por favor, você não pode ir sozinho e me deixar aqui?

— Luisa, desce do carro. Ele oferece a sua mão novamente para mim. Eu reluto em descer do carro, mas agarro sua mão e ele me ajuda a descer. Ele enlaça o seu braço entorno da minha cintura, fingindo que somos um casal.

— Bom dia Sr Watson seja bem vindo! Uma mulher loura, de olhos verdes o cumprimenta.

— Bom dia!

Adentramos aquele imenso lugar. Quando estávamos próximo ao salão principal um fotógrafo veio em nossa direção. — Sr Watson uma foto, por favor!

— Sim claro fique a vontade. Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou as palavras: Apenas Sorria! Para disfarçar, me deu um beijo na testa. Nos abraçamos, sorrimos e fingimos ser o casal perfeito para o fotógrafo.

O lugar era cheio de estátuas que lembram o período renascentista e todo cercado de rosas das mais belas cores. Fiquei totalmente encantada por elas, amo flores.

— Do que se trata este evento?

— É um evento feito para arrecadar dinheiro para os soldados que voltaram da guerra.

— Isto parece muito bom! Mas porque  estamos aqui?

— E é.... a minha empresa patrocina o evento. Por isso, preciso estar presente. Vem vamos entrar.

Fui apresentada para um milhão de pessoas, todas mas bem vestidas do que eu. As minhas bochechas já estavam duras de tanto sorrir. Finalmente chegamos a área das mesas, onde estavam muito bem organizadas, com toalhas brancas e com lindos arranjos de flores. Cada mesa tinha 6 lugares. Isso significa que vamos dividir a mesa com algumas pessoas. Tomamos nossos assentos. Enquanto uma banda de jazz tocava eu observava as bandejas passando com comida e bebida. Estávamos dividindo a mesa, com 2 casais. Um tinha por volta de 40 anos e outro acho que tinha em torno de 60 anos.

— Senhor e Senhora Jones esta é a minha esposa Luisa. Ele cumprimentou o casal mais velho. O homem estava vestindo uma roupa de oficial da Marinha.

— Oh garoto. Tinha ouvido que tinha se casado. Meus parabéns ela é muito bonita! Espero que sejam muito felizes, como sou com a minha queria Amy.

Agradeci gentilmente com a cabeça. — Luisa estes são o Senhor e a Senhora Ford.

— Olá os cumprimentei também. A esposa do Senhor Ford começou a puxar conversa comigo.

— Luisa no que você trabalha?

— Ah, eu sou professora.

— Nossa uma profissão desafiadora! Ensinar não acha?

— Ah é sim, mas amo meu trabalho. Não há mais nada recompensador do que ensinar e ver a alegria no rosto das crianças.

A nossa conversa foi interrompida com o inicio do evento. O evento foi bem bacana, os discursos de ex combatentes, foram bem emocionantes. Como sou uma manteiga derretida, chorei várias vezes. Teve uma espécie de leilão para arrecadar dinheiro para os ex— combatentes.

Após o evento foi servido um coquetel na área externa. Harry me deixou por instantes para cumprimentar alguns conhecidos. Para me distanciar daquela multidão, segui em direção ao jardim, onde tinha as rosas. Ali estava vazio e podia ficar em paz comigo mesma. Fiquei pensando na minha irmã. Ela ia adorar este evento. Com certeza ela ia saber se portar, conversar, já que é tão espontânea. Já eu fico muito desconfortável com a riqueza e glamour. Pego o meu telefone e mando uma mensagem para ela.

Oi estou em uma festa, que é a sua cara! Que saudades de você! Espero resposta, mas nada veio. Ela deve estar ocupada.

Isto não faz parte do meu mundo e definitivamente é uma coisa que não gosto. Estava perdida dentro de mim mesma, quando sinto uma mão quente tocar meu ombro.

— Porque você sumiu? Te procurei pela festa toda. Disse ele um pouco exaltado.

— Desculpa, estava precisando tomar um ar. Precisava sair dali.

— Você é muito estranha Luisa. Muitas mulheres gostariam de estar em seu lugar. De estar na mídia e ser apresentada para pessoas influentes.

— Sr Watson eu sou diferente. Me desculpa a sinceridade, mas acho este mundo bem vazio. As pessoas querem aparecer, mas eu não gosto. Gosto de ter a minha privacidade e de estar rodeada com pessoas que amo.

— Com certeza a sua irmã iria gostar. Ele falou em um tom irônico.

— Sim disso eu tenho certeza. Disse cruzando os braços

— Vamos voltar para a festa. E sai me puxando.

Quando voltamos a banda de jazz estava mais eufórica e eu vi pessoas dançando pelo salão. — Vem vamos dançar, disse ele me conduzindo ao salão. Segurei o meu braço e parei, como burro empacado.

— Não posso fazer isto. Não sei dançar -sussurrei.

Ele balançou a cabeça em sinal negativo e revirou os olhos, como senão acreditasse no que estava acontecendo.

— Vem Luisa eu te ensino. É fácil. Meu Deus de que planeta você veio?

Me senti uma estúpida com o comentário dele acho que fiquei roxa, não sei se de vergonha ou de raiva. Ele se aproxima de mim, me pega em seus braços e começa a se mover me conduzindo pela música. Nossa eu estava muito próxima dele agora, dava para sentir o cheiro do seu perfume amadeirado e bem masculino. Acho que dançamos umas 3 músicas em seguida. Na última música ele se aproximou mais de mim e colocou uma das suas mãos na minhas costas. Me assustei com o ato. Todos que estavam na pista de dança nos olhavam, nos admirando. 

— Já fizemos a nossa excelente atuação, agora já podemos ir.

Partimos em direção ao estacionamento e chegamos no carro rapidamente. Ele ligou o carro e partimos  para casa. O caminho foi todo em silêncio. Não acredito que ele teve coragem de fazer aquilo, só para fingir que éramos um casal. Que tipo de homem ele é.

Contrato de Casamento (completo)Where stories live. Discover now