Capítulo 44

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O meu coração sucumbiu quando eu vejo uma ligação do hospital. Eu segurei o telefone com força, me preparando para o pior.

— Alô. Atendi com uma voz trêmula.

—Luisa Watson.

—Sim, porque?

—A sua mãe acordou e pediu para vê-la.

—Ok obrigada! Pude respirar aliviada.

Entrei no quarto e vi que a Sofia também estava lá. Fiquei olhando as duas ali. A Sofia segurava a mão da minha mãe. Me cheguei mas perto da cama. Mas não disse nada.

— Luisa. Pude ouvir sua voz baixa e fraca no fundo e seu gesto me estendendo a mão. Gentilmente eu peguei na mão dela e a beijei. Ela me esboçou um sorriso fraco. Ela tentou balbuciar alguma coisa, mas não entendemos.

— Hei mãe, não fala nada. A senhora precisa descansar. Pedi a ela. Mas não se conteve e começou a falar baixinho. Eu e Sofia nos abaixamos para entender o que ela dizia. Balbuciou a frase: —Peguem um envelope na minha bolsa. Sofia assentiu, abriu a bolsa da minha mãe e pegou um envelope. Dentro dele tinha uma carta. Levou as nossas mãos e as colocou no coração. —Leia por favor! Pediu para a Sofia e a mesma começou a ler.

"Queridas filhas,

Estou fazendo terapia e o meu médico me orientou colocar tudo que sinto no papel. Ultimamente tenho avaliado a minha vida e refletido o ser humano que tenho sido. Com certeza poderia ter sido melhor, ter enxergado a vida de uma forma mais fácil e simples. Por muito tempo fiquei presa com coisas pequenas que achei importante, mas que na verdade não são. O que importa são os sentimentos e por muito tempo os escondi aqui dentro. Acho que nunca expressei o amor que tenho aqui dentro do meu coração. Sei que não fui uma mãe muito boa para vocês. Mas queria que soubesse que amei muito vocês, do meu melhor modo.

"Sofia, minha filha linda te amo muito! Você foi a razão do meu viver". - Sofia não se conteve e começou a chorar. Também não pude me conter e as lágrimas desceram no meu rosto.

Luisa! Filha! Me perdoa... perdoa tudo o que eu te fiz passar. Eu também te amo. Você foi o alicerce da nossa família"Ouvir aquelas palavras da minha mãe, me deixaram emocionada. Não me lembro a última vez que tinha escutado.

Sofia mesmo com a voz embargada voltou a ler: "A vida é muito curta para guardarmos ressentimento, quem perdoa e se perdoa, vivem em paz". Estou tentando ser um ser humano mais evoluido, então escrevi esta carta para pedir perdão para vocês e pedir que vocês se perdoem. A vida é muito curta para guardamos ressentimento. Por favor se perdoem, se amem e cuidem uma da outra.No final da carta tinha uma frase de um autor desconhecido: "Quando você perdoa alguém ou alguma situação, geralmente você está curando aquela ferida dentro de você. Talvez seja difícil deixar o orgulho de lado para isso, mas pense na força da outra pessoa que permitiu-se reconhecer o erro. A evolução da vida está no perdão do mal e na gratidão pelo bem."

Naquele momento eu e Sofia entendemos o recado. Nos olhamos e instintivamente nos abraçamos. Choramos juntas. As nossas lágrimas lavaram a mágoa e ressentimento que sentíamos uma pela outra.

—Maninha me perdoa!

—Para Sempre!

*****

Naquela noite minha mãe não estava diferente. O seu rosto não tinha mais a uma expressão de dor e sim de paz.

— Lu, porque os médicos estão demorando tanto?

— Não sei.

—Sinto muito senhoras ela teve uma parada cardíacae infelizmente ela não resistiu. Sofia solta um grito de dor e escorrega pelochão e eu a amparo.Ficamos ali no chão do hospital consolando uma a outra. Ador nos separou, mas o amor nos uniu

Contrato de Casamento (completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora