O perigo estava mais perto do que imaginava (Capítulo 44)

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Ryan

Pela primeira vez em mais de cinco anos, retornava a um dos mais incríveis restaurantes do mundo todo, ficava em frente a mais bela praia de todo litoral italiano, a paisagem do local era indescritível, de forma que me fazia a comparar a um tela pintada por Van Gogh. Estava a espera da pessoa que menos queria ver no mundo, meu pai, mas era necessário este encontro, se tínhamos uma coisa em comum, era gostar de ver a felicidade de Amber e Ella, e quando estávamos brigados eram elas quem sofriam. 

Peguei a quarta taça de vinho e levei a boca degustando um dos melhores vinhos italianos, fechei os olhos me ajeitando melhor a cadeira, estava estressado e minha cabeça parecia que iria explodir. Um dia, apenas um dia como Don da determinada famiglia e estava cansado, meu pai podia ser um bom chefe de toda a parte ilícita, mas como empresário não sabia gerenciar ao menos um padaria, tudo nas empresas de fachada estava errado, desde a contabilidade aos encargos, mais de cindo mercadorias vindas da Colômbia estavam atrasadas e pelo visto isso me daria ainda mais dores de cabeça. 

Abri os olhos e encarei a porta de entrada na esperança que Giovanni passasse por ali, não aguentava mais esperar, porém para minha infelicidade quem passou foi Finnick, ele estava muito bem vestido, como para ir a um jantar de gala ou algum evento importante. Implorei aos céus para que fosse apenas uma coincidência ele estar ali, mas foi em vão, ele veio diretamente a minha mesa e se sentou a minha frente rodeado por seus cães de guarda, levei minhas mãos as minha têmporas e as massageei, sabia que o que viria após aquele momento de silêncio entre nós me tiraria todo o resto de minha paciência e sanidade.

- Ryan, Ryan, novo Don de uma das maiores máfias de toda Europa, sair sozinho é perigoso para alguém de tanto prestigio quanto. - Finnick disse em tom despojado, arregaçando as mangas de seu terno evidenciando as várias tatuagens por seus braços. 

- Como Capô Regime, sabe que tem olhos da famiglia em cima de mim por toda Sorrento, nunca estou sozinho meu caro. - estralei meu pescoço que parecia doer cada vez mais. 

- É muita confiança para um pessoa só. - ele levou a mão a parte de dentro de seu terno e retirou um charuto cubano e um isqueiro cravejado por diamantes. - Eu, por exemplo, poderia te matar agora, com um tiro no meio de sua testa. - ele gargalhou, levando após o charuto a boca. 

- Você só não fez isso ainda, porque sabe que não sairia vivo nem se rezasse a um Deus existente, é impossível matar um Don sem sair em um caixão, sem ser reconhecido nem ao menos pelos laudos médicos. - Finnick soltou uma risada estrondosa. 

- Como você acha que seu avô morreu? Bala perdida? - Finnick deu uma longa tragada em seu charuto. - Matar um Don não é impossível, só é complicado. - ele deu seu charuto a um de seus cães e se inclinou para fitar meus olhos com todo o ódio existente no mundo. 

- Il tuo piano è ben pianificato, disgraziato?*- usei o bom e velho italiano, o idioma de nossa terra natal. - Perché lo spero!** - o encarei em total autoridade. 

O sorriso maléfico que se apoderou dos lábios de Finnick era detestável. 

- Non ancora.*** - ele se levantou, pegando em seu coldre uma 38 prateada, com cartucho muito bem carregado. - Ma quando lo sarai, e sarai a un metro da terra, sarò felice di avere Louise come mia matriarca, prometto di giocare con il suo erede come se fosse mio!****

Senti todo meu corpo se contrair em dor, Finnick colocar Louise e meu filho no meio de toda essa merda me fazia acender todo o ódio em mim guardado, sem conseguir parar meu corpo, me levantei e dei um belo soco no rosto "perfeitinho" de Finnick, ele cambaleou e deu um passo para trás,  levou a mão até o lábio cortado e limpou o sangue, ele levantou seu rosto, me encarou e continuou com o sorriso cínico nos lábios. Como se não conseguisse conter meu próprio corpo, que estava transbordado por ódio e dor, me direcionei até Finnick e o peguei pela gola de seu terno bem passado, ouvi o barulho das armas serem engatilhadas mas pouco me importava, estava cego de medo, ódio. 

Por um acasoWhere stories live. Discover now