1. f i r s t

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Las Vegas, USA. Sexta Feira - 12:00 PM

*Batidas na porta* - Filha?

- Hum...

- Leila!

- QUE É?! - levanto a voz.

- Desce aqui por favor? faz tempo que estou te chamando e você nem para vir na hora que te chamo!

- ARGH! Ta bom! - me levando do chão empoeirado do meu quarto - TEM ALGUM HOMEM AI?! - continuo perguntando me esgoelando de tanto gritar.

- Homem?? Você enlouqueceu, Leila? faz 6 anos que homem nenhum pisa nessa casa!

Sorrio ironicamente.

- Agora da para você descer?! - Fala firme.

- To indoooo... - Canto dando passos fortes indo ao encontro de minha mãe.

Termino de descer a estreita e velha escada de madeira da minha pequena casinha, que parece mais um ninho de passarinho e só dou mais um único passo para meu lado direito, caindo diretamente na mini cozinha onde se encontra mamãe.

- Oi, linda... - Diz com uma voz suave mantendo pouco contato visual comigo e volta a olhar sua revista da semana. - sente-se por favor, quero ter uma conversa séria com você...

Ando até a pequena mesa redonda e vou sentando lentamente na cadeira a sua frente. - Sério?... Aconteceu... alguma coisa? - Me Preocupo.

- Bom, aconteceu... quer dizer, nada que novo, mas dessa vez... enfim deixa eu explicar. - Joga longe sua revista que cai dentro da pia cheia de louça suja e molhada. - As autoridades me ligaram de novo...

- AH! Era isso?! - Interrompo.

- Sim.. me encherem, encherem, encherem, falaram, falaram... mas falaram MUITO! E como falaram...

- Ta ok, e como de costume você mandou eles se lascarem, né?!

Ela respira fundo olhando para baixo e volta a olhar para mim. - Era isso que eu tinha para te contar...

Mostro-me confusa depois do que disse mas volto a olhar seriamente para ela.

- Eles estão ameaçando me prender... bom... ameaçando não, eles VÃO me prender o quanto antes!...

Arregalo os olhos e grito - O QUE?!

Ela confirma com a cabeça.

- Mas mãe... isso NÃO pode acontecer! O que você vai fazer?! E seus advogados?! - digo levantando bruscamente da cadeira e andando desesperadamente de um lado para o outro.

- Eu conversei com eles, Leila... liguei para todos. Fiquei a noite toda de ontem falando horas e mais horas sobre o caso, mas somente essa manhã chegamos a um acordo...

Paro de andar compulsivamente. - Acordo? E que acordo é esse, Valerie, ME FALA! - Me debruço na mesa em direção a ela.

Minha mãe fixa seus olhos nos meus e respira profundamente umas duas vezes antes de me dar alguma resposta. - Filha, você... - volta a olhar para baixo - Você vai ter que entrar em uma escola, filha.

Meus olhos se arregalam novamente e sinto meu corpo começar a tremer e ficar anestesiado aos poucos enquanto vou processando o que minha mãe havia dito. Vou me afastando da mesma lentamente arrastando o braço pela mesa e ela vê o quanto estou tremendo.

- Filha, me desculpa, mas foi a unica forma que eu achei para eles pararam de ficar no meu pé. Nós conseguimos todos esses anos aguentar eles nas nossas costas cobrando e ameaçando tirar você de mim e do seu pai pelo fato de não colocarmos você na escola... mas não é por mal, não temos condição, não temos dinheiro nem para nos alimentar todos os dias imagina para pagar uma boa escola para você?

Animals Between UsWhere stories live. Discover now