Capítulo 1

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Leveza, sutileza. Encontros, descobertas. Medo, frustrações. DECISÕES. Transições, insegurança. Responsabilidade, ESCOLHA. Futuro, profissão. RENÚNCIA.

O que está na frente dos seus sonhos? Lembre dessa pergunta! Estamos realmente prontos para viver? Qual o Preço de um Sonho?

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San Diego - 11 anos atrás

- Surdo e mudo, mas conta tudo? - Anahí perguntou, para dar início a charada do dia. Ela caminhava contando os passos mentalmente, os cabelos caiam sobre os ombros, e vez ou outra ela se desvencilhava de alguns fios que grudavam em seus lábios cobertos por um gloss.

- Essa vou acertar de primeira, é a Maite. Se finge de surda e muda, e é só eu virar as costas que ela destila essa língua afiada pra Dona Ruth. - Alfonso devolveu irônico, antes de virar o rosto e avistar sua irmã com a expressão estupefata.

- Não tinha pensado nisso. - Anahí gargalhou da resposta sem conseguir controlar o ímpeto na frente da amiga.

- Vocês dois são ridículos. - Maite respondeu na defensiva. - E eu não perco meu tempo cuidando da sua vida, tenho coisas bem melhores pra fazer. - Emendou apressando o passo quando avistou o ônibus se aproximando.

- Epa. - Anahí ergueu as mãos em sua defesa. - Seu irmão que começou, tudo isso para fugir do foco. Então, responde ou desiste? - Inclinou o rosto para a esquerda, o fitando. As bochechas permaneciam coradas devido o acesso de riso.

- Preciso de um tempo, não consigo pensar sobre pressão. - Alfonso coçou a cabeça.

- Não vale pesquisar na internet. - Anahí ponderou. - Você pode responder quando for jogar com Jesse, mas se trapacear vai carregar minha mochila o mês inteiro.

O ônibus se aproximou, parando logo na frente dos três. Alfonso entrou primeiro e caminhou até o fundo, onde estavam alguns colegas do 3° ano. Maite acompanhou ainda emburrada com a brincadeira do irmão, nas últimas semanas ela perdia a paciência com facilidade, talvez fosse resultado das noites mal dormidas que antecediam o período de provas, ou das mudanças hormonais que lhe aflorava os nervos. Anahí a seguiu cumprimentando o motorista, e logo avistou Sophia escondida por trás de um livro de história, sentou-se ao lado dela e fingiu tossir para chamar sua atenção.

- Ah oi, estava revisando a matéria da prova. - Sophia respondeu se adiantando. - E seu laço está torto. - Levou as mãos até os cabelos de Anahí, e centralizou o laço de fita vermelha. - Cadê seu irmão? - Indagou curiosa.

- Não vem hoje, está resfriado. Que prova? - Anahí pestanejou.

- Não Anna, não diga que esqueceu a prova, por favor não diga isso. - Sophia a fitou franzindo o cenho.

- Eu esqueci a prova. - Devolveu repousando a mão na testa. - Droga, droga, droga. - Ralhou cruzando os braços, ela sabia que precisava melhorar as notas em história, o professor da disciplina ansiava por reprová-la. - Soph, você precisa me ajudar, meu pai me mata se eu reprovar, sou muito nova para morrer. - Dramatizou.

- Eu conheço esse discurso, ainda bem que você tem sorte e fiz um resumo do assunto. - Sophia respondeu, tirando um papel dobrado do bolso da calça. - Toma Dora Aventureira, vê se concentra.

Anahí salpicou um beijo na testa da amiga, o sorriso mal cabia no rosto, se perguntava várias vezes o que seria dela sem Sophia. Ela lera o conteúdo do papel amassado, e agradeceu mentalmente pela facilidade em decorar, deveria ser a necessidade, uma vez que sempre deixava absolutamente tudo para última hora.

O Preço de um SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora