Capítulo 34

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Alfonso


Depois de esclarecermos todos os pontos que haviam nos afastados no último ano, onde mais uma vez constatei que mesmo com a personalidade forte e extremamente irritadiça, Anahí sempre reconduzia seus pensamentos para o que era justo, sanando assim o clima de rispidez que poderia voltar a ter quando encontrasse Lily outra vez. Não pude me sentir mais reconfortado e orgulhoso pela atitude dela em prestar solidariedade a mulher que tanto detestava, por um lado eu sabia que lhe atingia por ser também uma perda minha, mas diante dos seus olhos, percebi que não era só isso, a garota sentiu a nossa dor, se colocou em nosso lugar, e eu nunca deixaria de ser grato por isso.


Continuamos jogados no tapete por um longo período, eu estava cansado pelo longo voo, mas ela claramente estava mais, o espetáculo fora de fato perfeito, e eu me sentia feliz por finalmente estar lá para vê-la se apresentar e ser aplaudida de pé. Era mesmo a minha bailarina preferida.


— Eu posso fazer uma massagem nos seus pés, se quiser – Ofereci, vendo-a massagear os dedos soltando gemidos baixos.


— Eu aceito, é claro que sim. – Sorriu – Mas não agora! Agora eu quero outra coisa.


Eu a observei se aproximar outra vez, sorrindo e enlaçando os braços em meu pescoço. Nada parecia suprir a saudade e a vontade que eu estava daqueles lábios.


— O que você quer? – Questionei, colocando as mãos em sua cintura e trazendo-a para mais perto. Anahí ainda deu um meio sorriso sugestivo, para sussurrar em meu ouvido.


— Vinho e mais sexo – Sussurrou – Mas pelo menos umas quatro taças de vinho eu vou beber antes de tirar a roupa pra você.


E então ela se afastou, rindo e correndo feito uma criança alegre em direção a cozinha.


Que saudades eu estava dessa garota.


Anahí voltou com uma garrafa de vinho e duas taças, e juntos colocamos alguns pedaços de madeira na lareira. Logo estávamos rindo ao relembrar algumas coisas que vivemos, situações inusitadas que certamente ficarão marcadas para sempre. Como o dia em que fiquei horas velando seu sono por chamada de vídeo, a intenção era dividirmos os acontecimentos da semana, mas ela não ouvira nem o começo das minhas indagações, logo dormira na frente da tela, e fui incapaz de finalizar a ligação, até que eu mesmo adormecesse.


Olhando para trás agora comprovo que minha vida não teria sido nenhum pouco completa se aquela garota não existisse nela. Mesmo com todas as ausências, distanciamentos e renuncias, o meu destino era viver com ela, não importava se por uma semana, um mês ou um ano, Anahí era capaz de me fazer feliz com um simples curvar de lábios, ou me enchendo de promessas que se quer sabíamos poder cumprir.


A garrafa de vinho já estava vazia e nossas taças quase chegando ao fim também quando eu pedi para que ela me falasse em detalhes como passou durante esse tempo em que ficamos separados.


E quando ela começou a falar sobre como se entregou aos ensaios e ao ballet eu não pude ficar menos que aficionado em seus olhos, brilhavam de tal forma, poderia ficar por horas a escutando.

O Preço de um SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora