Capítulo 25

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Alfonso


Não sei quanto tempo se passou enquanto nos olhávamos intensamente. Eu já tinha a ciência de que o silêncio sempre falaria por nós, principalmente quando as palavras eram insuficientes para descrevermos o que sentíamos um pelo outro. Anahí arfava, como se precisasse de mais algum tempo para digerir meu pedido.


Me desprendi dela e ergui seu tornozelo, primeiro me desfiz de suas sapatilhas, uma a uma, e demorei ali distribuindo beijos em seus pés, principalmente onde os tons arroxeados de machucados e lesões antigas se faziam presentes. Ela fechou os olhos, e, em meio sorriso, percebi quão aliviada ficara após tirá-las, o que para mim significava um real estado de graça e leveza, para ela não existia tanta beleza assim.


Massageei do calcanhar até a base, e ela abafou um gemido de dor, também pudera, quanto esforço fizera nos últimos anos, para se manter intacta e perfeita. Pude imaginar quantas vezes precisara demonstrar fragilidade exterior enquanto seu corpo tencionava, tamanho impacto que os movimentos exerciam sobre seus músculos.


Anahí espalmou os pés em meu abdômen, para afastar-me, e só então ergueu o corpo apenas o suficiente para se livrar do collant. Com um movimento rápido a tomei nos braços, erguendo-a até uma altura que pudesse se apoiar em meu pescoço. Dei alguns passos em direção ao quarto, e prendi o riso quando me deparei com a bagunça da recém instalada, algumas coisas definitivamente não mudam.


Empurrei a porta do banheiro com seu auxílio, e seus olhos cintilaram quando enfim deduziu o que eu pretendia fazer. Coloquei-a no chão e enquanto ela procurava algo entre as gavetas, depois tratei de abrir as torneiras da banheira. Não trocamos uma palavra se quer durante o tempo de preparo, e em seguida já estávamos com meio corpo submerso na água morna, de onde exalava o aroma de frutas vermelhas dos sais de banho.


Ela prendeu o cabelo com um coque mal feito, e fiz questão de livrá-la dos fios que grudavam em seu rosto, vez ou outra ela sorria, e as bochechas rosadas me remetiam a uma nostalgia gostosa. A puxei pelo pulso, e Anahí se acomodou entre minhas pernas, apoiando as costas em meu peito.


Distribui beijos em seu ombro e vi sua pele arrepiar, deslizei uma mão até seu queixo para virar seu rosto e tão logo grudar nossos lábios. Anahí buscou espaço com a língua, dessa vez sem pressa, diferente de todos os outros beijos que trocamos aquela noite, o que me possibilitou capturar o sabor adocicado de seus lábios, e a maciez enlouquecedora que era senti-los pressionados sobre os meus. Ela percorreu meu pescoço com as mãos, até repousá-las em minha nuca, onde permaneceu durante todo o beijo, ora acariciando meus cabelos, ora os puxando, toda vez que eu a provocava com mordiscadas.


O modo que ela se contorcia para não se distanciar, me dava o deslumbre perfeito de encontrar seus seios expostos com a palma da mão, me demorei ali massageando-os enquanto sugava seus lábios avermelhados. Não demorou muito para que ela roçasse a bunda em meu membro, arfei em sua boca e ela respondeu por instinto, erguendo o quadril para posicioná-lo outra vez em sua entrada.


­– Diaba. – Proferi, enquanto fechava os olhos em automático, me acomodando dentro dela, em pulsações alucinantes entre suas paredes quentes, encontrando-a demoniacamente apertada.

O Preço de um SonhoWhere stories live. Discover now