Capítulo 16

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Anahí


— Me desculpe por isso, o Jesse é um idiota. – Pedi enquanto limpava o corte no lábio de Alfonso, com algodão embebecido de antisséptico.


— Você não tem culpa, e mais cedo ou mais tarde ele iria descobrir. – Ponderou com uma careta, quando pressionei o ferimento.


— Ele não tem o direito de se meter na minha vida, e nem de machucar você.... Não sou mais criança e nem vivo no século passado para precisar que defendam minha honra. – Pausei observando o inchaço ao redor do seu olho. - Não tem nada de heroico nisso.


— Tenho certeza que você se defenderia sozinha até na idade da pedra. – Curvou os lábios sorrindo.


—  Ainda bem que me conhece. – Mostrei a língua. – É, acho que sou boa enfermeira. – Finalizei o curativo.


Trocamos um sorriso cúmplice.


— Agora vou ver a Mai, mas não se preocupe.... Já cuidamos dela, está descansando. Quem diria que nossa festa do pijama iria terminar assim. – Soltei um longo suspiro. – Não sei uma forma de ficar pior.


— Eu vou pra Stanford, fui aceito. – Soltou de uma só vez.


— Céus... eu... – Sentei na cama como em queda livre. – Você conseguiu. – Frisei entusiasmada antes de puxá-lo para um abraço. – Tinha certeza que conseguiria, estou tão feliz por você. – Distribui selinhos em seu rosto, com o devido cuidado. 

— Mas me diga, quando? – Perguntei repousando a cabeça em seu ombro.


— Depois de amanhã. – Respondeu, e meu corpo estremeceu.


— Mas já, tão rápido? - Perguntei e ele assentiu. - Nem estamos de férias ainda.


— Você não por causa das notas vermelhas, eu só estava cumprindo carga horária nos últimos dias. - Acariciou meu queixo com o polegar.


— E Lily? – Perguntei sem encará-lo.


— Ela também foi selecionada.


Me afastei e encarei o chão, não estava preparada para vê-lo partir, e muito menos com ela. Levantei ainda em silêncio e depositei um beijo em sua bochecha, antes de sair do quarto e deixá-lo visivelmente confuso.


Eu não conseguiria permanecer ali sem demonstrar o ciúme absurdo que me tomara. Sim, eu estava feliz por ele, vê-lo realizar o próprio sonho é tão satisfatório como se fosse meu, mas droga, DROGA, porque a Lily tem que participar disso mais do que eu?!


Respirei fundo em uma tentativa de controlar os olhos que marejavam, contei até vinte antes de entrar no quarto da minha amiga, que ressonava tranquila. Sophia me olhou magoada com toda aquela situação, sentei ao seu lado e repousei a cabeça no seu ombro.

O Preço de um SonhoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora