Capítulo 33

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Anahí


Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens...


Pela terceira vez eu xingava mentalmente ao escutar a secretária eletrônica informar o que faltava para me deixar ainda mais ansiosa. Suspirei e fechei os olhos tomando a devida coragem.


— Oi... Eu só queria ouvir sua voz, acho que acostumei a só conseguir me acalmar depois de escutar você...


Deixei o primeiro recado e então o segundo, ciente de que não receberia respostas tão cedo, então disquei os números da única que me ajudaria a agir racionalmente sem acabar tendo uma síncope.


— Alô?


— Eu só preciso que você me diga pra eu não subir naquele palco hoje. Só você pode me convencer.


— Anahí, você por um acaso está ficando louca?! – Maite exclamou do outro lado da linha.


— Não, mas estou pensando em não me apresentar hoje. – Confessei, sem rodeios. Andava de um lado a outro dentro da coxia enquanto a equipe de auxílio aos bailarinos, que ao contrário do que eu estava fazendo, já se posicionava em cima do palco, me deixando sozinha. – A plateia está cheia, eu posso sentir a expectativa daqui. Eu não vou conseguir, Mai. Não vou.


Pude admitir, encarando a minha imagem refletida no espelho. Estava realmente impecável com o coque firmemente preso no alto da cabeça, os olhos esfumados combinavam com os lábios carregados de um rosê que contrastava com o perolado do meu collant, não fosse pela aflição que eu carregava nos olhos, poderia jurar que vestida como uma bailarina eu era invencível.


— Olha aqui, você nem pense em desistir agora, está todo mundo nesse exato momento sentado no sofá esperando começar, não foi em vão que eu fiz de tudo para sair mais cedo do hospital, Anahí você nem me invente de não subir nesse palco hoje – Ouvi Maite dizer de imediato, o que só serviu para me deixar ainda mais nervosa.


— Todo mundo...? – Questionei, mordendo o lábio. Todo o meu corpo tremulava.


— Todo mundo.


— Até a minha mãe...?


— Até a sua mãe.


Eu sabia que a apresentação desta noite seria transmitida ao vivo para alguns países, mas a menção de que toda a minha família e amigos estariam me vendo só serviu para me deixar mais ansiosa do que eu já estava. E se eu não conseguisse finalizar algum passo com precisão? Pior, se eu chegasse a tropeçar nos meus próprios pés e cair? O frio gelado na barriga me fez lembrar do quanto eu temi que todas essas coisas negativas acontecessem quando me apresentei pela primeira vez. Nem mesmo todos aqueles anos de experiência me fizeram deixar de imaginar que o pior pudesse vir a acontecer, e ainda tinha a falta de respostas dele...


— Você ainda está aí? – Maite voltou a questionar depois de meus minutos em silêncio. Suspirei, voltando a encarar meu reflexo

O Preço de um SonhoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora