15 - Atrevendo-se

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Amiga, mais um capítulo da sua fic, aproveite dehsilva9408 💝✨
Acompanha o capítulo a canção Si tú te atreves de Luis Miguel que vocês podem ouvir acima. Não se esqueçam de votar e comentar. ✨❤️

"A única maneira de libertar-se de uma tentação é entregar-se a ela. Resista, e sua alma adoecerá de desejo das coisas que ela a si mesma se proibiu."
Oscar Wilde

***
Apesar de Antonieta acreditar que a presença de Heriberto acalmaria Victoria, ao ouvir o nome daquele homem, foi como se todos aqueles monstros que inconscientemente a habitavam e faziam parte dela, tomassem forma e irrompessem em sua circulação através de seu coração que pareceu esquecer-se que sua função era bombear o sangue ritmadamente e passasse a trabalhar contra seu próprio corpo. Ela estava à beira de um colapso, o controle que sempre havia tido sobre si, já não existia.

Havia uma razão para que, para Victoria, fosse tão importante manter o autocontrole. Ela sabia que possuía um furacão de instintos incontroláveis dentro de si e odiava imaginar até onde esses instintos poderiam levá-la. Bom... Não era verdade que ela odiava pensar nisso, é que se sentia quase doente de desejo quando imaginava, quando recordava, quando pensava em tudo o que teve que sufocar dentro de si.

🎶 Me he dado cuenta
Que ha ido surgiendo, poquito a poco
Entre los dos
Una corriente, que nos desborda
Y no contenemos, ni tú ni yo 🎶

Antonieta não quis esperar que ela reagisse, aliás, o próprio fato de que ela tenha ficado sem reação já denotava que ela tinha razão, falar com Heriberto era imprescindível para que Victoria recuperasse a razão ou que a perdesse de vez. Saiu da sala e pediu que Heriberto entrasse. Quando ele entrou, aqueles dois pares de olhos verdes ficaram se digladiando indomáveis. Heriberto suspirou profundo e, finalmente, conseguiu dizer o mínimo.

— Como vai, Victoria? — Era um cumprimento padrão, mas estava cheio de significados implícitos, ocultos resguardados por razões óbvias.

— Eu odeio quando você me faz perguntas óbvias das quais já sabe a resposta. — Ela reagiu já incômoda por haver se mantido tanto tempo em silêncio em meio àquele turbilhão. Tudo que ela precisava era falar para extravasar toda aquela fúria contida. Ou, pelo menos, isso era o que ela pensava.

— Você não atendeu minhas ligações... Precisávamos conversar. — Ele finalmente conseguiu dizer o real motivo de estar ali.

— Você não a viu? Não viu sua mãe saindo daqui? Não pensei que me procuraria, afinal, a situação se repetiu. — Espezinhar era uma das especialidades de Victoria.

— Minha mãe? O que ela veio fazer aqui? — Surpreendeu-se Heriberto.

— Ah, por favor, Heriberto! Ela é sua mãe. Não sou eu que tenho que te responder porque Ana Joaquina faz as coisas. E muito menos quando você já sabe. — Ela disse caminhando até a outra extremidade da sala. Não conseguia manter o olhar em Heriberto enquanto trocavam farpas porque era impossível pensar unicamente no que saía à luz através do diálogo.

— Você tem razão, Victoria. Ela é minha mãe. Mas você não acha injusto que eu tenha que responder pelo que ela fez? Eu imagino que tenha sido muito complicado enfrentar minha mãe depois daquela noite, mas... eu não sou responsável pelas loucuras dela, pelo menos não totalmente. — Defendeu-se Heriberto.

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