26 - Deflagrando uma tempestade

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Aproveitem minha onda de inspiração que rendeu capítulos de duas histórias hoje 😂
Estranha Sensação acabou de chegar em 10k de leituras e eu nem tenho o que dizer, só agradecer vocês por todo o carinho com ela. Votem, comentem e interajam muito 😍
Relevem qualquer errinho que ainda não revisei. Desfrutem!
Amiga, sua fic, pra acalmar toda a raiva do seu coraçãozinho dehsilva9408 que sei que é cheio de bondade. Te amo 💕

***Antonieta não conseguia disfarçar sua felicidade ao fim da reunião na Casa Victoria

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Antonieta não conseguia disfarçar sua felicidade ao fim da reunião na Casa Victoria. Ela estava ao lado de Victoria há muito tempo e sabia que, exceto por seus filhos, ninguém jamais havia feito com que ela alterasse seus planos até aquele momento. Depois que todos saíram da sala, ela se aproximou de Victoria, segurou sua mão e a conduziu ao sofá de visitas que ficava do lado esquerdo, perto da janela do edifício.

— Amiga, me conte! O que Heriberto te falou para te convencer a ficar? Ou o que ele fez? — Insinuou maliciosa.

— Praticamente inutilizou minha mão num acidente idiota! — Praguejou ela. — E depois me fez amá-lo o suficiente para precisar dele ao meu lado para enfrentar isso.

— Victoria, pelo que você me contou, o problema na sua mão é temporário. Algumas semanas de fisioterapia vão resolver. — Antonieta tentou afrontar sua amargura.

— Se a fisioterapia não der resultado, podem precisar operar. E há riscos ainda maiores do que todo o tempo que demanda a recuperação. — Ela contou assustada.

— E, desde quando, algo que você se propõe não dá certo? — Antonieta animou-a. — Pipino e todos os nossos estilistas são muito talentosos, e sua supervisão vai garantir as melhores peças para Miami. E, quanto a você, tem um médico doidinho por você a seu lado para te fazer sentir mais segura.

— Ou mais frágil! — Sentenciou. — Antonieta, você já se apaixonou? Já perdeu o controle por amor a ponto de sentir um medo insuportável de que ele te deixe sozinha? Como se nenhuma outra companhia valesse de nada, só a dele?

— Você sabe que sim. — Ela respondeu triste. — Com a diferença de que quem eu amo, nunca me correspondeu como Heriberto te corresponde. Esse homem te ama Victoria, te ama e você pode confiar nele!

— Você vai ver que Oscar um dia vai...

— Não, Victoria, não! Amor não se força, só vale a pena se for espontâneo. Oscar nunca me amou e eu só espero um dia esquece-lo e encontrar alguém que me ame como Heriberto ama você e que eu ame também.

— E eu espero que ele nunca me falhe. Com todas as promessas que Heriberto me fez, se ele me defraudar, ele vai se arrepender do dia em que insistiu para me conquistar. Porque eu sou perfeita como amante, mas como inimiga... eu sou imbatível! — Seu tom tinha um ar de ameaça.

***
A estilista não abandonava o sorriso mal intencionado, pois se divertia em ver o desconcerto de Heriberto que seguia sem reação. Lembrava-se dele no dia do lançamento da coleção de Victoria ao lado dela depois de sua diversãozinha com Osvaldo clandestinos naquela salinha apertada.

— Ah! — Reagiu Heriberto. — Já nos vimos... na... naquela noite. Sente-se. — Convidou incômodo.

— Sim, uma coincidência. — Mentiu. — Não foi a melhor opção para que nos conhecêssemos... Quando me indicaram o melhor ortopedista da cidade, não imaginei que fosse alguém que havia me visto em uma situação tão embaraçosa. Afinal, naquele dia, não fomos apresentados.

Ao observá-lo bem, pensou que Victoria tinha razão. Naquele estoque, Osvaldo não tinha lhe dado mais que uma foda ruim, enquanto aquele médico... Havia estado algumas vezes com o ator, mas havia se cansado de escutar falar de Victoria a cada vez que estavam juntos, ele não podia esquecê-la.

Quando Ana Joaquina lhe procurou, estava disposta a fazer qualquer sacrifício para ver a cara de sofrimento de Victoria. Se Heriberto era o homem por quem ela havia se apaixonado, valia muito a pena tirar isso dela, mas agora, diante dele, só conseguia pensar que aquilo, definitivamente, não seria nenhum sacrifício e sim um enorme prazer.

— Indicaram? — Perguntou ele desconfiado. — Posso saber quem?

— Uma cliente. — Mentir era uma habilidade que Bernarda dominava como poucos. — Eu estou precisando muito de um ortopedista. Tenho um problema...

— Senhora, eu sinto muito, mas creio que não poderei atendê-la.

— Oh, por que não? — Ela indagou com ar de ofensa.

— Não sei o que há entre a senhora e Victoria, mas a senhora certamente sabe. Ela e eu temos uma relação, e não acho que seja apropriado que eu seja seu médico. Esse hospital conta com profissionais excelentes e, tenho certeza que eles terão imenso prazer em atendê-la.

— Mas Heriberto... digo, doutor... eu não tenho nenhuma intenção de misturar as coisas. Preciso ser atendida pelo melhor médico porque meu corpo é minha principal ferramenta de trabalho... Quero dizer, não pense nenhuma maldade, é só modo de dizer. — Sorriu tentando parecer engraçada.

— Eu entendo perfeitamente e peço que a senhora também possa entender a mim. Vou falar com minha secretária e encaminhá-la ao doutor Eliseu. Ele atende no final do corredor e com certeza vai ajudá-la.

— Neste mesmo corredor? — Ela indagou com os olhos brilhando. — Tudo bem, vou aceitar sua sugestão.

Heriberto se levantou e caminhou até a porta ela o seguiu insinuante. Na hora de passar pela porta, aproximou seu rosto do dele e disse baixinho:

— Que você esteja com Victoria, não impede que sejamos amigos, Heriberto. Gostei muito de você.

Saiu, movendo-se sedutora, sabendo que, por uma ou outra razão, sua visita havia perturbado Heriberto. Além disso, aquele homem era gostoso demais para ser de Victoria. Se ele pensava que aquela seria a última vez que se veriam, estava muito enganado. Faria todo o possível para estar entre os lençóis dele mais cedo ou mais tarde. E conseguiria! Era bom que ninguém duvidasse.

***
Victoria encontrou, no início da noite, Heriberto pensativo na pequena cozinha do flat. Ele havia lhe dado uma chave de sua casa de manhã e ela gostou muito da sensação de não precisar inventar mil histórias para o porteiro para subir até ali sem ser anunciada como tinha feito na véspera.

Pretendia fazer uma surpresa parecida com a da noite anterior. Independente da correria do desfile, da impotência que sentia ao não poder desenhar os modelos da coleção e de todas as incertezas que lhe provocavam o tratamento da mão, não parava de pensar em nada que não fosse seu corpo abrasando nos braços de Heriberto. Aquele homem despertara seus mais ardentes instintos e tudo o que ela desejava era saciá-los incessantemente com ele.

Ao abraçá-lo por trás e beijar seu pescoço pôde sentir toda a sua tensão e, por alguma razão, acreditou que se tratava de algo que tinha a ver com ela.

O que você tem? Por que está tão tenso? Indagou bastante direta.

— Victoria, hoje no hospital aconteceu algo que eu preciso lhe contar. — Ele suspirou sabendo que deflagraria uma tempestade no momento em que ela soubesse da verdade.

— Da última vez que disse isso, eu fiquei sabendo que posso perder a habilidade da minha mão. — Recordou ela já compartilhando de sua tensão. — O que aconteceu Heriberto?

— Bernarda de Iturbide foi me ver hoje. Ela marcou uma consulta e quis se tornar minha paciente.

***

Estranha SensaçãoWhere stories live. Discover now