40 - Tremendo na base

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Muito obrigada pela excelente repercussão dessa história, vocês me fazem muito felizes.
A história é sempre sua dehsilva9408 , mas dedico esse capítulo à todas as maravilhosas leitoras do Ruffo das Tretas e também a todas que tiram um tempinho para comentar. Desfrutem ❤️🥰

***Victoria poucas vezes tremia na base

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Victoria poucas vezes tremia na base. Ela era uma mulher de força singular, daquelas que aprendem, com a vida, a manter a compostura em qualquer situação ainda que esteja estilhaçada por dentro. Por isso havia sido tão resistente em permitir voltar a se apaixonar. Porque ela sabia que a paixão é o maior de todos os pontos fracos. E Heriberto era um verdadeiro calcanhar de Aquiles, estilhaçar suas estruturas era a especialidade dele.

— Doutor! — Pipino foi o primeiro a reagir com seu tom agudo. — Não me diga que... Não! — Levou as duas mãos à boca assombrado. — Com aquela ariranha!? Meu Deus, como você consegue? — Indagou com cara de nojo.

— Como vai, Victoria? — Ele ignorou as insinuações de Pipino e fixou seu olhar no dela. Fulminante.

— Muito bem! — Exclamou ela sentindo um tremor que chegava aos dentes. O suor nas mãos foi imediato. — Você vai subir? Para o sexto andar? Sua... seja lá o que for está mesmo precisando de você depois de como eu a deixei. — A voz grave era o maior sinal de que algo estava prestes a explodir.

— Vocês estão falando da Bernarda? — Ele deu um risinho cínico e nervoso. — Victoria, eu vim até a Flórida para falar com você. E, que idiota que eu sou... Por um minuto achei que você tivesse vindo a este hotel falar comigo. Já que não pôde fazê-lo antes da viagem, não é mesmo? Mas eu devia ter me lembrado que nada é mais importante que seus malditos desfiles e coleções.

Algumas pessoas passaram por eles e eles se deram conta que estavam obstruindo a entrada do elevador. Pipino percebeu o clima entre os dois e ficou claro que uma conversa era muito mais do que necessária. E, com certeza ele estava sobrando.

— Rainha, eu vou te esperar no bar. Não precisa se preocupar, leve o tempo que for... — Ele disse antes de ser interrompido.

— Não, Pipino! Nós vamos embora para Miami agora mesmo...

— De jeito nenhum! — Heriberto exclamou segurou o braço dela enfurecido. — Você vai subir até meu quarto e falar comigo, seu funcionário já disse que espera, você me deve essa conversa!

— Então você não está no mesmo quarto que a vagabunda? — Ela indagou sentindo medo da resposta.

— Com licença, acho que vi um amigo ali no bar, Rainha. Mantenha a calma, mas jogue, tudo... eu disse TUDO, pra fora. — Ele disse próximo do ouvido dela quando o elevador voltou à se abrir na frente deles.

Pipino se retirou e Heriberto a conduziu para dentro do elevador. O diabo parecia estar contra ela, pois, depois de tanta circulação de pessoas, terminaram subindo sozinhos e aquela viagem que não costumava levar mais do que um minuto, pareceu levar um século. Ela sentiu alívio ao ver que ele pressionara o botão do décimo andar, mas ainda não havia engolido que ele estivesse hospedado no mesmo hotel que Bernarda.

No geral, Victoria tinha satisfação em resolver sozinha seus problemas. Se orgulhava de que, somente delegava o que, para ela, não lhe incumbia. Mas quando se tratava de Heriberto, de novo, via cair por terra toda a habilidade que ela havia adquirido em ser uma admirável mulher completamente autossuficiente. Por que como ser autossuficiente quando um olhar, um simples olhar de fúria, lhe provoca um intenso comichão entre as pernas que parece que só vai se acalmar quando esse homem a levar ao céu?

***
Victoria nunca havia visto Heriberto daquele jeito. Não parecia restar nada daquele homem sereno e tranquilo cuja calma a sempre a enlouquecera de desejo. O pior é que, rígido, furioso e com raiva ele também parecia intensamente sexy. Na suíte, ela chegou a morder o lábio ao observá-lo de costas, próximo da porta, não sabia se a fechava ou se só tentava se acalmar. Definitivamente não havia sido boa ideia concordar em subir para seu quarto. Ela caminhou até a sacada e observou o lindo mar da Flórida. Deus, em que cilada se havia metido!

Ela sentiu trêmula quando ele se aproximou por trás, parecia fazer de propósito para vê-la tremer, sabia que ele desfrutava do quanto a alterava e ela ainda não tinha certeza da inocência de Heriberto naquele flagrante e, muito menos, ao se dar conta que ele se hospedara no mesmo hotel que Bernarda.

— Eu só quero que você me responda uma pergunta! — Exclamou ele girando-a e fazendo-estar de frente para ele. Sua pegada ficava ainda mais intensa com toda aquela raiva.

— Qual? — Ela indagou ofegante. Podia sentir o tremor de seus lábios desejosos de um beijo dele.

— Por quê? — Ele disse com os olhos úmidos, estava verdadeiramente ferido. — Você sabe que eu fiquei dois dias inteiros te ligando sem parar enquanto seus empregados me repetiam que você não estava, que tinha ido fazer um trabalho fora da empresa. Em casa você também nunca estava! — Alterou-se. — Eu fui um idiota! Acreditei em você, em suas palavras, no seu amor. Acreditei que você, pelo menos, se dignaria a se despedir de mim antes dessa maldita viagem, da qual eu precisei saber por seu ex-marido!

— Como você se atreve? — Ela gritou afastando-se dele. — Como você ousa fazer o ofendido quando fui eu quem tive que lidar com aquela imagem nojenta?

— Do que você está falando? — Ele se assustou, sentiu que ela falava a verdade e era terrível a sensação de que haviam muito mais coisas que ele desconhecia em tudo aquilo.

— Me responda você! Depois que eu te vi na cama com aquela puta baixa da Bernarda, te encontro aqui, na Flórida, onde ela veio unicamente para me afrontar já que não tem talento nenhum para estar no Miami Fashion Week, no mesmo hotel que ela.

— O quê? Na cama? — Ele voltou a puxá-la pelo braço e encará-la nos olhos como só alguém que diz a verdade pode fazer. — Victoria, eu nunca fui para a cama com nenhuma outra mulher que não fosse você. — Afirmou com muita segurança. — Nenhuma! — Por fim sussurrou.

— É verdade, Heriberto? — Ela indagou perdendo-se na intensidade de seus olhos. Como se só agora tomasse consciência do que poderia acontecer se acreditasse nele. — É realmente verdade que você nunca me traiu com Bernarda?

— Victoria, ainda que você não mereça, eu sempre fui completamente fiel. Eu nunca te traí! Você é capaz de acreditar em mim?

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Estranha SensaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora