24 - Já me escondi demais

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Amores, votem e comentem, me façam saber o que acham da história.
Amiga, mais um capítulo da sua fic 🎁  dehsilva9408 Te amo 💕
Podem ouvir Nua, da Ana Carolina acima que me inspirou a escrever esse capítulo. ✨

🎶 Corro de te esperar
De nunca te esquecer
As estrelas me encontram
Antes de anoitecer
Olho a cidade ao redor
Eu nunca volto atrás
Já não escondo a pressa
Já me escondi demais 🎶 
NuaAna Carolina

🎶 Corro de te esperar De nunca te esquecer As estrelas me encontram Antes de anoitecer Olho a cidade ao redor Eu nunca volto atrás Já não escondo a pressa Já me escondi demais 🎶  Nua – Ana Carolina

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***
Heriberto se afastou de Victoria e a encarou com um olhar que ela jamais havia imaginado receber dele. Era exatamente da sensação de vulnerabilidade ao sentir a decepção dele, que ela havia tanto querido fugir. E agora ele a encarava com aquele olhar que ela não sabia como afrontar.

— Victoria, o que sua filha disse... Você pretendia ir embora sem se despedir de mim? — Passou a mão pelos cabelos tentando se controlar. Havia levantado a voz e tinha um pouco de medo de sua reação. A decepção era gritante.

— Eu não tenho que te dar satisfações, nunca quis colocar nome nessa relação, foi você quem me pressionou e agora acha que tem direito de me olhar assim. — Defendeu-se ela da única maneira que sabia.

— Você tem razão. O erro foi meu de esperar alguma coisa diferente. — Aquele olhar sofrido mexia com ela, era mais que claro.

— Vá embora, Heriberto! Eu tenho muito que preparar, e agora... — Até o choro do início da conversa já estava completamente sufocado.

— Victoria, você me escutou? Você não pode mais desenhar, precisa de um tratamento urgente! — Ele recriminou-a por aquele comportamento prático por mais que soubesse que se tratava de uma fuga.

— Eu posso fazer esse tratamento em Miami. Eu posso organizar tudo para que Pipino e outros estilistas de minha equipe me acompanhem, eles prepararão o desfile de Miami sob minha supervisão, nada precisa mudar nem por um incidente... nem por outro. — Encarou-o fria, cruel, como costumava lidar com seus sentimentos e suas relações.

Heriberto caminhou até a mesa dela. O móvel, apesar de organizado, estava repleto de croquis e esboços deles, aparentemente a reunião havia sido muito produtiva, era óbvio que, por dentro, Victoria era um bichinho assustado depois de receber o diagnóstico de sua mão, ela só não queria demonstrar.

Ela apenas ficou parada. Esperando a reação dele. Sabia que ele estava magoado com a questão da viagem e quase morria por pensar no quanto precisava dele naquele momento. Heriberto evitava olhá-la. Era um homem sensível e transparente demais para que aquela decepção não a ferisse. E, em meio à sua própria tristeza, se preocupou com ela em primeiro lugar. Sabia que Victoria era um vulcão e que, todo aquele silêncio em meio àquela tempestade que ele lhe havia apresentado, poderia prenunciar uma perigosa explosão.

— Victoria, você não está em condições de tomar qualquer decisão. Entre em contato com sua equipe, cancele ou adie a viagem, eu marquei uma consulta para você com um especialista amanhã, você poderá tirar todas as suas dúvidas sobre esse problema. A gravidade, quanto tempo vai te tomar, de que maneira seus efeitos podem ser menos graves... Enfim, ele vai poder responder todas essas intensas dúvidas que estão gritando dentro de você.

— Heriberto, sobre a viagem, sobre nós dois... — Ela sabia que estava em dívida com ele. Se odiava por, naquele momento, ter mais raiva de si mesma do que de Heriberto pelo que ele um dia havia lhe feito.

— Não se preocupe. Nós dois não somos e nem precisamos ser uma prioridade nesse momento. — Ele finalmente levantou os olhos que não haviam saído dos croquis sobre a mesa. — Eu estarei aqui amanhã às 7 para te acompanhar com o especialista. De alguma maneira, também é minha responsabilidade... pelo acidente.

— Você sabe que a culpa foi minha. — Deu dois passos na direção dele, mas ele retrocedeu fazendo com que ela parasse. — Sobre a viagem, está tudo preparado, eu não sei...

— Amanhã eu estarei aqui! Não se preocupe se vou te encontrar aqui ou não. Está nas suas mãos. Eu já vou. — Suspirou ele olhando-a com aquela mescla de ternura e raiva. — Aqui estão seus exames, caso você decida viajar, eles serão úteis para seu tratamento por lá. Até amanhã, Victoria. — A despedida sem um beijo parecia ainda mais dolorida.

Ele caminhou até a saída do escritório quando foi surpreendido pela voz embargada de Victoria:

— Heriberto! — Ele se deteve imediatamente, mas não se virou. — Fique! Fique comigo esta noite.

Ela sabia que ele estava magoado e o quanto ele a deixava vulnerável, mas não pôde evitar se mostrar em todas as suas fragilidades e necessidades de amor.

— Eu... — Seu impulso era aceitar, mas algo lhe dizia que se ele não se comportasse com dignidade, Victoria não entenderia a gravidade de suas atitudes e jamais voltaria a olhar-lhe com admiração. — Você tem uma decisão importante a tomar, Victoria. Minha presença pode atrapalhar ou te influenciar. Que você saiba que eu estarei aqui pela manhã, é mais que suficiente.

Tomou o caminho da saída sem olhar para trás. Apesar de conhecer bem o orgulho de Victoria e que ela não era do tipo que sabia implorar, que ela nem mesmo sabia pedir, no fundo de seu coração desejou que ela o detivesse. Que ela fosse correndo atrás dele, lhe pedisse desculpas e reconhecesse não só que precisava dele, mas que o amava. Mas não ia acontecer, como provavelmente ele não ia encontrá-la na mansão pela manhã. Aquela era a última vez que ele veria Victoria em três meses, ela certamente interromperia a história dos dois no meio e não havia nada que Heriberto pudesse fazer para impedir.

***
Heriberto serviu mais um copo de uísque depois que se despediu de Luís. Sozinho no flat, na penumbra, rememorou os intensos momentos de paixão que vivera com Victoria naquele lugar. Era incrível como doze dias poderiam valer mais do que toda uma vida de desencontros e separação. As palavras do amigo ainda giravam por sua cabeça no início daquela madrugada silenciosa:

— Vá atrás dela! No meio da noite, no aeroporto, onde quer que seja, lute por ela, Heriberto. Você não vai se perdoar se deixá-la ir.

Apesar da inquietude de seu coração e de se preocupar muito com o modo como Victoria enfrentaria o tratamento daquela lesão, Heriberto não conseguia deixar de sentir-se traído por ela. Como ela ousara preparar tudo para abandoná-lo sem sequer uma despedida? Seria uma vingança por sua fraqueza do passado? Provavelmente sim. Mas tudo aquilo já tinha mais de vinte anos e ele não conseguia entender como ela tinha coragem de abrir mão de algo tão intenso por mágoa, orgulho, dignidade, ou seja lá por que nome Victoria quisesse chamar sua falta de consideração.

Definitivamente não podia se rebaixar porque a própria Victoria não o respeitaria se ele não se respeitasse. Cabia a ela decidir viajar ou não. Cabia a ela abrir mão daquele amor ou mergulhar naquele oceano de sentimentos sem proteção. Quando a campainha tocou Heriberto pensou que, talvez, fosse Luís que havia esquecido alguma coisa, não havia tanto tempo que ele havia saído e, quem mais o visitaria à uma da manhã?

Quando ele abriu a porta, Victoria estava parada ali, com uma maquiagem muito leve, os cabelos soltos, vestida apenas com um robe de seda. Ele a encarou surpreso depois de passear seus olhos por todo seu corpo enquanto ela, sem palavras, desatou o nó da peça de roupa e, ali, no meio do corredor vazio e à meia luz, deixou o robe cair no chão ficando completamente nua.

🎶 Eu vou pichar sua rua
Vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Quem sabe então assim
Você repara em mim 🎶

***

Estranha SensaçãoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ