Alvo

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Alvo. Alvo é um ponto de mira, o objetivo ou qualquer coisa onde se deseja acertar.

Sendo assim, eu tenho certeza que Violetta é o alvo dos mascarados. Visando que se não tivesse pulado para o chão quando eu ordenei que fizesse, ela estaria morta agora.

Seguranças nos rodeiam pelo aglomerado de lojas e nos guiam até o carro.

Tiros são perdidos por todas as ruas.

Quando finalmente o carro acelera e nos leva para casa, Mamma da máfia me abraça forte. Sinto-me ser esmagado por seus braços.

- Obrigada querido, você salvou a minha vida. –Diz grata ao me apertar mais e acariciar meus cabelos. Sinto-me confortável assim, o sono está vindo.

Infelizmente, ela me solta e acabo despertando quando bato a cabeça na janela do carro.

Coitadinho de mim.

- Você tem bons sentidos, os identificou quando nem eu mesma os vi. –Comenta pensativa ao me analisar com seus lindos olhos azuis, iguais aos do Nico.

- Eu estou acostumado a fugir. –Explico dando de ombros, não é grande coisa perceber as pessoas e me esconder antes que eu seja notado.

- Você é algum fugitivo da polícia? –Pergunta com a sobrancelha arqueada.

- Não, eu sou fugitivo dos conhecidos mesmo. Eles falam demais quando nos vê. Então, sempre que posso eu os evito. Normalmente finjo demência quando conseguem me encontrar, funciona bem, quer dizer, às vezes. –Resmungo me lembrando da chata da Beatrice no dia do assassinato, ela não parava de falar, mesmo quando eu fingi que não a conhecia. Fico cansado só de pensar nela e em sua boca grande.

- Suas piadas são engraçadas, querido. –É o que Violetta me responde, entre risinhos.

- Mas não é uma pia..-Começo a falar, mas ela me corta com uma exclamação quando percebe que chegamos a mansão. Droga. Ela é toda animada, igual minha mãe:

- VAMOS! Vamos contar para meus filhotes que você salvou minha vida. Que agora é meu herói.

Então, ela corre em disparada em direção à mansão, me deixando sozinho no carro.

Não posso perder a oportunidade.

Momentos depois, como se eu não tivesse dormido nada, Nicola me sacode para eu acordar.

- Pandinha, acorda.

Esfrego meus olhos, solto um longo bocejo e alongo meus braços desajeitadamente, que batem sem querer no rosto de Nicola.

Arregalo meus olhos, ele vai me matar agora?

Não, ele ainda está sorrindo para mim. Milagres acontecem mesmo.

- Eu jurava que ele estava atrás de mim Papà, mas ele simplesmente dormiu no carro. –Confessa Mamma da máfia incrédula para seu filho do meio.

- Ele vive fazendo isso. –É Vincenzo que diz agora, ao se aproximar e me abraçar. - Obrigado por ter salvado a minha Mamma. –Agradece com um lindo sorriso.

Seu cheiro é gostoso, um tanto que selvagem

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Seu cheiro é gostoso, um tanto que selvagem.

- Você nem se importa tanto assim comigo, só está se aproveitando do pobre garoto! –Violetta repreende-o. Assim, Giovanni puxa seu irmão mais velho para longe de mim.

O loiro mais novo me da uma piscadela e também sorri para mim.

- Você é demais. –Me elogia. Agradeço-o.

Nicola me analisa por alguns segundos, com seu típico olhar ingênuo, que também é um pouco macabra e anuncia:

- Você agora é da nossa família. Qualquer um que tenha salvado minha Mamma merece se tornar um Vitale.

Sinto-me corar. Foi sorte eu ter visto os mascarados, mas serei honrado entrando para a sua família? Quer dizer, vida boa para sempre? Só dormindo e sendo cuidado por minha auxiliar Baroni? REALIZEI MEU SONHO.

Abro um enorme sorriso, que é retribuído por todos, menos por Nico.

- Só não pense que será fácil, terá todo o treinamento para se tornar um mafioso capacitado. –Ele me explica, sendo o responsável por cortar meu barato e desmanchar o sorriso de meu rosto.

EU SABIA QUE ESTAVA BOM DEMAIS PARA SER VERDADE.

- T-treinamento?! –Pergunto assustado. Pensei que fosse ficar dormindo e que minha habilidade especial seria fugir das pessoas, pois sou bem capacitado para isso.

- Sim. Você precisa aprender a usar uma arma de fogo. Lutar corpo a corpo. Arremessar facas. Entre outros. –Conta-me Giovanni com um sorriso encorajador.

- Que cansativo! –Choramingo ao me jogar no chão e rolar.

- Pietro, é só uma horinha por dia. Depois você pode dormir o quanto quiser. –Vincenzo tenta me acalmar ao dar palmadinhas em minhas costas.

Sento-me ao chão e resolvo fazer as contas utilizando meus dedos para me guiar, pois não sou de exatas:

O dia tem vinte e quatro horas, se eu vou treinar uma hora por dia, ainda faltarão vinte e três horas para eu dormir.

Até que não é tão ruim como pensei.

- FEITO.

- Sério? –Pergunta Nicola, incrédulo, como se não acreditasse que eu aceitei a fazer outra coisa que não fosse dormir. – Não se esqueça de que você ainda terá que estudar literatura com seu professor particular e que também terá sessões de terapia para que elas te motivem a viver mais e não a dormir mais. –Lembra-me e eu fico pálido. COMO PUDE ESQUECER?

- Ele disse que está feito, está feito. Não fica pedindo certeza não, vai que ele desiste! –Vincenzo reclama desesperado para seu irmão, ao tampar a boca dele com suas mãos. Nico o fuzila e ele foge com medo.

Assim, todos riem. Quer dizer, todos, menos eu.

Já tenho muita coisa para fazer agora, COMO VOU DORMIR? Será que ainda posso desistir? É terapia, é estudar, é "mafiar"...

A senhora Vitale, minha sogra, percebe meu nervosismo, pois aperta minha mão forte como consolo e me acalma:

- Bem vindo à família, Pietro D'Angelo. Não precisa ficar preocupado. Aqui, nós brigamos, mas também, nos amamos.

CONTINUA...

Narrador on ~~

Preparem-se porque o mafioso mais dorminhoco da face da terra está para NASCER!!

Vitale, Irmãos da Máfia (Romance Gay)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant