Atônito

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Atônito. Sujeito tomado de assombro ou de grande admiração. Aquele que está confuso, espantado, aturdido.

Fico atônito quando percebo o que está acontecendo. Nicola está me beijando.

Sua mão segura meu pescoço, arrepiando-me assim por completo, enquanto seus lábios com ferocidade pressionam os meus de um jeito inexplicável.

Seu beijo é envolvente, selvagem e gostoso.

Sua boca se encaixa perfeitamente a minha.

Quando ele adentra minha boca com sua língua, fico sem fôlego.

Que beijo gostoso.

O gosto que sinto ao beijar sua boca é o do vinho que o loiro acabou de entornar em sua goela abaixo, não é meu gosto favorito, mas estou satisfeito só por estar o beijando.

Nicola passa seus braços ao redor da minha cintura e me puxa para mais perto de si, logo, sinto algo grande e duro cutucar minha barriga. Ele está animado.

Passo minhas mãos sobre sua calça e o sinto. Faço-o gemer.

Nem mesmo minhas duas mãos conseguem segurar por completo seu membro ereto.

Quando Nicola desce sua mão até minhas intimidades para fazer o mesmo, ele recua.

Para ajudá-lo, pego calmamente sua mão e coloco em meu pau.

Ele se afasta novamente.

- Eu sou hétero, não gosto disso. Só estou bêbado. Melhor voltarmos para a festa, Pietro. –Nega-me friamente ao destrancar a porta e sair, me deixar ali sozinho.

Lágrimas brotam em meu rosto. Quando que Nicola irá perceber que gostar de alguém significa muito mais do que gostar do sexo que essa pessoa tem entre as pernas? Sinceramente, estou cansado disso.

Pego qualquer coisa que encontro na mesa e a tampo na parede. PAFT. Cacos de vidro voam por toda parte.

Acendo a luz para evitar que eu pise em estilhaços de vidro e acabo percebendo que o quebrei era um espelho. Vejo meu reflexo em um pedaço razoavelmente grande dele e eu fico muito bravo.

CLARO QUE NICO NÃO VAI GOSTAR DE MIM, ELE É LINDO DE MORRER E EU SOU O QUÊ? NADA MAIS E NADA MENOS DO QUE MUITO HORRÍVEL.

Pego esse pedaço de espelho e o arremesso na parede para quebrar o resto que sobrou dele.

CRASH.

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Quando a festa finalmente acaba, levanto-me do pequeno colchão que estava no quartinho da piscina e procuro os irmãos Vitale.

O primeiro que eu encontro é Giovanni, então o peço:

- Posso ir ver minha Mamma? Estou com muita saudade dela! –Imploro para o loiro mais novo, com os meus olhos lacrimejados. É claro que é fingimento. Eu só não quero ver Nicola mais, por hora.

- Calma, não precisa chorar. Claro que pode ver sua mãe! –Exclama ele tentando me acalmar ao dar batidinhas em meu ombro.

Viro-me para o outro lado e sorrio vitorioso.

Baroni me acompanha em meu pequeno passeio, por ser minha auxiliar. Então, durmo em seu colo dentro do carro enquanto seguimos em direção à minha casa.

Vitale, Irmãos da Máfia (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora