Antissocial

3.6K 418 256
                                    

Antissocial. Sujeito contrário às ideias, costumes ou interesses da sociedade.

Eu definitivamente sou antissocial, porque todos os convidados dos Vitale estão se divertindo na festa, quer dizer, todos menos eu.

É muito barulho, muita zona. Não é o tipo de coisa que uma pessoa pacífica, como eu, curte.

Estou chamativo demais com esse laço fofo em meu terno, com certeza alguém irá me notar a qualquer momento e esse será meu fim, pois terei de ser sociável para não fazer desfeita com a família dos Vitale.

Eu preciso fugir daqui, rápido.

Quando tento escapar, já é tarde. Violetta percebe minha presença quando recebe educadamente todos os seus visitantes e segura meu braço, para que eu fique ao seu lado. Ela está trocando ideias com umas pessoas estranhas enquanto bebericam calmamente suas taças de vinho.

Mamma da máfia decide me apresentar para um velha senhora, que descubro ser a Nonna dos Vitale. A vovó da máfia.

- Mamma esse é Pietro, meu futuro genro. Pietro, essa é minha Mamma. Mais conhecida como a Nonna da máfia.

GENRO? Fico com as bochechas em chamas.

- Sério? –Pergunta curiosa a doce senhora com seus cabelos grisalhos fofos. - Ele namora qual dos seus filhos? Vincenzo que não deve ser. Giovanni ou Nicola?

- Mamma, ele ainda não se decidiu, mas tenho certeza que ele irá decidir. Não é Pietro?-Indaga-me Violetta na maior cara de pau.

- Sim, vou sim. –Respondo o que ela quer ouvir, só para me livrar de uma vez da minha sogra pirada. - Que soninho! –Exclamo ao abrir a boca em um longo bocejo, talvez ela me mande ir dormir, quem sabe?

- Só não demore muito a se decidir. Eu ainda quero estar viva para ver o casamento. Eu amo festas, roubo todos os doces e coloco-os em minha bolsa para comer mais tarde, sabe? Melhor coisa da vida. –Nonna confessa com um sorrisinho ao contar de suas travessuras e me mostrar dentro de sua bolsa os doces já roubados da festa de hoje.

É uma senhora adorável, eu adoraria tirar uma soneca na sua cadeira de balanço.

Violetta fala para eu aproveitar a festa e se retira com a sua Mamma.

Giovanni assim como sua mãe, é um bom anfitrião. Conversa com todos educadamente e está lindo de morrer em seu terno feito sob medida, que ressalta cada parte de seu corpo, principalmente seus músculos bem marcados.

- Pietro, venha cá. Tenho que te apresentar, esse é o nosso cugino. Ele possui uma grande influência na máfia. –Gio apresenta-me para seu primo, um negro alto e bonitão, dos olhos claros.

- Nossa, Pietro. Você é lindo. Curte fazer o quê? –Pergunta o moreno ao me dar uma piscadela.

- Dormir. Amo dormir. –Comento com sinceridade ao olhar para o loiro com meus olhos pidões, implorando para que ele me mande ir dormir.

- Qualquer hora podemos dormir juntos. –O cugino solta ao se aproximar. Seu cheiro é másculo e gostoso.

Ele é safado igual o Vincenzo. Só podiam mesmo ser primos.

- Bom, eu só queria apresentar vocês mesmo! –Giovanni conclui entrando no meio. – Agora, você pode ir Pietro. Vá, vá... –O loiro me espanta com palmadinhas em minhas costas.

Arrasto-me até a área da piscina e me arrependo.

- Pietro, vem dançar comigo! –Exclama Vincenzo quando me vê.

Ele está dançando seminu, somente de sunguinha, à beira da piscina, sensualmente, com um cara atrás dele e uma mulher a sua frente. Ambos estão sarrando-se.

Reúno toda a minha energia e fujo dele.

ATÉ PARECE que vou dançar em uma festa, muito cansativo, prefiro dormir e descansar.

Já longe da piscina, procuro Nicola, mas não o encontro em lugar algum. Estou perdido e sozinho. Melhor achar um canto para eu me esconder e tirar um cochilo.

Abro a porta do quartinho perto da piscina, que é onde guardamos boias e coisas assim e percebo que está tudo escuro. Tranco a porta e resolvo tirar um cochilo aqui mesmo. Perfeito.

Meu coração pula dentro do meu peito. Assusto-me. Eu teria gritado se uma mão não estivesse tampando minha boca. A pessoa sussurra em meu ouvido, me causando arrepios:

- O que está fazendo aqui, pandinha?

Suspiro aliviado quando percebo que é Nicola.

Viro-me para ele e o respondo:

- Me escondendo.

- Eu também. –Confessa ele ao me levantar e me colocar sentado em um colchão que não vejo muito bem, pois está tudo escuro.

- Eu não gosto dos meus parentes, porque eles não ligavam para nós quando éramos pobres. –O loiro de voz máscula me conta. -São todos interesseiros. –Desabafa por fim. Não consigo enxergá-lo, mas tenho certeza que está de testa franzida e com seu melhor olhar de desgosto em seu rosto.

- Por motivos assim que não gosto de pessoas. –Admito.

- Que assim seja! Agora, vamos beber. Essa garrafa é para mim e essa para você. –Diz ao me passar uma garrafa de vinho completamente cheia.

Pego-a e bebo lentamente até a última gota em uma golada só.

- Nossa, pandinha! –Exclama Nicola surpreso. - Eu não sabia que você era alcoólatra.

- Eu não sou! –Defendo-me. – Só bebo assim porque eu tenho preguiça de beber aos poucos, demora muito e gera muito esforço. Assim, gosto de beber tudo de uma vez, para dar menos cansaço. –Explico para Nico, como se tudo fizesse sentido. Bom, para mim, faz.

- Bem pensado! Pietro, você é um gênio! –Elogia-me Nicola.

–Farei o mesmo. –Me informa momentos antes de entornar todo o líquido de uma só vez em sua boca.

Foi bem mais rápido do que imaginei que seria. Foi intenso. Senti até um calor.

- Droga. –Resmunga o loiro.

- O que? –Pergunto confuso.

- Não temos mais bebidas, eram só aquelas duas garrafas. O que faremos agora?

- Dormir?-Dou-lhe a ideia, esperançado.

- Não. Podemos fazer algo melhor do que dormir. –Sussurra baixinho, com a voz rouca, em meu ouvido. Fico completamente arrepiado.

Respiro fundo tentando manter o controle da minha respiração que já está descontrolada e tento soar calmo para o loiro:

- Não existe nada melhor do que dormir! –Corto-o. - Simplesmente não exis... –Começo novamente a resmungar, claramente indignado, pois dormir é tudo para mim, mas sou silenciado. Cessado. Por um beijo. O beijo de Nicola.

CONTINUA...

Narrador on~~

Juro q tento mesegurar, mas os momentos NIETRO são TUDO para mim. SORRY NOT SORRY. Só nãopensem que tudo será mil maravilhas para o casal, porque vou complicar tudopara eles em breve... *Lê autormaligno e cara de pau*

Vitale, Irmãos da Máfia (Romance Gay)Where stories live. Discover now