Capítulo 20 - Parabellum

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Trish, com seu visor, observou além da muralha de aço da fronteira e percebeu que a estrutura não se tratava apenas de metais, mas também circuitos. Ela acabou entendendo como esses circuitos funcionavam e conseguiu se conectar no sistema da muralha. Com a ajuda de seus equipamentos, hackeou e abriu uma passagem mais afastada da entrada principal, sob a verificação de que não estava em um local tão aberto.

O grupo passa pela fronteira, e sem muito tempo de visualizar o ambiente em volta, correm até um beco mais isolado, parando finalmente para descansar. Ashley e Trish encostam Edward na parede enquanto o restante se sentava. Estavam muito cansados, quase sem energias, mas não podiam parar por tanto tempo.

- Não podemos parar agora, se Annie foi esse desafio, quem sabe o que nos aguarda agora? – Hide dizia, mesmo sendo o mais ferrado.

- Olha pra você primeiro. Não vai conseguir fazer nada contra o Esquadrão Zero no estado que está. Na verdade contra ninguém. - Ashley dizia enquanto enfaixava seu ferimento no ombro.

- Ao menos vocês ainda têm suas armas, poderão retomar assim que acharmos mais cubos de energia. – Trish dizia.

Hide saca sua katana da bainha mostrando para Trish a lâmina quebrada. Praticamente não havia lâmina, apenas o começo dela depois do cabo. A mecânica logo fica extremamente chocada e até paralisada.

- Minha maior criação... O que você fez com ela? Você é um monstro Hide... – Era claro o tom de brincadeira na frase, mas de certa forma, Trish estava triste pela espada ter se quebrado.

- Pelo visto foi apenas a minha que se quebrou. Acha que dá pra consertar, Trish? – Hide perguntava.

- Não, por isso você é um monstro. Minha queridinha, o que ele fez com você? - Trish pegava a katana entristecida.

Nesse meio tempo de descanso, Edward acaba acordando. Seus companheiros explicam o que aconteceu e que agora estão no setor 1, o último e local onde está sede da Cybernature.

- Precisamos nos preparar. – Edward se levantava sentindo algumas dores em seu braço, que não possuía mais o encaixe cibernético, e em seu peitoral.

- E como faremos isso aqui? Essa é a área mais vigiada. –Ashley perguntava.

- Eu não sei. O plano inicial que fizemos na nossa base, fora da Cidade-G, já foi por água abaixo faz tempo. Eu não tive como pensar em algo fora aquilo. – Edward dizia meio desanimado.

Rachel, por outro lado, parecia saber de alguma coisa ou que escondia algo. Logo seus companheiros notaram e pediram que ela revelasse o que estava guardando.

- Conheço alguém que talvez possa nos ajudar. – Rachel dizia não muito animada com a ideia, e o grupo percebia isso.

- Porque não falou antes? Vamos logo. – Hide dizia enquanto guardava sua katana quebrada na bainha.

- Por favor, Rachel! Seja lá o que for a treta que você tiver com esse alguém, deixa isso pra lá. Nós precisamos de ajuda. – Edward colocava seu bastão em suas costas.

- Tá certo... Vamos lá. – Rachel acaba cedendo à vontade dos companheiros. Eles seguem por entre os prédios e ruas mais vazias. Agora estava mais difícil para eles se esconderem. Muito mais sentinelas, mais guardas, e até mais Hextecs. Um mínimo vacilo e os cinco seriam capturados e mortos.

O setor 1 era ainda mais tecnológico que o anterior. Quase tudo ali era metálico e robotizado. Os veículos pareciam que não podiam ficar mais avançados. Tudo era mais automático e as cores mais vibrantes. De longe já era possível ver a sede da Cybernature.

Cyber NatureWhere stories live. Discover now