Capítulo 23 - No limite

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Hide e Ashley se protegem dos estilhaços da explosão, porém o aprimorado foi lançado mais longe que a moça. Ashley consegue descer do prédio deslizando pelas janelas, enquanto Hide acaba tendo que descer pelo ar.

Acaba quebrando o chão com o impacto já que havia caído de uma altura de quarenta metros. Sua costela ainda doía demais, e com o impacto parecia doer mais. Ele, ao encostar a mão, conseguia sentir mais sangue vazando. Aparentemente o ferimento na costela virou uma fratura exposta, mas o encaixe não o permitia ver.

Ashley desliza pela superfície do prédio e consegue aterrissar ao lado de Hide. O ferimento em seu ombro também não parava de sangrar.

- Você tá bem? - Ela pergunta ao aprimorado, que olha para a mão encharcada de sangue. Sua jaqueta e camisetas estavam ensopadas já.

- Eu prefiro nem saber. Você está? - Hide pergunta tentando ignorar a dor.

- Difícil dizer. - Os dois olhavam em volta e percebiam que estavam no meio de uma rua mega movimentada. Todos em volta olhavam surpresos e curiosos. Os carros, motos e caminhões flutuantes paravam para os motoristas olharem.

Eles entendiam que era questão de tempo até serem identificados, então saíram correndo buscando algum local menos movimentado. Acabam chegando a um beco escuro no meio de dois prédios. Tentavam recuperar o fôlego, mas nem para isso tiveram tempo. Guardas da Cybernature chegavam em carros, com vários deles.

- Eles vieram por aqui, vão vão. - Dizia um dos guardas enquanto o restante deles adentrava no beco com visores noturnos.

Hide e Ashley tiveram que resistir a dor e utilizar seus aprimoramentos para saltar de parede em parede até chegarem ao topo dos prédios. Apesar dos dispositivos em seus braços evitarem que eles fossem detectados pelos sensores e visores dos guardas, não os protegeriam se fossem vistos.

Os guardas saltam e chegam ao topo do prédio que os dois foram. Hide e Ashley estavam escondidos atrás de uma pequena estrutura de metal quadrada. Naquele topo haviam várias estruturas iguais espalhadas. Os guardas, com seus visores e armas apontadas, caminhavam calmamente, enquanto Hide e Ashley mal moviam um músculo e ainda tentavam não deixar a respiração tão ofegante. Estavam muito cansados e talvez nem tivessem energia para aguentar se continuassem correndo dos guardas.

A única coisa que se escutava eram os passos dos ciborgues da Cybernature. O aprimorado não entendia o porquê dos guardas estarem se aproximando mais do local que os dois estavam escondidos, foi aí que ele olhou para o lado e percebeu: o sangue que estava vazando por entre as partes de robóticas, e pelo ferimento de Ashley, havia deixado um rastro de gotículas, entregando totalmente a posição deles.

Ashley nota isso também. Ela pensava desesperadamente em uma solução, mas não conseguia encontrar. Hide acaba arrumando uma maneira, ele envolve seu braço na frente de Ashley.

- E-ei, o que tá fazendo? - Ela sussurrava envergonhada e brava.

- Shhh. - Hide, após fazer isso, pega um pouco do sangue que vazava das partes e também do chão, e joga para frente e para a diagonal um pouco, pois ele aproveitou o fato de que os dois estavam quase na beirada do prédio e que este ficava na frente de uma rua movimentada. Isso daria a impressão de que os dois pularam e fugiram. Para completar, Hide ativa sua camuflagem, e, por estar segurando Ashley, os dois acabam recebendo o efeito, ficando invisíveis.

Mesmo encabulada e um pouco desconfortável, Ashley acaba cedendo, vendo que essa era a melhor opção. O líder daqueles guardas chega ao local onde os dois estavam. Hide e Ashley se mantinham estáticos. O guarda observa o sangue mais em excesso onde os dois estavam, mas não consegue vê-los. Seu olhar logo se vira para o sangue na beirada do prédio. Olhando para baixo, ele conseguia ver o liquido no chão. Visto, ele dá a ordem para o restante dos guardas descerem do prédio para continuarem atrás.

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