capítulo 1

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Eu estou dirigindo pelas ruas de Nova Orleans, Taylor Swift tocando no rádio do meu carro. Meus olhos vagando pelas prostitutas e mendigos da rua. Apenas eles para estragaram tanta beleza.

Meu celular toca quando saio das ruas movimentadas, sem desviar os olhos da rua eu tiro uma das mãos do volante e levo até o meu celular e atendo colocando no viva voz.

— Hanna! Estou te ligando faz tanto tempo. — América fala do outro lado da linha.

— Eu não ouvi. Fala logo o que você quer. — respondo entre dentes.

— Só queria saber onde você está e como você está. — diz baixinho.

— E isso te interessa por quê?— pergunto revirando os olhos.

— Estamos em Nova Orleans, Hanna. — Eu posso ouvir sua indignação.

Eu sei o que ela quer dizer com isso, seria o mesmo discurso de sempre. Você já foi sequestrada e blá, blá, blá...

Eu posso ouvir muito barulho do outro lado da linha e me pergunto onde ela está. Ela não ousaria sair sem me chamar, ou ousaria?

— Onde você está? Você está em uma festa? — silêncio se faz, era tudo o que eu precisava. — Sua vadia, como ousa me ignorar dessa maneira?

— Ei, calma garota. Eu não podia faltar a festa e você não ganhou um convite. Peter e eu estamos saindo, você sabe...

Ela está nervosa, mas eu não me importo. Ninguém faz uma festa e não me convida. Ninguém ignora Hanna Cooper. 

— Quem foi a vagabunda que fez a festa e não me convidou?

Eu estou com muita raiva, não, eu estou possessa.

— Foi a Liz.  — Claro que foi essa vagabunda! — Mas é normal que ela faça isso, na última festa que ela deu você agarrou o namorado dela na frente de todos, só  porque ela estava chamando mais atenção que você.

Um sorriso enfeita os meus lábios. Ah, eu me lembro daquele dia, ela realmente estava sendo a estrela da festa.

— Isso foi há muito tempo. — digo.

— Foi a duas semanas, Hanna. — minha amiga diz como se eu estivesse sofrendo de amnésia.

— Está se bandiando para o lado daquela vadia, sua vaca maldita?— pergunto sem me preocupar em esconder minha raiva.

— Não, claro que não! Que tal eu levar o Stefan para sua casa depois?  Como prova da minha amizade eterna.

Eu não consigo não rir e América ri junto.

—  Ok, pode ser. — se faz alguns segundos de silêncio até ela falar novamente.

— Então, para onde está indo?— ela pergunta realmente animada.

— Estou indo a um encontro. É um bar meio gótico, você já esteve lá. É com aquele carinha que te falei. — digo e olho para o celular quando ela solta um gritinho animado.

— Não acredito. Pensei que ele não fizesse seu tipo. 

Ela tem razão. Normalmente eu escolho caras apenas do meu ciclo social e não caras pobres, mas esse era diferente. Ele era gentil e gostava de mim, ele me venerava, e era sexy, eu não podia me esquecer disso.

— Ele é fofo. — respondo fazendo ela ri.

— Hanna Cooper está apaixonada? — perguntou de forma exagerada.

— É,  acho que sim.

Depois de conversarmos mais um pouquinho ela desliga quando Peter a chama e me concentro na rua, estou próxima ao bar quando uma luz chama minha atenção.

— Vá se foder! — Grito ao ver que a gasolina está acabando.

Não demora para a gasolina acabar e logo sou obrigada a encostar a carro. Respira, respira Hanna. Tento me acalmar.

É menos de um quilômetro daqui. Eu posso fazer isso. Eu posso ir andando, não eu não posso. Posso sim.

— Sou Hanna Cooper e nada vai estragar o meu encontro. — digo para mim mesmo enquanto saio do carro.

O frio atravessa minha blusa fina de seda e eu me viro para olhar a rua. É menos de um quilômetro, digo para me tranquilizar enquanto ouço meus saltos finos batendo no asfalto.

Por que o barulho parece tão alto?

Estou agarrada em minha bolsa Luis Vuitton como se ela fosse um escudo, mentalmente agradecendo por estar de calça jeans, e em seguida me amaldiçoando por não ter colocado um coturno.

— Carro maldito! Sapato maldito!

— Precisa de ajuda, senhorita? — ouço a voz e me viro.

Atrás de mim há um homem alto e grande, muito grande. Mas o que me assusta é sua máscara de palhaço assustador. Minha mente volta para quando fui sequestrada aos dezesseis anos, eu fui imprudente naquela época e cometi o mesmo erro dessa vez. A única diferença é que esse cara não sabe quem eu sou e ele não quer me sequestrar, não, ele que quer me matar. Eu me viro para correr, mas há mais dois bloqueando meu caminho. Todos eles com suas assustadoras máscaras de palhaço. O mais alto deles da um passo em minha direção e me empurra. Eu tropeço caindo nos braços do primeiro e ele me empurra em direção ao mais baixo, só que esse não me segura, ele me deixa cair. Eu estico a mão para proteger o meu rosto no último instante.

— Olha só, uma patricinha desengonçada. — todos riem e raiva se apodera de mim.

Eu viro o meu rosto enquanto tento me levantar, um dos malditos batem com o pé em minhas costa e sou empurrada para o chão. Choramingo. 

— Por favor...— imploro.

— Olha só, ela é tão bonitinha...— um deles se a baixa para tocar com seu dedo asqueroso no meu rosto. — Que tal brincarmos com ela um pouquinho? — Sua voz é abafada pela máscara, mas posso ouvir o sarcasmos e tom malicioso. Nojentos, porcos nojentos!

— Vá se foder! — Grito sem conseguir me controlar.

O tapa que recebo é tão forte que minha cabeça bate contra o asfalto, imediatamente sinto o corte. Meus olhos fecham com a dor e se abrem com os gritos.

O que está acontecendo?

Minha visão escurece, mas não antes de eu ver sangue pingando do alto e caindo em minha bochecha. Alguém se ajoelha em minha frente, um homem.

— Achei você.

Consigo levantar o rosto para olha-lo e então pavor entorpece minhas veias e eu grito, como nunca gritei em toda a minha vida.

Sequestrada por Jack, o assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora