capítulo 34

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Meus passos eram pesados, meus olhos pareciam ter areias e minha cabeça parecia prestes a explodir com a enxaqueca que eu estava sentido, mas eu continuei me arrastando para a cozinha. Assim que cheguei, abri a torneira e enchi um copo de água e bebi avidamente. Minha garganta estava tão seca que logo enchi outro, mas desta vez, dei goles mais devagar.

Meus olhos percorreram as árvores que se estendia pela floresta, a neblina ainda persistia entre os troncos, o que dava a sensação de ter alguém te observando, vários olhos acompanhando seus movimentos, esperando a hora certa para atacar.

Eu esfrego o rosto e solto um suspiro longo.

Eu me viro para a vê o que tem dentro da geladeira e me deparo com um pedaço de papel colado na porta. Eu solto o ímã que segura a folha (que foi provavelmente arrancada de alguma agenda) e leio o que esta escrito em uma letra bem cuidadosa.

"Saí"

Eu viro a folha esperando encontrar mais alguma coisa na parte de trás, mas não há nada.

-Sério? Só isso? Nada mais? Que falta de consideração!-Resmungo indignada, mas paro.

Me ocorre que essa é a primeira vez que ele se importa em avisar que não está. Ele nunca deixou um bilhete antes, ou informou que sairia.

Eu não sabia se ele havia ido apenas na cidade, ou se seria como das vezes em que ele ficava sete dias fora. Pensando bem, se eu levasse em conta os armários cheios e a geladeira abastecida, era provável que fosse sete dias.

Eu sorrio com a possibilidade de Jack ficar sete dias fora. Eu preciso disso, dessa liberdade de poder respirar sem que ele esteja por perto, observando, esperando, antecipando. Ele parecia estar sempre esperando que eu fizesse algo, cometesse algo. Ele está sempre antecipando meus movimentos, como se já tivesse dançado essa dança muitas vezes.

+ + +

Meu segundo dia sem Jack foi maravilhoso, eu já não estava mais com dor de cabeça; dormi até tarde, comi a hora que quis, fiz o serviço que desejei, cochilei a tarde.

Repeti a rotina no quarto dia também, mas no quinto, comecei a ficar entediada, mesmo observando as árvores da área de serviço, não consegui relaxar e aproveitar. Tentei me distrair com qualquer coisa, mas nada me fazia ficar animada.

No sexto dia, depois de arrumar meus cabelos - que estavam ficando novamente sedosos com os produtos capilares que Jack trouxe para mim - resolvi subir as escadas e tentar abri as portar com um curto pedaço de arame que achei na área de serviço, mas, obviamente, não deu certo. Eu tentei me forçar a dormi, mas também não consegui, por isso tentei inventar algum tipo de comida, algumas deram certo, outras não.

No sétimo dia, eu estava no limite, pois: 1: Jack estava chegando e 2: eu teria que limpar tudo o que eu não limpei nos seis dias anteriores.

Eu comecei no andar de cima, pois era só o banheiro e o corredor - também limpei o porão e todo o resto do primeiro andar. Eu estava suada e completamente suja. Minha barriga roncava pela falta de comida.

-Eu deveria ter almoçado. -resmungo para mim mesmo enquanto tiro minha roupa.

Eu lavo meu cabelo, termino meu banho e me visto com a peça de roupa que peguei. O vestido de manga era grosso e batia na altura do meu joelho. Não era nada do que usaria, mas eu gostava do tom cinza claro.
A primeira coisa que eu fiz foi ir para a cozinha preparar um jantar para mim. Abri a geladeira, depois fui ao congelador e peguei o saco de salada congelados, em seguida peguei queijo e presunto. Coloquei os alimentos em cima do balcão e voltei para a geladeira para pregar alguns morangos e uma maçã.

Eu como as frutas, e logo sinto minhas forças retornando ao meu corpo. Eu me viro para o fogão e levanto a tampa, um bufo me escapa quando o pano de prato escorrega para trás do fogão. Me abaixo e enfio o braço no vão que tem entre o fogão e a pia, mas eu não alcanço. Ajoelhada no chão empurro o fogão para frente e alcanço o pano, quando estou prestes a me levantar, vejo que a madeira dali está um pouco estufada, era como se a tivessem posto apressadamente.

O meu corpo se arrepia com a sensação estranha que o invade e meu coração começa a bater mais rápido.

Eu tento algumas vezes puxar a tábua, mas falho, quando já estou desistindo, resolvo tentar mais uma vez e ela se move. A tábua de talvez meio metro, sai e fica um vão que está preenchido por um objeto embrulhado no que parece um pano de chão encardido. Eu êxito na hora de pegar, mas pego. Quando desembrulho encontro um...

-Um livro?-meu eco incrédulo me faz franzi a testa.- Orgulho e preconceito-leio o título e rio da piada sem graça, mas então me ocorre:

Por que diabos alguém iria esconder um livro?

Eu coloco rapidamente a tábua no lugar, dessa vez corretamente e empurro o fogão no lugar. Embrulho o pano de qualquer jeito no livro e me levanto segurando ele junto a mim. Minha fome esta em segundo plano agora, porém, mesmo assim, pego um pouco dos biscoitos de chocolate que fiz ontem. Segurando um potinho com o biscoito e o livro, corro para o porão.

Eu me sento na cama, coloco a vasilha do lado, desembrulho o livro jogando o pano de chão no chão e abro o livro.
Levo um biscoito a boca que desmancha instantaneamente e suspiro. Eu abro o livro, porém não encontro nada na primeira página, nem nas cinco restantes do primeiro capítulo, nem nas outras setes do segundo capítulo. Eu bufo irritada por não ter nada do que eu achei que teria.

Eu achei que teria algum relato, relato de alguma garota que veio antes de mim, mas não tem. Eu poderia continuar a leitura, mas eu odeio livros com linguagens um tanto que arcaicas. Eu jogo livro para os pés da cama e pego outro biscoito.

-Livro idi...-eu começo xingar o livro, mas paro quando vejo que ele está aberto e parece ter escritas na borda das páginas.

Eu me ajoelho para pegar o livro e o puxo para mim.

"Eu não faço ideia de quanto tempo estou aqui, mas já tem um tempo..."

Na parte inferior da página também tinha outra mensagem curta.

"Eu estou com medo, Joana, fiz algo errado...acho que vou morrer..."

-Ai meu Deus...- sussurro levando minha mão esquerda a boca.

Joana? Quem é Joana?

As perguntas vem em minha mente e eu começo a voltar com as folhas rapidamente. Eu passo por algumas folhas que também estão escritas, mas eu quero o início, é no meio do terceiro capítulo que começa. Eu me sento direito e seguro o livro mais perto e é quando ouço...

-Snap! Tlec!- O som de dedos estalando me faz pular da cama.

Eu corro até a base da escada e apago a luz rapidamente, em seguida volto para cama e pego o livro o enfiando debaixo do colchão. Me deito logo em seguida e fecho os olhos fingindo dormir.

Se passa talvez uns dez minutos quando a porta do meu quarto se abre.

Eu não posso imaginar o que Jack possa querer agora, mas eu também não precisaria me torturar, pois estava prestes a descobrir.

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Olá pessoal!!

Estava pensando aqui, sobre a maratona... Vocês preferem que eu lance um capítulo todos os dias a parti de quarta-feira, ou preferem que seja lançado tudo no domingo?

Deixem a opinião de vocês nos comentários para mim ter uma noção...é isso, bjs e espero que gostem do capítulo ❤️❤️❤️

Sequestrada por Jack, o assassino Where stories live. Discover now