capítulo 09

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E lá tinha ido meu fim de semana.
Não havia sido como todos os outros, mas pelo menos tinha me feito sair do meu mundinho. Até cheguei a gostar da gororoba que a Sofya e a Isabel fizeram.

Esquisito demais!

Apesar de tudo eu ainda não tinha conseguido esquecer da conversa anterior com a Bel, no dia em que ela cismou que eu precisava de um namorado.
Já fazia muito tempo que eu pensava sobre, mas talvez fosse a hora de procurar o imbecil do pai dela. Pelo menos para ela saber quem era.

Por isso assim que a deixei na escola me plantei atrás do balcão da livraria e me pus a pesquisar sobre a família García que era conhecida pela linhagem de médicos e o dinheiro sem fim, porém pouco encontrei do filho da casal além de sua formação em pediatria e suas poucas aparições em um programa ou outro direcionado à saúde.

O cara tinha sumido do mapa. Ou isso ou ele estava menos imaturo. Eu preferia a segunda opção.

Não tinha jeito, o Dylan tinha largado de mão a paternidade e eu me odiava profundamente por ainda ter a esperança de regastar essa relação dele com a Bel. Minha filha não merecia um pai relapso, mas era o que eu tinha para ela.
Deixei o computador de lado e fui até a seção de livros de terror que vivia sempre bagunçada.
Eu não entendia como aquilo era possível, parecia que ninguém que pegava tinha mão para pôr de volta no lugar.

- Conheci um cara.

Me sobressaltei ao ouvir a voz animada, porém contida, de Sofy nas minhas costas.

- Quem? - Indaguei.

Ela pegou alguns livros e começou a empilha-los.

- Se chama Andrey e ele é dono de uma empresa que fica aqui perto... Muito gato!

Cruzei os braços.

- Você não está se deixando convencer por papo de macho alfa naqueles aplicativos de relacionamento, está?

Ela riu e negou com a cabeça.

- Claro que não! Ele veio aqui para falar algo com o pançudo e trocamos uns olhares... Sei lá, rolou um clima.

- E aí? Ele falou algo? - Pressionei para saber.

Ela contraiu os lábios e depois olhou ao redor para poder falar.

- Ele perguntou se eu podia ajudar ele com a escolha de uns livros e jogamos um papo fora até que ele pediu meu número... Ele disse que podemos marcar algo! - A voz dela devia ter subido umas dez oitavas e torci para que ninguém nos ouvisse.

- Sofy, eu fico tão feliz por você! - A puxei para um abraço. - É sério, espero que ele te faça tão feliz quanto você merece minha amiga!

- Eu não quero criar expectativa, mas, sei lá, eu senti uma coisa tão boa quando vi ele... Foi quase como encontrar alguém de quem eu nem tinha notado que estava sentindo falta. Eu sei que é louco, mas...

Que louco que nada.

Por algum motivo meus pensamentos se voltaram para dentro do meu fusquinha com Bailey colocando música natalina para tocar.

Aquele bobo!

- Você está sorrindo? - Sofy praticamente grita me trazendo de volta.

Sinto minhas bochechas corarem e dou um leve empurrão nela.

- Só estou feliz, não posso? Dá licença.

Volto a me concentrar nos livros que se bagunçam demais e ignoro o lado da minha mente que está voltando no tempo e fazendo questão de pensar nas fotos que tirei e no papo nada haver dentro do carro.

𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲Where stories live. Discover now