capítulo 11

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- Você tinha que ter visto a cara dele, foi hilária, Shiv! - Sofy falou bem baixinho enquanto me servia uma taça de vinho.

Estávamos no apê dela e a Belzinha estava dormindo no sofá depois de comer todas as bolachas que Sofya tinha em casa.
Eu ainda tinha algumas horas até ter que ir cantar no barzinho então resolvi ficar aqui. Meu dia havia sido exaustivo mentalmente falando.

- Então o Bailey colocou aquele velho safado no lugar dele mesmo?

- Sim, sem dúvida. A gente até tentou ouvir algo, mas a porta tava trancada. Só sei que o Bailey saiu com cara de poucos amigos e, uns minutos depois, o velho pançudo passou pela gente com uma cara de quem tinha ouvido umas poucas e boas.

Me encostei no encosto da cadeira e me permiti experimentar a sensação de paz.
Faziam anos que eu havia me sentido tão protegida e tranquila. Talvez eu devesse permitir que as pessoas me ajudassem mais vezes.

Se permita.

- Shivani?

Balancei a cabeça para voltar a realidade.

- Você falou algo? - Perguntei.

Sofya bebeu um pouco do vinho e depois me olhou nos olhos.

- Me diz, diz aqui para a sua amiga do peito, o que você está esperando para agarrar aquele homem e beijar ele até ficar sem ar?

Escancarei a boca e meu queixo foi bater lá no chão com toda aquela pergunta descabida, mas que havia feito meu peito dar um pequeno salto.

Coração idiota.

- Está louca!? - Guinchei e fiquei de pé. - Beijar, ora essa! Ele é um amigo. Um conhecido, se muito for.

Bebi todo o resto do vinho da minha taça e enchi mais um pouco.

- Amigo? Ah Shivani, eu não tenho um letreiro na testa dizendo 'nasci ontem, me enganem'. Eu sei que você sente algo por ele. Da pra notar.

Fui até a ilha e deixei minha taça vazia lá, pois eu já tinha bebido todo o resto do conteúdo que tinha posto.
Espalmei as mãos na mármore gelada e deixei que o vinho quente me aquecesse por dentro.

- Eu não... - Soltei o ar pela boca. - Ok. Eu sinto, mas...

- Mas nada! Olha pra mim Shivani. - Sofy pediu.

Bufei alto, mas mesmo a contragosto girei nos calcanhares para olha-la nos olhos.
Eu estava ridiculamente tremendo.

- Ele não é o Dylan. Ele não é, Shiv. - A voz de Sofya saiu doce e equilibrada, mas a sensação que atingiu meu estômago me fez querer vomitar só de ouvir aquele nome.

- Eu sei. - Falei baixinho. - Eu sei que ele não é o Dylan, mas... Eu não sei se estou pronta para me deixar gostar de alguém, entende?

Ela assentiu e caminhou na minha direção para poder segurar minhas mãos que estavam suadas e geladas ao mesmo tempo.

- Você não tem que deixar nada. Essas coisas acontecem e, poxa, você encontrou um cara que te trata bem, te protege e que se dar super bem com a Belzinha. - Ela sorriu. - Eu não estou dizendo que você precisa se apaixonar pelo Bailey, não, apenas estou dizendo que você precisa se deixar viver. Se permitir.

Permitir.

Eu quase chorei com a repetição daquela palavra. Duas vezes no mesmo dia.
Puxei Sofy e a abracei forte.

Ela sempre tinha razão.

°°° °°°

No dia seguinte enquanto acabava de pentear os cabelos da Isabel me vi viajando nas ideias.
Agora eu estava parecendo uma adolescente que quando achava um garoto bonito não conseguia parar de pensar nele.
Era até ridículo.

- Mamãe, você está sorrindo?

Revirei os olhos.
Parece que não se pode mais sorrir sem ser questionada.
Bel estava me encarando pelo espelho com seus rostinho exalando esperteza.

- Não posso sorrir?!

- Você não sorri muito, mãe.

Terminei de pentear os fios castanhos do cabelo dela e me levantei da cadeira.

- Bel, posso te fazer uma pergunta?

Peguei a mochila dela e comecei a mexer em tudo, só para não olhar para ela. Mas eu sabia que ela estava bem atrás de mim.

- O quê?

- O que...hum... Você acha do Bailey?

- A MAMÃE TA NAMORANDO... TA NAMORANDO... TA NAMORANDO!!!

Me virei bruscamente na direção daquela voz escandalosa que explodia pelo cômodo inteiro. Ela estava saltando de um lado para o outro enquanto cantava.

- ISABEL PALIWAL! - Gritei.

- NAMORANDO!

Preciso usar artilharia pesada...

A puxei para o sofá e comecei a fazer um monte de cosquinha naquela barriguinha super fofa que me dava vontade de morder.

- Para! - Ela pedia em meio a sorrisos. - Eu vou fazer xixi, mamãe!

Opa.

A levantei e a coloquei no meu colo.

- Então, você vai responder? - Perguntei enquanto secava as lágrimas que ela havia derramado de tanto rir.

Bel suspirou alto e depois começou a alisar as mexas soltas do meu cabelo.

- Eu gosto dele, mamãe. Você gosta?

Sorri, pois era uma coisa anormal toda aquela inocência e, ao mesmo tempo, toda aquela atitude e falta de meias palavras.

Imediatamente lembrei do momento em que Bailey me levou até o café e sorrimos até a barriga doer.
Aquela camisa havaiana estava permeando demais meus pensamentos.
Dei um beijo no rostinho de Bel e falei:

- Acho que sim, pequena. Acho que sim.

°°° °°°

Eu estava descendo do meu fusquinha quando escutei a voz de Bailey me chamando. Ele vinha caminhando todo apressadinho com uma bermuda branca e uma camisa ainda mais escandalosa.

Que visu!

- O que achou desta? - Indagou apontando para a própria camisa.

Cruzei os braços.

- Eu diria que a excentricidade está no ar.

Ele riu e se encostou no meu carro. Todo casual.

- Admita, você ama todas as minhas cores! - Brincou, mas dava para notar seus olhos pairando sobre meus lábios.

Imitei a pose dele e me encostei no carro.
Dava para sentir seu perfume pairando sobre nós. Eu gostava daquele cheiro.

- Eu acho que posso me acostumar.

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[🥀] oque vocês estão achando dos capítulos?
Eu nem sei quantos postei kk porque estou adiantando bastante cap's pra vocês ;)

[🇵🇭] quem vocês acham que vai tomar a iniciativa do primeiro beijo, Shivani ou Bailey??

[😍]MEODEUS 550 VIZU NO LIVRIN, AAAA SOCORRO. SURTEI, E POR ISSO POSTEI MAIS UM CAP HOJE!

postei e saí correndo

𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲Место, где живут истории. Откройте их для себя