16. JOALHERIA

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— Alô! Terra chamando Bucky

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— Alô! Terra chamando Bucky. Terra chamando Bucky! — Sam praticamente gritou, atraindo a atenção do Soldado, que piscou algumas vezes e moveu os olhos em direção ao amigo.

— Me desculpa, o que você disse? — Ele perguntou, notando que tinha se desligado totalmente do mundo externo e afundado na própria mente por alguns momentos.

Estavam desmontando tudo depois de uma bem-sucedida primeira reunião com o novo grupo de Sam. Bucky tinha ficado pra ajudar, e ainda estava processando os eventos. Foi estranho ver todas aquelas pessoas novas que pareciam totalmente deslocadas ali dentro. Não era o mesmo que se sentar com um grupo já montado, ali ninguém se conhecia e todos pareciam ter medo e vergonha.

Quando Sam perguntou se alguém queria compartilhar alguma coisa ninguém se pronunciou. E isso fez com que Bucky resolvesse falar pela primeira vez, não por ele, por aquelas pessoas que pareciam realmente precisar de ajuda... Se ouvir outros veteranos o ajudava, talvez falar ajudasse alguém, então certamente valeria a pena.

Falou sobre o sentimento de estar em perigo constante, como se estivesse sendo seguido, sobre sentir que de uma hora para a outra sua liberdade não seria mais sua. E, por incrível que pareça, contar todas essas coisas não foi tão difícil, colocar o que sentia em palavras coerentes de alguma forma amenizou as o caos dentro de sua mente.

E realmente ajudou, porque outras pessoas falaram também, e se sentiram melhores com isso. Foi estranho ver as pessoas lhe agradecendo no fim da reunião, mas Bucky entendeu que todos estavam ali não para ouvir sobre como estava tudo bem e como a vida era boa, eles não queriam lições motivacionais sobre pessoas inteiras, eles queriam se sentir compreendidos, queriam o realismo de saber que o caminho era longo e árduo para todos, mas ao mesmo tempo queriam o alívio de entenderem que não estavam sozinhos.

Era sobre compartilhar a dor, para que um dia chegassem a compartilhar pequenos progressos, e era tudo sobre isso afinal, não era sobre achar milagrosamente a cura, era sobre pequenos passos na direção certa.

E pela primeira vez em muito tempo ele realmente sentiu que estava naquela direção.

— Onde você estava cara? — Sam perguntou o motivo daquela inercia.

— Aqui. — Bucky moveu os ombros, tinha ficado pra ajudar a arrumar o lugar, afinal isso não lhe custava nada.

Acabou perdido em alguns pensamentos e quando viu o rumo inicial tinha levado as coisas para algo muito diferente. Savannah. Não era exatamente uma surpresa, afinal havia algumas semanas que a ruiva de sorriso-sol era seu pensamento mais constante.

— De corpo presente apenas, mas a mente estava bem longe.... — Sam fez um gesto exagerado enquanto ria.

Bucky resolveu que podia compartilhar sua preocupação mais urgente com o amigo, afinal Sam era de confiança, apesar de ter um humor duvidoso.

INVERNO ARDENTE | Bucky Barnes ✓Where stories live. Discover now