-capítulo 12-

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Aquilo não podia estar acontecendo.

Três anos atrás, Eve e seus foram sido enviados para treinar com os Assassinos Silenciosos do Deserto Vermelho. A princesa conseguira convencer o mestre mudo a lhe dar aulas privadas, mas fora picada por uma áspide durante o seu primeiro treinamento. Na época, ela achara que aquele seria o máximo de azar que jamais chegaria a ter.

Depois, quando passara seis horas trancada no guarda roupa de Dorian Havilliard, ouvindo o rei chorar e confessar a Chaol suas mágoas a respeito da amante bruxa que o largara, Eve fora obrigada a ampliar um pouco as suas perspectivas.

E então, no ano anterior, quando seu namorado a arrastara para o Lago Prateado e confessara uma amor que ela soubera que não seria capaz de retribuir... bem, aí, a jovem tivera total e completa certeza de que atingira o fundo do poço.

Mas estivera enganada. Porque agora... agora havia o fundo do poço. Daí, mais pra baixo, haviam 10 metros de esterco. E aí, só aí, é que havia Evalin.

Marcus estava bem na sua frente. Ele estava bem na sua frente. Primeiro, o olhar do homem se dirigiu à coroa de Evalin. Depois, para as orelhas pontudas e os caninos alongados. Depois, novamente para a coroa. Ele parecia prestes a cair duro no chão.

Horror percorreu o rosto do jovem quando ele se deu conta do que estava acontecendo. De que Eve mentira no dia anterior. Que ela não era dama de companhia coisa nenhuma. Ao invés disso... Marcus acidentalmente dormira com a princesa herdeira de Terrasen.

A herdeira estava tão ocupada tentando se afundar dentro de si mesma e morrer que nem percebeu que Rolfe havia se dirigido a ela:

—Alteza... Alteza, a senhorita está bem?

Evalin desviou o olhar de Marcus e piscou, tentando desesperante colocar a cabeça no lugar.

—Eu... eu estou ótima— ela gaguejou —Estou muito excitada... quero dizer honrada... quero dizer, feliz... quero dizer... estou contente de uma forma perfeitamente normal e sem implicações constrangedoras de estar substituindo a minha mãe e fazendo essa conferência hoje com você, Lorde Rolfe.

O velho franziu a testa, sem dúvida se perguntando se a princesa tinha um parafuso a menos. Evalin não conseguiu resistir outra olhadela na direção de Marcus. Se o homem estava ali... então ele também mentira na noite anterior. Não era um marinheiro, mas um pirata. Um corsário myceniano de Baía da Caveira.

—Também estou feliz por essa oportunidade, Alteza— disse Rolfe —Embora, eu não possa deixar de perguntar... aconteceu algo com sua mãe que a tenha obrigado a se ausentar? Me foi prometida uma audiência de emergência com Aelin Galathynius, não com a filha dela.

—Qualquer que seja o seu problema, Lorde Rolfe, tenho plena certeza de que sou mais do que qualificada para resolve-lo— uma ideia ocorreu à Evalin —Mas, se realmente quer falar com a rainha, pode esperar até ela voltar da sua viagem até o continente leste. Deve demorar aproximadamente 2 semanas. Se quiser, o senhor e a sua comitiva podem partir e retornar outro dia...

Por favor, faça isso, Evalin implorou silenciosamente. Por favor, vá embora daqui e leve Marcus com você antes que todos descubram meu segredo.

—Duas semanas?— Rolfe se levantou da cadeira, parecendo alarmado —Não, de maneira alguma! Esse é um assunto urgente, não pode esperar tanto tempo. Você vai ter que bastar. Sem ofensas, é claro, Alteza.

—Não estou ofendida— disse Evalin. Sua mãe era a rainha, era Aelin Galathynius. Se Eve tivesse um assunto urgente, também preferiria tratar com ela —Como posso ajudá-lo?

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