Cap.77

29K 1.9K 740
                                    

Marquinhos

Depois de pegar algumas coisinhas para comer, me sentei no meu sofá cama e coloquei na Netflix do meu notebook. Estava escutando música, por enquanto. Acordei com gemidos, por tanto, coloquei os meus fones de ouvido escutando uma música bem alta.

   Mesmo gostando de escutar gemidos, preferia mil vezes participar. Tá sendo difícil dormir nessa casa ou morar nela, tanto faz. Toda hora são gemidos, não dá nem para dormir. Depois é o medo de tocar alguma coisa e pegar nos filhos do Thiago e do Vk que não chegaram ao útero.

   Pelo amor de Deus, eu preciso me mudar urgentemente.

   Enquanto comia os meus morangos com nutella, senti uma mão puxar meus fones com brutalidade, quase levando a minha orelha junto. Respirei fundo, achando que aquilo foi uma assombração, não é atoa que são três da manhã.

  — Sua porra, então é você que come as minhas coisas! Sabe quanto isso custa? Caro pra caralho! - A voz da Lilian sou-o pelos os meus ouvidos.

   Por um lado, fiquei feliz de não ser um fantasma, de ser só a Lilian. Por outro, fiquei me tremendo de medo por terem me pegando no flagra. Ela tinha umas unhas grandes, enfia uma unha dessa na minha barriga e já tira as tripas tudo.

  — Mas... isso é meu, oras. - Quando levantei a cabeça, arregalei os olhos.

   A Lilian estava nua. Eu fiquei chocado, ELES ESTAVAM TRANSANDO NA COZINHA!

   EU FAÇO AS MINHAS REFEIÇÕES NA COZINHA!

   O Thiago vestia a cueca com pressa. Que horror.

  — Como vocês transam em uma cozinha? Vocês não tem compaixão comigo não? Pelo amor de Deus. Eu não aguento mais.  

  — Não é nada disso. Não estávamos "transando"... 

  — Claro, então ficaram nus para cozinhar igual Adão e Eva? Amei a fantasia, aliás, o pau do Thiago é muito maior duro né? - Levei um tapa na cabeça, fazendo com que o morango caísse e melasse todo o meu corpinho malhado. — Ó Lilian, sua porra. - Passei o dedo no chocolate que caiu na minha barriga e levei a boca, é muito feio estragar comida. — Isso é tudo ciúmes? Porra. Tinha me avisado.

  — Vou te falar um negócio sério, Marquinhos. Ou tu para de comer as minhas coisas ou eu vou te expulsar dessa casa com as minhas próprias mãos.

  — Você podia vestir uma camisa? É difícil se concentrar os seus peitos na minha cara. - Falei em um tom de brincadeira, lógico. O Adão pegou uma camisa sua que estava no sofá, espalhada com varias outras, e fez a loira odonto vestir.

   Aiai, os ciúmes.

  — Eu tô falando sério, Marquinhos! - A Lilian falou, depois de vestir aquela blusa vermelha.

   — Você tá reclamando de que? Eu tenho que conviver com os filhos do Thiago até na mesa da cozinha, na escada do prédio, NO FILTRO DE BEBER ÁGUA. Usaram camisinhas? - A loira do tchan arregalou os olhos.

  — Thiago, você colocou uma camisinha né?

  — Não, eu não sei.

  — Titio ama, titio cuida. - Peguei uma almofada, fingindo ser uma criança, e comecei a ninar. Já ensaindo para os meus quinhentos sobrinhos.

  — Você gozou?! - A Barbie falsificada gritou.

  — Eu não sei, porra. Não me lembro. Você sabe que a minha memória é péssima.

  — Claro, a sua memória é de um senhor de noventa anos.

   Estava amando a briga do casal vinte.

  — Bom, hoje você vai dormir aqui, na sala! Se não se lembrar se gozou ou não, então não deve se lembrar aonde é o seu quarto. - A Lilian saiu revoltada. Mas, já acabou?

   O Thiago seguiu a mesma, igual um cachorrinho abandonando. Me inclinei para ver a briga no corredor, quase caí de cara no chão.

   Em um certo momento, só vi um lençol voando pelo o ar e o som de uma porta batendo com força.

   O Thiago apareceu na sala. Ele apontou para o sofá, eu neguei com a cabeça, rápido.

  — Você mesmo disse que não dormia no sofá do "sem teto". Aliás, por que você não vai para o seu quarto?

  — Primeiro, aquilo era uma brincadeira. - Falou arrumando a cueca no corpo e depois sentou no chão. — Segundo, se esqueceu que faz três meses que vendi a minha cama? No meu quarto só tem bagunça.

   Ah, é mesmo. O coitado é tão emocionado que vendeu a cama para dormir só na da Lilian, coitado.

  — Bom, como eu sou uma boa pessoa, pode dormir aqui comigo. Vou acabar minha comida, queridinho. E olha, eu não sou a Lilian não, não vem apertar a minha bunda no meio bunda não. - Dei batidinhas ao meu lado.

   Ele se jogou ao meu lado no sofá cama e logo dormiu, lógico, depois de ter agradecido muito.

   Eu hein. Eles brigam e eu que pago.

Logo Você?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora