Cap.92

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Thiago

   A Lilian acabou dormindo no caminho para casa. Fiquei tão triste por ver ela chorando e não poder fazer nada, poxa.

   Comprei até lanche, aqueles bem gordurosos, e mesmo assim, ela nem tocou. Ficou no canto do carro, quietinha.

   Estava na sala, conversando com o pessoal. Claro que antes, eu a coloquei na cama e tirei sua calça apertada. No intuito dela dormir confortável.

  — Ih, e ele foi com o diabo. - O Marquinhos falou, tendo respeito nenhum com o falecido. Que o diabo o tenha.

  — Isso é uma falta de respeito de tantas formas, Marquinhos. O coitado morreu não faz nem duas horas, seu corpo ainda tá quente e tu falando isso.

  — Saudades quando gay dava o cu e não a opinião. - O mesmo falou, dei um tapa na sua cabeça.

  — Vamos concordar, Thiago. O Marquinhos tá certo. Aquele homem foi tarde, tanta coisa que ele fez com a Lilian. - A minha irmã falou.

  — Então, vamos fazer oque?

  — Que tal uma viagem para Cancún? Vendemos o escritório... a gente não, a Lilian. Ela vende o escritório e o dinheiro vamos para Cancún. Olha que maravilhoso. - A Anna bateu palmas, dando pulinhos.

  — Que Cancún oque? Eu quero parte do dinheiro para comprar o meu próprio apartamento. Eu não suporto mais vocês. Eu não suporto mais. Eu não consigo dormir com vocês transando. Até na cozinha tão fazendo seqsu. Na cozinha! - O Marquinhos, protestou. Ele chutou a bunda da Anna, quando a mesma iria sentar no seu sofá-cama.

  — Sabe Marquinhos, você tá parecendo um pouco o Thiago quando começamos a morar aqui. - A menina no qual sua bunda foi chutada falou.

  — É uma ofensa para mim ser comparado a um de vocês.

  — Gente, pelo amor de deus, para quê essa briga? Todo mundo sabe que o dinheiro vai ser usado para o enxoval e o chá de bebê do meu filho. - A loira odonto falou, alisando a sua barriga de lombriga.

  — Entretanto, senhora Flávia. Convenhamos que eu sei um jeito melhor de usar o dinheiro. Todo mundo concorda que o dinheiro seria bem gasto se eu, Manoel Vasconcelos, guardasse para os nossos filhos no futuro.

  — Contudo, eu, Anna Barreto, não terei filhos. Então, não tem motivo algum eu guardar um dinheiro para os filhos do Vitor que vão da camisinha para o lixo.

  — Ei! Não fala assim do meu esperma! - A Flávia jogou uma almofada na cara do cuzão.

  — Vitor, pelo amor de Deus. Isso não tem graça, é nojento.

  — Não escuto isso quando você tá com a boca na minha rola. - Ele falou, nem aí se a gente estava sendo obrigado a escutar aquilo.

  — Mudando de assunto, para o Thiago não matar o Vitor, vamos fazer oque?

  — Alugar um iate! - Já percebemos que a Anna é a amiga que quer tentar o impossível, que quer entrar no céu apulso.

  — Não entendi o motivo para nós discutirmos isso. O velho que morreu não é o pai da Lilian? Ela deve guardar o dinheiro para o futuro, ou fazer uma viagem. A gente nem vai ver a cor das cédulas. Pelo amor de Deus, vamos cair na real mores? - O Marquinhos falou.

  — Nossa Marquinhos, tu não entendeu? O menor é filho do velho também, idiota. - A Flávia falou, deixando o Marquinhos confuso.

  — Gente, como assim? Eu tô chocado. Por que eu sou sempre o último a saber das coisas? Eu... eu não sei como reagir.

  — Porque você não raciocina direito. A gente tá a meia hora falando a mesma coisa e você ainda não compreendeu.

  — Nossa, Flávia. Obrigada. Estou muito feliz, vou tomar um pouco de cloro.

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