Hora 12

1K 122 21
                                    

Era sensacional como Rafa respondia aos meus toques, deixá-la em êxtase dessa forma me enlouqueceu, mas ainda era cedo demais para que ela pudesse retribuir, nosso primeiro beijo acabou nossa primeira briga... Por graças que o sexo não deu em nada ruim, mas não poderia correr este risco, não poderia deixar que ela se forçasse em algo tão inovador, sexo entre homem e mulher é fácil, principalmente para a mulher, mas sexo entre duas mulheres onde uma ainda é virgem se pudermos dizer assim, é simplesmente... Exaustivo para o dia em que se desobre.
Quando permiti que Rafa me tocasse, senti um êxtase maior do que deveria por conta da possibilidade de que daria merda.
Mas seus beijos em meu corpo me deixavam arrepiada, me deixavam eufórica. Isso, eufórica era a palavra correta, então suas mãos deslizaram pela minha coxa, milímetros para cima e ela estaria onde eu queria. Seus beijos foram ficando mais intensos mais destribuidos pela minha pele arrepiando cada centimetro que seus lábios passavam, pude sentir seu sorriso se formar enquanto brincava com meus mamilos, sua lingua quente neles deixavam ainda mais duros.
Aos poucos e timida ela descia as mãos da minha coxa para minha intimidade me fazendo estremecer a cada toque leve de sua pele na minha recem depilada e ainda sensivel da gilette.
-Você poderia... Me ensinar? Sua voz era timida, quase um sussurro.
Assenti colocando minha mão em cima da dela e aos poucos levando até onde ela deveria estar, com movimentos circulares ajudei-a mostrando exatamente como e onde eu gostava, aos poucos afastei minha mão deixando-a continuar. Por mais que eu estivesse tensa por ser sua primeira vez e eu odiava ser a primeira das mulheres, seus movimentos era precisos e maravilhosos, me causando arrepios e gemidos altos cada vez que ela acertava o ponto certo. Meu corpo se contorcia com seus toques e beijos e eu não conseguia controlar, seu corpo nú roçava no meu causando mais arrepios. Rafaella gemia em resposta aos meus gemidos causando uma longa cadeia.
-Ai. Menos força e um pouco para a direita. Ajudei quando ela se perdeu. -Isso. Isso. Meu Deus.
Rafa se arrumou na cama sentando agora em cima de mim beijando meus lábios com tamanha paixão e rebolando no meu colo, tive vontade de empurra-la na cama e toca-la novamente, até que ela explodisse em minhas mãos, mas antes que eu pudesse fazer qualquer movimento ela desceu. Beijando o meio dos meus seios antes de ir para cada um deles, descendo ainda mais por todo meu ventre me surpreendi quando seus lábios mal pousaram no meio das minhas coxas e ela soube exatamente onde ir e o que fazer. Sabia exatamente os pontos que me faziam arquear as costas, não conseguia acreditar na deusa que havia criado sua lingua agil brincava com meu clitóris me deixando enlouquecida, meu corpo arqueou junto com ela ao se afastar, choraminguei alto demais e ela percebeu soltando um sorriso maldoso e safado, Rafa limpou o canto da boca sorrindo ainda, desceu as mãos e suavemente me penetrou me assustando com o ato, ela gemia enquanto ia mais fundo e tirava, para colocar novamente, seu corpo todo arqueava com os movimentos; o meu tremia.
Senti meus olhos arderem, meu corpo pedir por mais, mais e mais. Meu Deus Rafaella, me dê mais de você. E como se ela pudesse ouvir meus pensamentos ela desceu a boca com os dedos ainda em mim, ainda entrando e saindo, aumentando conforme eu gemia pedindo por mais. Sua lingua fazia movimentos contrários de seus dedos deixando-me enlouquecida.
Senti que não iria mais aguentar, estava impossivel senti-la toda em mim desde os seus seios na minha perna até suas mãos e lingua na minha...
-Cacete. Soltei sem conseguir segurar.
Então não conseguir segurar mais nada.
Ela gemia alto demais disputavamos quem queria mais ser ouvida. Meu corpo todo parecia dissolver em uma poça d'água de suor, parecia se transformar em liquido eu estava me afogando em mim mesma enquanto meu corpo todo explodia em um unissono gemido. Não percebi que havia arqueado tanto as costas que estava apoiada apenas pela minha cabeça e bunda, até que cai mole na cama. Rafa continuou, me fazendo contorcer na cama, puxei-a para cima abraçando-a forte me meus braços. Respirei fundo olhando para o teto.
-Rafaella. Soltei ainda procurando ar.
-O que? O que eu fiz de errado? Ela perguntou com a voz falha, seu rosto estava petrificado em medo, acariciei seu cabelo sorrindo.
-Você mentiu para mim. Falei em fim. -Você já havia experimentado antes, mas achou que eu iria preferir uma hetero virgem.
-Não, juro que foi a primeira. Ainda ouvia o medo em sua voz.
-Mulher você foi maravilhosa. Ela riu em alivio.
-Agora quem está mentindo é você.
-É sério Rafa, você foi maravilhosa em cada segundo. olha meu estado... Estou pulsando.
Levei sua mão para sentir-me pulsar e ela sorriu. E riu. Sua inocência me maravilhava.
-Isso significa...
-Isso Rafaella. Falei pausadamente beijando seus lábios. -Significa que você acabou comigo.
Bocejei e ela também.
-Você realmente acha que fui boa? Ela perguntou timida.
-Eu tenho certeza meu amor.
-Eu sei que você foi. Ela sorriu com os olhos se fechando.
Rafaella rolou para o lado da cama adormecida, seu corpo nú dourado brilhava de suor na luz crua da televisão levantei-me e peguei o celular na bolsa antes de ir para fora, para a área da hidromassagem, abri o teto observando as poucas estrelas que ainda tinha, a noite virar dia, pela pequena fresta da janela a olhei dormir, os cabelos cobrindo-lhe o seio. Era como uma pintura renascentista, poderia se chamar "retratos de uma ex-Virgem" tirei uma foto com meu celular daria tudo pra voltar no tempo e pedir pra incluírem ela na capela sistina.
Abri meu aplicativo de mensagem no celular e procurei por alguém com quem conversar, achei o nome de Letícia e mandei mensagem perguntando se estava acordada, ela me respondeu imediatamente.
"Tenho gêmeos Gi, não durmo a 9 meses."
Eu ri,  ela não dormiria por muitos anos ainda.
"Preciso muito falar com..." comecei digitando, mas apaguei "sabe a Rafaella?" apaguei novamente. "Tive um dos melhores sexos da minha vida desde..." apertei enviar.
Leticia estava comigo desde sempre, conhecia Júlia e sabia que eu me referia a ela.
"Ivo finalmente aprendeu?" Ela respondeu.
"Não é aniversário da Júlia vim visitar ela"
"Não me diz que foi uma das amigas dela? Sua podre"
"meu deus Letícia não!" Eu ri imaginando o pânico dela. "Na verdade foi com a mãe de um amigo dela! Acredita?"
"Como assim?"
"Bom... o fusca parou de novo, então consegui uma carona com a mãe de um amigo dela, no meio do caminho começou a chover tanto que paramos em um motel, ela é linda, sexy, um amor de pessoa... acabamos nos conhecendo mais a fundo e acabei tirando ela do armário." Mandei um sorriso para ela, que apenas respondeu com "..." respirei fundo.
"E foi o melhor sexo, ela é incrível e aprende rápido, cheguei a questionar se era mesmo inexperiente, mas Lê, eu não quero mais..."
"Diz pra ela que você aproveitou, mas que não vai rolar ué"
"Não, eu não quero mais pois acho que estou me apaixonando por ela. Muito" respondi sentindo meu coração parar e as lágrimas queimarem meus olhos, olhei novamente para ela, minha pintura. Meu coração parou de bater. Agora ele só batia para ver o sorriso dela, esse era seu propósito e eu não me importava com isso.
"Gi..." ela escreveu e continuou "você sabe a minha opinião, não acho que deveria ter se juntado com Ivo, desde tudo o que aconteceu seu coração não é mais o mesmo e você sentiu nele um repouso e não um amor... Se você acha que essa mulher misteriosa vá te fazer bem, eu acho que você deveria ser sincera... com você mesma"
"Mas..." comecei e apaguei, não havia respostas, não havia argumentos amava Ivo, mas ele nunca será um grande amor. "Você está certa como sempre."
"Eu sei, quem é ela?"
"Você não vai acreditar"
"Já não acredito!"
"Lembra a escritora que eu tive aquele sonho?"
"A dos livros de maternidade? Rafaella?"
"Sim..."
"Não?!"
"Sim!!"
"Aí meu deus! Ela é maravilhosa, me arruma um autógrafo" eu ri imaginando como pediria um autógrafo. "E pede um livro sobre gêmeas por favor!"
"Isso eu posso pedir! Mas vou esperar ela acordar e colocar uma roupa para poder falar."
"Não me faça inveja! Única pessoa que toca nos meus peitos são as gêmeas. A Ellen faz tanto tempo que já to duvidando de eu ser hétero"
"Você não é."
"Falando nas gêmeas... Preciso ir, o cheiro tá forte eu juro que essas meninas comem repolho e não leite materno"
Letícia parou de mandar mensagem, único barulho agora eram dos pássaros sobrevoando em cima de nós. Eles começavam a despertar e eu ainda nem tinha ido dormir. Meus olhos pesavam, mas não queria dormir. Tinha medo desse dia ser todo um sonho.
Levantei me enrolando no roupão e procurei por um papel e uma caneta na bolsa, eu precisava urgentemente arruma-lá. Achei e voltei para fora, me sentei com os pés na água agora fria.
Ao lado achei o arame que vinha em volta da rolha do vinho, com certa habilidade, uma das poucas coisas que Marcelo me ensinou, fiz um anel com um coração no meio e comecei a escrever. Deixei que a caneta voasse pelo papel, deixei que meus sentimentos fluíssem e me senti ao mesmo tempo que pesada de sono, leve de sentimentos.
Dobrei a carta em quatro e caminhei até a bolsa dela, guardando lá dentro, me deitei a cama ao seu lado, ainda dormindo sua mão direita me encontrou no momento que deitei e não esperei que ela acordasse, experimentei o anel em seu dedo servindo perfeitamente.
Tive vontade de dizer tudo o que sinto. Tive vontade de ler a carta para ela ali enquanto ela dormia, mas apenas me aninhei em seus braços e me deixei levar pela sensação de seus braços em mim, da sua respiração fazendo seu peito subir e descer, do seu hálito quente na minha pele. Me deixei levar pela sensação que crescia em meu estômago, em minha garganta.
Me deixei levar por ela. E apenas por ela.
Observei casa detalhe de seu corpo, cada pinta, cada tatuagem, cada tom de dourado se sua pele e seus cabelos. Observei com cuidado a textura das ondas que lhe cobriam o corpo, toquei em uma mecha de seu cabelo deixando escorregar pelos meus dedos. Senti o aroma de sua pele quente, mas um aroma doce, levemente disfarçado pelo cheiro de suor e sexo. Mas era um aroma que me fazia enlouquecer. Enlouquecer a ponto de beijar seus cabelos, seus olhos, sua mão.
Não conseguia resistir à urgência de te-lá para sempre, de morrer em seus braços cravar minha lápide dizendo "viveu na primeira vez que beijou teus lábios, continuou vivendo presa neles" por que era isso que eu desejava. Era isso que eu sentia, e não aguentava mais todo esse sentimento tão forte vindo me tomar em tão pouco tempo. Não estava acostumada mais a sentir todas as coisas.
Sou prática, me casei por praticidade. Jurei nunca mais sair da minha zona de conforto e aqui estou, completamente nua no meio do nada enquanto... enquanto ela dorme em meus braços, sua respiração profunda demais. Essa era a hora que tudo poderia ser dito e nada seria lembrado.
Beijei teus olhos novamente, me aninhei mais confortável em seus braços.
-Eu estou perdidamente apaixonada por você e não si lidar com nada disso. Por favor, esteja por mim também.
Fechei os olhos e senti a dormência me pegando, senti um mar me puxando e eu me entregando, Rafa dormia tão gostoso que parecia um convite e eu não poderia negar me juntar a ela.
A claridade da televisão estava cada vez mais longe, enquanto eu me jogava na imensidão de um possível futuro...

One Day. (Girafa)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt