[TH/JK] 'Peephole pt. I

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aviso: essa fanfic tem uma temática meio violenta com alguns aspectos meio "gore", se ela seguir a linha desse primeiro capítulo também vai tá lotada de palavrão e etc

recentemente eu tinha desistido de escrever mais fanfics, mas descobri que amo escrever taekook demais pra desistir...

ainda sou uma ficwriter inconstante e indecisa, claro, evite decepções clicando na setinha de voltar

mas se você for alguém de coragem, espero que goste *sorrisinho maligno*




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C H A T T E R

Na décima terceira sexta-feira do ano, Kim Taehyung se deu conta que Hyungsik estava morto há duas semanas.

Raciocinar isso ainda não era fácil.

O barulho borbulhante da cafeteira antiga, o mix de cheiros do café e da fritura, os passos pesados pela sua cozinha espaçosa, o som das xícaras, dos pratos e dos talheres, a torneira ligada enquanto ele andava pretenciosamente como se fosse dono do lugar. Tudo isso não era suficiente para tirá-lo do seu estado... estático, porque ele tinha certeza que se fechasse os olhos iria ver todo o sangue pela centésima vez, e se abrisse a boca iria gritar. Gritar e chorar.

Um celular tocou, o som insistente e irritante fez Taehyung piscar incerto, como se um click reativasse seu cérebro momentaneamente. Pela primeira vez se deu ao trabalho de escutar traços de uma conversa real, mesmo que nenhuma das palavras dela fizesse muito sentido.

ㅡ Vou mandar os arquivos em duas horas, talvez o Dongkyon acabe pagando tudo ainda hoje. ㅡ A voz do homem em sua cozinha era suave, mas tinha um timbre grave. No fundo da sua mente, Taehyung reconheceu o nome do seu próprio pai na primeira frase dele ao atender a chamada. Mas não era importante na hora. ㅡ Não tive nenhum problema aqui, mas o garoto ainda tá em choque... Ou merda do tipo. Acho que ele quer se matar.

Taehyung quis gritar:

"Não! Eu não quero!"

Porque ele não queria morrer, ele só queria Hyungsik de volta.

No entanto, era inútil e ele não iria abrir a boca nem se quisesse, estando surpreendentemente enclausurado nos próprios pensamentos incoerentes e nas lembranças horrivelmente recentes.

O fogo começou pouco antes dos tiros. Os dedos do seu namorado ainda estavam travados em seu pulso, tentando levá-lo para longe da fumaça, quando a primeira bala o acertou no meio da garganta. Taehyung apenas arregalou os olhos, atordoado pelas batidas da música eletrônica quase abafada pelos gritos histéricos ao redor dele. Mais tiros vieram, agora duas balas acertaram o peito de Hyungsik ao mesmo tempo que ele ainda sufucava com seu próprio sangue. Ele caiu por cima de Taehyung, o peso morto de um homem morto o derrubando no chão. Ele achou que ia ser pisoteado.

A cena se repetia ainda mais vívida, talvez seu subconsciente adicionasse algo mais aterrorizante em cada uma das vezes. A dor no peito privou sua respiração e uma lágrima escorreu pela sua bochecha.

Era incrível que elas ainda viessem e seus canais lacrimais ainda estivessem funcionando.

Isso pareceu chamar atenção do desconhecido na sua cozinha.

Ele era jovem, não podia estar muito além dos vinte e poucos anos. Seu olhar era afiado e sombrio. Fios de cabelo escuro caíam sobre seu rosto, suas orelhas eram cheias de brincos e argolas, se Taehyung descesse os olhos nele, veria que seus braços eram tatuados.

CHATTER | TAEKOOKWhere stories live. Discover now