Capítulo 30 - DOR DO MEDO

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LEMBRANDO PESSOAL. VOTEM, COMENTEM E DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO. VOCÊS SÃO OS MELHORES DOS MELHORES LEITORES. MINHA OUTRA HISTÓRIA "DEPOIS DO FIM" FOI INDICADA AO WATTYS 2020, CONTO COM O VOTO DE VOCÊS. BEEEIIIIJJJJOOOOSSSS!!!!!!!


O telefone tocou algumas vezes e uma voz masculina atendeu.

- alô. – o cara falou do outro lado.

- onde está minha mulher. – perguntei enfatizando o minha mulher.

- a Ana está a caminho do hospital. – ele respondeu enfatizando também o nome dela.

- chego ai em algumas horas. – falei deixando claro que não ia abrir mão do que é meu.

- Já deveria estar aqui há muito tempo. – o infeliz falou.

- Não cometerei esse erro de novo. – respondi.

- seria bom se fosse verdade. – ele falou e eu explodi.

- Ana é minha mulher e mãe dos meus filhos e não vou deixar nenhum filho da puta se atravessar no nosso caminho. Nós nos amamos e nem você nem ninguém vai nos separar. Portanto tira o seu cavalo da chuva e se afasta dela.

- Grey não sou eu que preciso lembrar de tudo isso. Vai se ferrar e tem mais, se a Ana não te quiser mais eu assumo ela e o seu filho. – ele falou e desligou.

Se esse filho da puta pensa que vai roubar minha família ele tá muito enganado. Fui pra casa e conversei com Mia e Eliot, faltava apenas um mês pra encerrar as aulas deles e se eles concordassem eu iria falar com a escola pra antecipar seus exames finais. Eu precisava me mudar pra Geórgia urgentemente, disso dependia minha vida.

Claro que eles concordaram e Kate conseguiu marcar os exames pra dali a três dias, justamente o último dia do julgamento. Conversei com meus avós e eles também concordaram. Depois de acertar os detalhes com Taylor, Ross e minha secretaria Andréia fui tomar um banho.

Quando terminei meu avô bateu na porta do meu quarto e pediu pra falar comigo.

- Christian meu filho. Eu tenho algo muito sério pra falar com você. – pela sua cara eu vi que era algo grave. Esse dia tava longe de acabar.

- pode falar vovô. – disse e pedi a ele que sentasse na poltrona ao lado da cama. Sentei de frente pra ele e aguardei. Ele parecia refletir se devia falar ou não.

- Christian quando você tinha nove anos seu pai chegou na minha casa transtornado. Ele segurava um pendrive nas mãos e chorava sem parar dizendo que ia mata-lo. Sua avó e eu demoramos mais de uma hora pra acalma-lo pra que ele pudesse falar e foi ai que tivemos o maior baque de nossas vidas. – ele falou e seus olhos encheram de lágrimas. Quis pedir para parar, mas ele fez sinal que iria continuar.

- seu pai colocou o pendrive no computador no meu escritório. E foi quando vimos as imagens que deixaram ele daquele jeito. – Christian o Patrick estava molestando você. Nas imagens você estava dormindo ou sonolento, aparentemente drogado com alguma coisa e ele te acariciava o corpinho e se masturbava. – ele falou e começou a chorar convulsivamente.

Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Era eu naqueles vídeos, mas eu não lembrava de nada daquela merda toda. Não podia ser verdade. Aquele bastardo filho da puta me molestou tantas vezes como mostravam as imagens. As lágrimas caiam e eu nem sabia por que chorava tanto.

- Christian você é a única chance de colocar aquele verme na prisão pelo resto da vida. Aqueles documentos são falsos e ele realmente fez sexo com crianças, mas nenhuma das famílias aceitou depor. Ele tem algo contra eles que não permite. Você pode usar essas imagens, pois elas são incontestáveis, mas se não quiser não tem problema. E antes que pergunte, seu pai não levou isso a policia pra não te expor, você era muito pequeno e não se recordava de nada porque ele te drogava. Seus pais fizeram tratamento pra te desintoxicar e sessões com uma psicóloga, no entanto, como você não lembrava de nada, ela achou melhor parar com o atendimento. Sua mãe cortou relações com o irmão e seus avós por um tempo e só permitia a presença deles no seu aniversário por que você sempre questionava a ausência deles. Eu lamento muito ter que contar isso a você meu filho. – ele disse e saiu do quarto me deixando ali com aquelas imagens perturbadoras.

Depois de muito pensar liguei pra doutora Greene pra saber da Ana.

- senhor Grey a Ana está bem. Só viemos pra o hospital por causa do desmaio, contudo, ela já se recuperou e acabou de jantar. Vamos passar a noite aqui e pela manhã vamos pra casa se tudo se mantiver bem como está. – ela disse me deixando mais tranquilo.

- posso falar com ela? – perguntei temendo a resposta.

- claro que sim.

- alô Christian. – Ana falou e ouvir sua voz foi um alivio pra o meu coração.

- Como você está meu amor? – perguntei sabendo que ela não está nada bem.

- Ah Christian eles me fizeram uma vadia naquele tribunal. Eu agora vou aparecer em rede nacional como uma puta e minha carreira de professora está acabada. – ela diz chorando.

- não é assim meu amor. Nossos advogados estão traçando uma linha cronológica daquelas fotos e vão apresentar daqui a três dias desmentindo tudo. – disse para acalma-la.

- Christian o Patrick ficou de vitima agora. Ele vai sair livre de lá e eu estou arruinada. – ela chora mais.

- Ana eu tenho uma coisa pra te contar. Eu posso fazer o Patrick apodrecer na cadeia, mas só farei isso se você me apoiar. Vou jantar com as crianças e depois vou te ligar pelo Skype pra te explicar melhor. Tudo bem assim?- digo.

- está sim Christian. – ela diz e suspira.

- Ana você sabe que eu te amo. Não sabe? – falo aguardando a resposta que demora mais do que eu queria para vir.

- sei sim. Até daqui a pouco Christian. – ela diz e desliga.

Se eu não fizer algo logo vou perder a mulher que amo e meu filho ao mesmo tempo.

Depois que as crianças dormiram liguei pra ela. E contei tudo o que meu avô me contou.

- Christian isso é horrível. Você não pode se expor assim. – ela diz.

- Ana se eu não entregar essas imagens ele vai ser solto e continuar fazendo isso com outras crianças.

- Mas Christian você é o homem mais poderoso dos estados unidos, isso vai estar em todos os jornais do mundo em menos de uma hora.

- Eu sei e isso me preocupa. Não só por mim, mas por Mia, você e Eliot. já foram expostos demais e isso vai ser uma bomba. Eu não quero ser um covarde que deixa um monstro solto pra proteger a própria imagem. – digo pensativo.

- Christian olha pra mim. – ela pede e eu olho pra tela.

- eu vou te apoiar seja qual for a sua decisão e você nunca será um covarde. Você é o homem mais corajoso que eu conheço. – ela diz e pela primeira vez em dias vejo a minha Ana em seus olhos.

- Ana amor, posso te perguntar uma coisa? – peço cauteloso.

- claro que sim. – responde.

- você e esse Ismael? – pergunto.

- Christian o Ismael é meu primo. Ele é sobrinho do meu pai e foi meu primeiro namorado na adolescência. Temos uma ligação de amizade muito forte, mas nada além disso. Namoramos por cinco anos e talvez ainda estivéssemos juntos se não fossem dois motivos.

- que motivos? – questionei por impulso.

- primeiro ele foi o babaca que eu flagrei transando com outra e me traindo na noite do baile de formatura, e, segundo, você não existir pra eu te encontrar e me apaixonar.

- Eu te amo tanto Ana. Deus, como eu queria tá ai com você agora. Te amar e esquecer de tudo isso, me perder em seus braços e beijar cada centímetro do seu corpo – digo porque é assim que me sinto.

- eu também queria você aqui, mas nem sempre as coisas são como queremos. Me parece que se eu quiser manter essa relação vou ter que me acostumar com seus momentos de ausência. – diz.

- se você quiser manter essa relação? Então é sério isso? Você vai me deixar? E nossos filhos? – pergunto chocado olhando o monitor.

- Christian eu não estou bem com tudo isso, ainda não tem nada decidido, depois voltamos a conversar. Tudo bem pra você? agora eu preciso dormir. Tá tarde e o bebê já passou por muita coisa hoje. – ela diz e eu apenas a olho.

- tchau Christian. – ela diz.

- tchau meu amor. – falo e ela desliga. Meu mundo acabou outra vez. 

Depois Das Aparências - Tudo Pode MudarWhere stories live. Discover now