Capítulo 31 - CAOS

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LEMBRANDO PESSOAL. VOTEM, COMENTEM E DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO. VOCÊS SÃO OS MELHORES DOS MELHORES LEITORES. MINHA OUTRA HISTÓRIA "DEPOIS DO FIM" FOI INDICADA AO WATTYS 2020, CONTO COM O VOTO DE VOCÊS. BEEEIIIIJJJJOOOOSSSS!!!!!!!


Meu mundo desmoronou mais uma vez. Como foi que minha vida virou esse caos tão rapidamente e eu não percebi. Num instante eu tinha uma família feliz, perfeita, que me amava e no outro perdi o chão com a morte dos meus pais. Encontrei a Ana e tudo reviveu dentro de mim, eu tinha uma família de novo e estávamos felizes. Acontece toda essa merda e eu perco tudo outra vez. Acho que esse negócio de felicidade morreu pra mim junto com meus pais.

Pela manhã tive uma reunião com os advogados e tudo ficou acertado pra o dia seguinte. A Ana não iria mais depor. No seu lugar iriamos meu avô e eu. Além disso, autorizei o uso das imagens do pendrive. Se alguém tinha que passar por isso pra que a Ana e meu filho ficassem bem, esse alguém era eu. Refizemos um cronograma das imagens que o safado do Lincoln usou colocando o contexto em cada uma delas. Usamos as câmeras de segurança da casa para provar que ele e Patrick manipularam as imagens.

Eu poderia até não ter a Ana de volta, mas eu ia limpar o nome dela.

Como era de esperar, logo após o almoço Mia e Eliot iniciaram as atividades e fizeram a chamada de vídeo pra falar com a mãe. Resolvi ajuda-los também e assim passamos um bom tempo juntos. Quando eles encerraram a chamada pra se aprontarem pra aula de música Mia veio falar comigo.

- Pai, você e a mamãe estão bem? – perguntou direta como sempre.

- não tanto quanto eu gostaria. – respondi. Eu nunca havia mentido pra ela e essa não seria a primeira vez.

- E o que você vai fazer? – ela questiona.

- Ainda não sei. Ela disse que está pensando na nossa relação e vai decidir se quer ir adiante. – falo frustrado.

- E você vai ficar esperando ela decidir que não quer mais? Que vai ficar com meu irmãozinho na casa da vovó e que Eliot e eu vamos ficar sem mãe outra vez? – vocês homens são patéticos. Não entendem nada das mulheres. – ela fala e fico atônito.

- E uma garota de doze anos entende? –

- Mais que você eu tenho certeza. – responde. – papai, a mamãe está magoada. Ela tá grávida, passou maus momentos, você fez merda sobre merda com ela, pra piorar passou quinze dias no Brasil e só ligou pra ela duas vezes, (eu teria pirado achando que você tava com uma brasileira gostosona), seu bebê correu risco de vida, ela passou por um tribunal e tudo isso sem o cara que ela ama do lado dela pra segurar sua mão. – eu não olharia mais na sua cara se tivesse no lugar dela. Então papai, vê se prepara o avião e amanhã assim que acabar essa droga de julgamento vai pra Geórgia e só volta de lá com a minha mãe. – disse com a mão na cintura.

- Mia as coisas não são tão simples assim. Eu não posso largar você e seu irmão aqui de qualquer jeito, ainda mais se a Ana não me quer lá. – digo direto.

- tudo bem, faz o que achar melhor. Vocês adultos complicam tudo e depois choram quando perdem definitivamente aqueles que amam. – ela diz e sai com os olhos cheios de lágrimas. Tenho certeza que vai contar pra o irmão e os dois vão chorar juntos. Sempre foi assim. Eles riram e choraram juntos em todos os momentos. Às vezes, eu queria um irmão gêmeo pra ter essa ligação que eles têm um com o outro.

Ligo pra Ana depois do jantar, mas é a mãe dela que atende.

- Boa noite Carla. Eu quero falar com a Ana. – falo direto.

- Ela já está dormindo. A doutora deu um remédio pra ela se acalmar, pois ela estava chorando descontroladamente. A minha filha vive infeliz desde que você entrou na vida dela. – diz.

- Carla eu amo a Ana e você sabe disso.

- Christian temos que convir que seu amor é no mínimo estranho, quem ama não humilha minha filha como você fez. Ela tá grávida de um filho seu e o ex-namorado dela tá acompanhando o desenvolvimento do seu filho mais do que você. Ela cuida dos seus irmãos como filhos mesmo estando há quilômetros de distância e dela quem cuida?...

- Carla isso tudo é verdade eu sei. Eu mudei pela Ana e amo sua filha. – Isso tudo é uma sucessão de eventos ruins que logo vão passar. – falo.

- Christian meu marido e eu não aguentamos mais ouvir nossa filha chorar baixinho durante a noite e passar o dia fazendo um esforço tremendo pra parecer bem. Você disse que esses problemas vão passar e eu sei que vão, no entanto, eu também sei que outros surgirão, e depois mais outros, e mais outros...Ela sempre terá algo pra enfrentar na vida com ou sem você e eu sei disso, porém, estando com você e só ao mesmo tempo é mais difícil pra ela. A Ana tá enfrentando tudo isso sozinha mesmo estando com você (ela faz aspas com as mãos). Não sei se quero isso pra minha filha. – ela diz e sei que não posso argumentar contra isso.

- Adeus Carla. Fala pra Ana que liguei e que amanhã voltarei a ligar depois do julgamento. – digo enquanto ela apenas acena e desliga. Fico deitado pensando em tudo o que ela falou e viro a noite rolando na cama e quando acordo, tenho uma decisão tomada.

Tomo banho me arrumo e vou pra o tribunal. Como previa o Lincoln e o Patrick chegam cientes da vitória e o bastardo do Lincoln faz um discurso inflamado de defesa.

Chega à vez da acusação. Primeiro os advogados fazem a apresentação das imagens originais e desmascaram os dois. A cronologia das imagens e a ampliação de muitas delas mostra claramente a manipulação. Nas imagens que Jack aparece segurando a mão da Ana na casa dos meus pais Kate estava com eles e ao lado de Ana também, porém, eles cortaram as imagens. Quando ela aparece sorrindo com Patrick na verdade ela está sorrindo pra os meus irmãos e não pra ele. Todas as imagens foram alteradas de alguma forma, exceto as em que nos beijamos.

Meu avô é o primeiro a depor. Ele conta tudo que meu pai contou pra ele sobre o Patrick, mas não menciona as partes que me envolvem. Chega a minha vez e sinto um aperto enorme dentro de mim.

- começo falando o que meu avô me contou e sobre o que ele fazia comigo. Lembro das vezes depois disso que o Patrick quis me levar pra passear e meu pai não permitiu, e, como agora tudo parecia fazer sentido. Claro que o Lincoln falou que era mentira e contestou minhas alegações. Por fim mostrei as imagens do pendrive, rever aquelas gravações... meu Deus eu era tão pequeno... senti o estomago embrulhar e acabei vomitando ali mesmo.

- Como vocês podem ver essas imagens são incontestáveis. Sou eu Christian Grey quando criança que apareço ai sendo molestado por esse monstro. A vocês vovô e vovó peço apenas que entendam minha atitude, não vou me desculpar porque a vítima aqui sou eu, mas também não quero pedidos de desculpas nem dele, nem de vocês. Minha intenção ao me expor dessa forma é somente impedir que outras crianças passem por isso e, principalmente, limpar o nome da Ana. Eu a amo e não poderia permitir que Patrick a prejudicasse. – falo e sou levado para fora da sala de julgamento.

Já em outra sala consigo arrancar a gravata e abrir os botões da camisa. A Sensação era de que todo o ar do planeta havia sido extinto. Taylor e meu avô tentaram em vão me acalmar e um médico foi chamado. Fui levado pra o hospital por que segundo o médico, eu estava tendo um ataque de pânico. Fui sedado e dormi sem conseguir falar com a Ana.

Depois Das Aparências - Tudo Pode MudarWhere stories live. Discover now