Código Binário | Vhope

Prólogo

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Três meses antes...

Escuridão.

Escuridão era tudo que Taehyung conseguia enxergar, enquanto sentia seu corpo flutuar devido aos grandes cabos de aço que o impediam de tocar o chão. Seu corpo estava mole, e a sensação de vazio causado por todos os pontos de seu corpo abertos, expelindo fios, era o responsável por não conseguir se mexer.

Aquela sensação, se fosse explicada por um humano comum, seria como um efeito de anestesia. Tipo quando o médico lhe injetava o medicamento e seu corpo inteiro adormecia, embora sua mente estivesse trabalhando... Sim, aquela era uma boa explicação.

- Já faz trinta e seis anos, Sunbaenim - um dos cientistas, que Taehyung sabia que estava sempre posto à frente de seu caso, explicou. - As coisas estão piorando e não sabemos se temos mais tempo para conseguir atrasar dessa forma o projeto...

- Ele quer começar a missão - Song Minhynk disse. - Eu sinto que ele está cansado de ficar preso aqui, apenas nos ouvindo...

- É uma máquina, senhor - o cientista riu, como se achasse seu sunbae um grande idiota. Taehyung não gostou daquilo, embora não soubesse o porquê. - Ele não sente nada.

- Você está enganado, Ryu. Ele sente tudo, só não mostra... Talvez ele sinta mais do que todos aqui.

- Se o senhor acredita nisso, quem sou eu para dizer o oposto? - seus passos se tornaram distantes, mas Taehyung ainda sentia a aproximação de Song, e também sentiu quando ele tocou a sua bochecha, que sabia que estava desprovida da pele artificial.

- Meu menino... - a voz saiu como um sussurro afetado, machucando algum ponto dentro de Taehyung. - Ficará tudo bem, e em breve tu será livres... mesmo que por pouco tempo.

- Senhor? Me chamaste? - a voz daquela cientista que o andróide odiava fez com que Song se afastasse.

- Sim - um segundo de silêncio. - Termine tudo que você precisa terminar, então o envie para Seul... enrolamos demais. Não tem mais porquê demorar tanto.

- Mas, senhor...

- Faça isso - o cortou. - E garanta que ele esteja perfeito até lá.

Quando a mão fria e pegajosa, diferente da macia da macia de Song, tocou sua nuca, tudo se escureceu para si.

Foi como um adormecer.