Déjame dicerte

Deixa eu te dizer

A sala da República estava vazia, todos ali haviam saído para resolver qualquer coisa, o silêncio era reconfortante e eu podia pensar em tudo que aconteceu.

Contar minha história não foi fácil, o medo da rejeição era grande e quando recebi o abraço das pessoas que eu tinha escolhido como família, foi bom e aqueceu meu coração. 

Mais tinha um problema, a dias eu não tocava, era como se eu estivesse bloqueada, eu olhava para o piano e não conseguia me aproximar. Mas hoje algo diferente aconteceu, ao olhar para ele era como se ele me chamasse e disse “Ei me conta o que tanto preocupa o seu coração”. O piano era um imã que me chamava e convidava a dizer tudo aquilo que ninguém queria escutar. 

Sento e respiro fundo, passo meus dedos por cada tecla e sorrio.

O piano queria conversar comigo e eu contaria tudo. 

Ao tocar a primeira nota, eu me dei conta de que se travava de uma linda canção, a melodia era linda e falava do amor. Do primeiro amor. 

De repente eu não estava mais na sala tocando o piano, eu estava indo em direção ao meu primeiro amor. 

Nunca pensé que el amor fuera encontrarme                                           
y al fin de conocí                                        mí noche cambió de color                         y en un instante                                          me enamoré de ti. 

Eu sorria ao me aproximar da ponte, eu sentia meu coração bater mais forte. Era tão certo estar ali, era o eu queria para mim. 

A cada passo que eu dava eu sentia que tudo daria certo, eu estava indo ver aquele que foi o meu primeiro amor. 

Eu segurei minha bolsa com força quando o vi de costas para mim e então respirei fundo e sorri de novo, fui indo depressa ao seu encontro, quando toquei seu ombro eu senti uma sensação de paz, eu estava fazendo o que meu coração queria. 
Quando me abaixei o abraçando, eu sentia uma alegria tão grande e quando Victor me abraçou, eu senti que era o que eu devia ter feito a muito tempo.

Me afasto um pouco para poder ficar de frente para ele e ele sorria para mim com muita alegria, seguro sua mão e sorrio para ele, Victor estava aqui na minha frente, como eu sonhei com isso.

Fecho meus olhos quando ele toca meu rosto, era o lugar onde eu queria estar. 

Victor: Vem comigo Helena?

Primer amor, yo te soñé, te busqué y te encontré                                             
Y en cada canción, junto a ti, siempre estaré                                            
Primer amor, prometame                        Que cantando uniremos los sueños, una y otra vez

Ana: Não Victor! – eu vi seu olhar mudar um pouco – Não posso.

Eu ainda o olhava da mesma maneira, era o meu primeiro amor. 

Victor: Porque não pode Helena? – ele estava triste – Podemos voltar ou eu posso ficar. 

Ana: Você pode ficar Victor – ele sorriu – Mas não por mim – ele ainda me olhava sem entender – Fique por sua família, por você, mas não por mim.

Victor: Eu não entendo – eu olhar era confuso, mas eu ainda mantinha o mesmo olhar de quando cheguei – Porque não vem comigo Helena? Nos amamos. 

Sim isso era verdade, eu amava o Victor e sempre o amaria, mas as coisas mudam e eu mudei, assim como meu coração. 

Ana: Quando eu passei a lembrar de tudo, eu senti tanto a sua falta Victor – voltei a segurar sua mão – E quando passamos a conversar eu como Vera voltei a sentir coisas – ele sorriu – Mas não é mais assim.